Vesperal das moças

A diferença entre estes dois monstros sagrados do cinema, Bette Davis e Ingrid Bergman, é que, enquanto a americana era uma estrela, a sueca se contentava em ser apenas atriz.

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O filme Gilda, que levou Rita Hayworth ao estrelato, anunciada em cartaz que dizia “Jamais Haverá no Mundo Outra Mulher Como Gilda”. Em geral, os críticos estão longe de colocar essa película entre as maiores, mas o sucesso foi grandioso, sobretudo a cena do strip-tease, que consistia apenas em a atriz tirando uma luva enorme e deixando o braço nu.

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Em seus gloriosos primeiros tempos, o Cine São Luiz, então o melhor do Brasil, exigia paletó. Ainda assim, depois do almoço, Flávio Marcílio, fugindo do barulho das crianças, ia dormir no cinema, dotado de ar-condicionado.

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A sessão chic do extinto e eternamente saudoso Cine Diogo acontecia após a praia, às cinco horas do domingo. Ali estava toda a classe média, inclusive a dita B1, que era (é) a alta.

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Fortaleza teve um cinema, São José, nos Círculos Operários da Praça do Cristo Redentor, que por sinal agora está sendo reformada, o diferente é que os namorados se apartavam na calçada, ela entrando pra esquerda, e ele pra direita, ficando, portanto, separados, durante o filme.

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Nos meus primeiros anos de crônica, estou falando nos 50 e início dos 60, alguns clubes proporcionavam sessão de cinema: o Líbano, às segundas; o Náutico, às quartas, embora não tenha certeza; e o Ideal, às quintas, para adultos, e aos domingos, para crianças. Não havia conforto, mas os filmes eram quase sempre bons.

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Considerada atriz mais provocante do cinema, perguntaram a Marilyn Monroe o que ela vestia para dormir, só para ouvirem a resposta: Ora, Chanel número 5.

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A Barão de Studart teve um cinema, o Ventura, e ficava na esquina da Pinto Madeira ou Torres Câmara. Na primeira fase, fazia parte da Rede Severiano Ribeiro, depois voltou, propriedade, me parece, do próprio “seu” Júlio, todavia, durou pouco.

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O Cine Diogo, que reinou durante 18 anos como principal cinema da cidade, exigia o paletó, até quando o São Luiz foi inaugurado, e aí dispensou, iniciando penosa decadência.

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Quando o cinema era a melhor diversão, Otávio Bonfim chegou a ter duas exibidoras, na praça, o Cine Familiar, dos padres, que ainda hoje estão lá, e bem pertinho, por trás da Sumov, o Cine Nazaré.

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Se me perguntam qual o cinema de minha primeira juventude, direi que foi o Cine Santos Dumont, popularmente chamado Dioguinho, explorado pelos padres jesuítas, no lado sul da Praça do Colégio Militar, onde, me parece, quando fechou, se prestou a uma dependência da Petrobras. Eu ia a pé, pois meus pais moravam na Gonçalves Ledo, e minha avó na Nogueira Acioly.

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As irmãs Joan Fontaine, que fez Rebeca, e Olívia de Havilland, bem melhor atriz, que ganhou um Oscar pelo esplêndido “A Herdeira”, eram inimigas fidagais, e, segundo sei, partiram sem fazer as pazes fraternais.

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Tirante as chanchadas da Atlântida, primeiro filme brasileiro a fazer sucesso real foi “Obrigado, Doutor”, tendo Anselmo Duarte de protagonista.