Categoria: Apanhado político

Ítala Machado, depois, pelo casamento, Ventura, foi escolhida pelo Country para representar o clube que não era mais dos ingleses no Miss Ceará. Porém, não disputou a final com Emília Corrêa Lima, pois as irmãs Imaculada brecaram. O motivo alegado era que apenas tinha que posar de maiô, pois o desfile, nesse traje, não fazia ainda parte do programa, numa prova da rigidez dos costumes da época.

Dona Sara possuía um anel precioso, que fora presente do marido João Gentil. Com a venda do Banco Frota para São Paulo, ela teve que se desfazer, e a peça foi comprada pelos clubes elegantes, para presentear à Miss Brasil Emília Corrêa Lima.

Governadores que trataram com seriedade a Medalha da Abolição, criada por Virgílio Távora, para ser concedida uma ou duas vezes, no máximo, por ano: o próprio VT, Plácido Castelo, César Cals, Adauto Bezerra, Tasso Jereissati, Lúcio Alcântara e os irmãos Ferreira Gomes, Ciro e Cid.

Concluídas as eleições de 1954, os deputados Manoel de Castro e Perilo Teixeira foram visitar dr. Távora, que havia sido o primeiro no pleito para o Senado. Ao se despedirem, o laureado levantou a tampa do baú e de lá tirou duas cédulas de 500, daquelas grandes, e, passando aos correligionários, explicou o gesto: Vocês devem ter gastado muito dinheiro na campanha, e estou procurando retribuir. Na verdade, haviam gastado com o pai de VT um bocado de milhares mais.

Eleito deputado, cidadão começou a propalar que ia exercer importante posto na segunda administração de Virgílio Távora, que, sondado por jornalistas, assim desmentiu: O cidadão fez tanto esforço para ocupar uma cadeira na Câmara, que não me sinto em condições de impedir o exercício.

Virgílio Távora era dotado de enorme desprendimento. Deu um aval para colega do Colégio Militar no Banco Nacional, seu padrinho de casamento, Magalhães Pinto. Aguentou o que pôde, porém teve de cobrar, e para honrar, VT teve que sacrificar quadra no filé da cidade, às redondezas do Náutico. Não fez cara feia, todavia dona Luíza se enfadou com o prejuízo.

São considerados pioneiros do Cumbuco, na minha turma, Manoel Milfont, Leopoldo Vasconcelos, Reginaldo Rangel, Adeildo Lima e Arialdo Pinho, o único completamente abstêmio, o Aristeu Mitoso é um caso à parte, pois, tendo casa no Icaraí, não saía da nossa roda.

Fernando Markan, cearense da melhor sociedade, pois seu pai, Joaquim, foi um dos fundadores do Ideal e também quem adquiriu o terreno onde foi erguida a sede eterna, deu um grande golpe do baú, casando-se no Rio com herdeira da Cinelândia, Lêda Serrador. A união produziu dois filhos, porém apartou.

Circulando por Teresópolis, fui parar no Country Club, onde me sentei à mesa comandada por um membro da família Guinle. E sabe qual era o candidato dele à Presidência da República? O cearense e meu amigo Armando Ribeiro Falcão.

Quando assumi as Relações-Públicas da Real Aerovias, cometi, e por isso perdi o emprego, uma das maiores barrigas da história, noticiando que a empresa aérea ia abrir linhas para Caucaia e Maranguape, quando, na realidade, tratavam-se apenas de miniagências para vender passagens.

Naqueles tempos, as disputas acirradas davam salmoura à política municipal, na zona jaguaribana, por exemplo, entre Manoel de Castro, da UDN, e Franklin Chaves, do PSD, em Caucaia, Tenente Edson e Ernani Viana, Murilo Aguiar e os Vera, em Camocim, Abelardo Costa Lima e Ernesto Valente, em Aracati.

Em casa do empresário Sérgio Philomeno, grupo de jornalistas reunidos com Virgílio e Waldemar. Um deles perguntou ao Virgílio quem seria seu vice (a segunda vez), ouvindo que o partido ainda iria escolher. Waldemar assumiu a palavra e decretou: Não, já está escolhido, será meu filho Lúcio.

Quando eclodiu Movimento de 1964, pequeno grupo de militares pretendeu apear do poder, aqui no Ceará, o coronel Virgílio Távora, que fazia um governo de redenção, dizem até que esteve por um fio, necessitando a interferência enérgica do presidente Castelo. Quando alguém lhe perguntava como iam as coisas, nunca se apertou, e respondia sempre: Melhor do que pedi a Deus.

Os irmãos Moreira da Rocha, Crisanto, Acrísio e Péricles, ingressaram na política, porém os outros dois não quiseram saber, Anderson, engenheiro, e Guilhardo, que sempre moraram no Rio.

Na primeira posse de Virgílio Távora como governador, o senador Arnon Melo, não apreciando o lugar que eu colocara na mesa do banquete, foi se retirando do Náutico, quando me avisaram, e eu corri atrás e o segurei: Meu senador, se o fizer, serei demitido pelo meu Governador.

O primeiro governador do Estado de Tocantins foi cearense, Siqueira Campos, porém isso todo mundo sabe, o que não consegui apurar é se se saiu bem, regular ou mal.

A família Gentil deu dois deputados federais, Antônio, que teve um mandato e foi Constituinte de 46, Adolfo, que teve dois, e Antônio José, uma vez, estadual.

Última aparição pública do deputado Walter Sá Cavalcante, que havia sido um brilhante líder da oposição ao Governo Faustino, foi entrando no Palácio do Catete, junto a outros parlamentares cearenses que seriam recebidos por Getúlio Vargas, para trazer a sede do Banco do Nordeste e sua presidência para o Ceará.

Prof. Parsifal, que ficou sem mandato ao largar o Governo, em 62, quando voltou à ativa foi eleito duas vezes para a Câmara, na segunda muito apertadamente, e seus amigos, como eu, reconhecem que nada acrescentou à brilhante carreira.

Na noite de 31 de março de 1964, o deputado Franklin Chaves, presidindo a Assembleia, foi quem enfrentou a bancada esquerdista, que ainda procurava sustentar o presidente Jango. Ele viria a assumir o Governo na sucessão veteriana, saindo Virgílio para deputado e o vice, Figueiredo Correia, para igual posição.