QUE NÃO SE DESMANCHAM NA AREIA Está beirando os 40 a minha residência paracumbucana, para onde fui induzido pelo grandioso Haroldo Juaçaba, que, na realidade, insinuou uma fazenda, porém, de qualquer forma, se não desse, eu procurasse um recanto longe de Fortaleza, então deu praia. Durante os primeiros tempos, aconteceu um entra-e-sai de personalidades, muitas delas de dimensão nacional, que foram vocacionalmente recebidas, abaixo nomeio não todas, todavia, grande parte delas. Tamba Trio, com Luizinho Eça, Bebeto e Élcio Milito, que aqui se recompôs, por Fernanda Quinderé. Luiz Eduardo Campello, engenheiro cearense formado nos States, e empresário da indústria metalúrgica em São Paulo, e sua mulher Alice de Moraes Barros. Coroado ator Paulo Gracindo. Dr. Brun Negreiros, maior alergista do Brasil. Luiz Carta, da revista Vogue. Armando Falcão, ministro da Justiça de governos distintos, Geisel e JK. Glorinha Drummond, ex-mulher do Ibrahim Sued. Comandante Casales, capitão dos Portos, que atingiu almirantado. Clodomir de Freitas, psiquiatra que introduziu modernas vias de convivência com os internos-pacientes. Milton Moraes, que conquistou o País inteiro fazendo o capanga do bicheiro Tucão da novela Bandeira Dois, que ensejou estreia televisiva de outro cearense, José Wilker, que fazia o filho do mesmo personagem. Zeedson Pontes, médico cearense que participou da mesa que operou o Presidente da França. Mariza Urban, bela jurada do Programa Flávio Cavalcanti. José Rodolfo Câmara, da revista Fatos & Fotos, da Bloch. Condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil. Pontes Neto, ícone da Medicina, fundador da São Raimundo e deputado constituinte, que chegou a presidente da Assembleia. Governador Virgílio Távora (inúmeras vezes). Bebel Sued, filha do Ibrahim, que matrimoniou um Ramos de Santa Catarina. Vicente Fialho, maior prefeito que Fortaleza já teve, na época, ministro. José de Souza Alencar (Alex), pioneiro do comunismo e imortal da Academia Pernambucana de Letras. Cantantes e compositores Evaldo Gouveia e Fagner. Ramon Diaz, empresário catalão, cuja vida acabou com partida do filho único, Xavier, por leucemia. Edite Gentil, mulher do emérito professor-doutor Hugo Pinheiro Guimarães, e que foi vice-presidente das Pioneiras Sociais de dona Sara Kubitschek, primeira-dama do País. Sérvulo Esmeraldo, artista plástico que se fez em Paris. Rômulo Mayorana, proprietário de O Liberal e TV no Pará. Rubens Costa, um dos dois maiores presidentes do Banco do Nordeste.

Em agosto-setembro do ano passado, quando me tornei o primeiro brasileiro a furar o bloqueio europeu, não pude frequentar o Boadas. Trata-se do meu bar favorito em todo o mundo, porém aproveitara o verão para ligeiras reformas, que gracias não mexeram com a estrutura centenária. Encravado no começo das Ramblas, para ali levei muitos amigos, exemplo, Edyr Rolim, que oferecera antes um jantar no restô mais chic de Barcelona, o Botafumero. Armenuhí Boyadjian, folhinha deste sábado, e Paulo Sérgio Santa Cruz, que hoje não acharia graça, pois no recinto não mais vende cerveja. Desembargador Fernando Ximenes e Marfisa, Bel e dr. Sá Júnior, que adoraram o ambiente. Nertan Ribeiro, parceiro bissexto na Caio Cid, com uma namorada dos quadros da Assembleia, que logo elegi, mas, voltando ao Brasil, soube que acabou.

Pensaram e é Nosso Dever Ouvi-los: Se Deus não existe, tudo é permitido (Dostoiévski). O amor construído sobre a beleza morre com a beleza (J. Donne). Pior do que ser mal falado é não ser falado de jeito algum (Oscar Wilde). Bebo para tornar as outras pessoas mais interessantes (George Jean Nathan). Não amo nações ou povos, amo pessoas, além do mais, sendo judia, seria suspeito que eu amasse os judeus (Hannah Arendt). E do autor das Cunhãs: Partir é bom, ficar é triste, porém, voltar é uma beleza (José Mílton de Vasconcelos Dias).