Primeira Página

MEIO SÉCULO DEPOIS
Carnaval, época muito oportuna para se presentear com bebida, que enseja a gente ficar em casa enxugando, como, sobretudo, livro, para quem não tem o hábito de encher a cara, domiciliarmente falando.
Assim pensa, por exemplo, Francisco Campelo, que me brindou, às portas, com um lançamento grandioso, quer em arte, quer em conteúdo.
Trata-se, no caso, de Costa do Peró, História, Glamour & Charme, que me oportunou avivar um dos melhores tempos do meu tempo, qual seja, a temporada que passei em Cabo Frio, em meado dos anos 60, quando Cabo Frio ainda era uma novidade na areia e um mistério em verde.
Foi o Eugênio Carlos, ator das chanchadas da Atlântida, e sua espetacular Mady, a mulher mais bela da Amazônia, que me levaram para conhecer Teresópolis, Friburgo e… Cabo Frio.
Passamos uns dez dias pra lá e pra cá, em busca do que fazer, e mais demoramos em Cabo Frio, cuja base era a Praia do Peró, para onde íamos, após acordar, ao meio-dia.
Bebíamos gim tônica até quase final da tarde, e o almoço tinha lugar preferencialmente no restô tocado por duas loiras, que botavam na vitrola a música italiana da época, Em casa de Irene… Se canta se rire… É gente qui chega é gente qui va…
Na praia, entre um e outro mergulho nas águas límpidas da costa fluminense, tinham nos informado onde seria o programa da noite, tipo depois das onze, estejam na casa nove.
Assim fazíamos, e numa dessas, morrendo de sede, procurei a geladeira, e tive sorte em divisar uma cerveja no freezer.
Quando ia pegá-la, apareceu um cidadão e me propôs dividir, com aquele gesto conhecido com a mão como que serrando o braço.
Por sorte, topei, pois se tratava do dono da morada.
Voltando ao livro, dos personagens citados, vou mencionar apenas aqueles que me foi dado conhecer pessoalmente, gente com quem travei conhecimento ou, pelo menos, um aperto de mão, não nessa temporada no esplêndido temporal.
Carlos Lacerda, Roberto Marinho, de O Globo, Joaquim Guilherme da Silveira, da Bangu, Tônia Carrero, Márcio Braga, presidente do Flamengo, que esteve em minha quase completamente demolida casa cumbucana, Simonal, Ibrahim Sued, Jacinto de Thormes, Zózimo.
Ronaldo Boscoli, Lurdes Catão e seu marido Álvaro, Tereza e Didu de Souza Campos, Dener, Jorge Guinle, Paulo Fernando Marcondes Ferraz, Walter Clark, embaixador Hugo Gouthier (Gondim do Ceará), José Hugo Celidônio, Tânia Caldas, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), Vinicius de Moraes, Elisinha Moreira Sales, Miéle, Oskar Ornstein, Lilibeth Monteiro de Carvalho, Fernando Collor, Ivo Pitanguy, Florinda Bolkan, Daniel Mas, Chiquinho Scarpa.
E, naturalmente, o autor da obra-prima, Ricardo Amaral, que quando me recebeu, na inauguração de sua boate Clube A, em Nova York, abriu os braços e proclamou: Lúcio Brasileiro, meu colunista favorito!
O livro é todo leveza e beleza, pena que quase todos os protagonistas tenham partido e Cabo Frio tenha virado multidão, absolutamente dentro da lei que Deus Dispõe.

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