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Cuidado para não desejar muita paz a amigo, conhecido ou parente, pois muita paz só se obtém no cemitério.

Quando chega uma visita a sua casa, deixe passar cinco minutos para oferecer alguma bebida, e dez pro primeiro salgadinho.

Não se beija mão de uma dama dentro da igreja, num ônibus, na praia ou piscina, em banquete onde esteja presente o Governador do Estado, a não ser da Primeira-Dama.

Cerimonialista de casamento deve meter sua colher até no tempo de duração da fala do padre celebrante, estipulando essa manifestação em, no máximo, dez minutos, partindo do princípio de que todo nupcial, por mais bonito e requintado, é um acontecimento por demais cansativo, dispensando que o sacerdote vá estabelecer do altar suas profundas ligações com as famílias dos noivos.

Uma mulher mascando chiclete, a não ser menor de dez anos.

É fidalgo o cavalheiro ceder seu lenço à dama que o acompanha. Desde que não seja aquele que carrega no bolso da calça, mas sim o que leva e mostra no bolsinho superior do paletó.

Não se pode mandar representante a uma solenidade à qual o Governador esteja presente. E quanto a banquete, nem o próprio Governador pode se fazer representar.

É fácil explicar por que o Governador não pode comparecer a casamento, se não for padrinho, é que Sua Excelência sempre terá que ter lugar de honra, aos pés do altar, e não sendo o celebrante, o noivo, o pai do noivo, se não for o padrinho, não terá lugar de realce para ser alojado.

Faz pertinência, num jantar, evitar que marido e mulher fiquem juntos à mesa. O motivo é que, se dormiram juntos, tomaram café juntos, almoçaram juntos, se dirigiram ao acontecimento juntos e se vão voltar pra casa juntos, vão participar do mesmo papo e não terão nada para contar um ao outro. Ideal é que fiquem separados, se as mesas são grandes, ou em mesas diferentes, se elas são pequenas.

Deixando cair, numa recepção, qualquer coisa no chão, está errado o conviva fazer sequer uma menção de apanhar, isso caberá exclusivamente aos garçons e empregados.

Garçom não pode servir gripado, mancando, faltando dente ou mancha na pele. Quando eu tinha firma de cerimonial, infringindo qualquer dessas normas, mandava o dono da casa pagar e despachava, chamando outro em melhores condições.

Em recepção de casamento, ninguém, a não ser um dignatário do Estado ou príncipe da Igreja, pode se retirar se os noivos ainda estão presentes. Como também não é “In” sair antes que o Governador do Estado o faça.

Ao subir uma escada, o homem vai na frente. Ao descer, a mulher é quem comanda. Digam o que quiserem, porém essa é a lei.

Mirar e depois usufruir de um copo brilhando de limpo. Aliás, já li que o sucesso do serviço de uma recepção começa pelo cuidado dos donos da casa com os vasos.

Espaguete não pede faca, porém garfo e colher; sopa não se toma pelo bico, e sim pela lateral da colher.

Entrando num restaurante, o cavalheiro vai na frente e é o primeiro a chegar à mesa. Lá volta-se para a mulher e puxa a cadeira para que se sente.

O garçom é quem é apresentado ao maitre, e o dono do restaurante, ao cliente.

Me valho do mestre Marcelino de Carvalho, que, falando de gorjeta, esclarece que a palavra vem do francês gorgeê e estabelece, em restaurante, além dos dez por cento, que na realidade entram no salário do garçom, três ou quatro por cento da nota, a título de reconhecimento pela atuação.

Mestre Marcelino de Carvalho estabelece que, quando o proprietário de um carro lhe manda buscar ou levar, é norma gratificar o motorista, dizendo que é para uma cervejinha, quando faz calor.