Apanhado político

Apanhado político Não será uma eleição nem várias eleições que poderão salvar o País, pois o buraco é mais embaixo e muito grande. Tem de haver uma mudança de regime, talvez implantação do Nacional-Socialismo, que livrou a Alemanha do Comunismo, nos anos 20 e 30, pois, após a queda da Rússia, a mira dos vermelhos era a Alemanha.

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Apanhado político Na eleição de 1954, quando Paulo Sarasate bateu Armando Falcão, correu, afoitadamente, que Falcão teria sido vítima de urnas superpostas no município de Itapipoca, que teriam elevado em 15 mil a votação de seu adversário. Chefe da campanha da UDN, partido de Sarasate, Virgílio Távora, em conversas mais íntimas, parecia confirmar a fraude que virou o placar.

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Waldemar Alcântara veio se queixar ao repórter: Aparentemente, quem manda é o Virgílio, só que quem manda no Virgílio é a Luíza, e quem manda na Luíza é a Nícia, irmã mais velha, e quem manda na Nícia é o Flávio Marcílio. Então, fica muito difícil o acordo com a turma do PSD, que eu lidero.

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Coronel Adauto Bezerra, que com Virgílio e César formou triunvirato de governadores militares que só fizeram bem ao Estado, quando deixou o Governo, teve uma senatória à sua disposição, porém não aceitou. Eu estava em Mar del Plata, cobrindo Mundial da Argentina, quando o Paulino Rocha, que ficara aqui, comunicou-me sua desistência, e eu, imediatamente, fiz um apelo, via Verdes Mares, ao juazeirense para que fosse candidato. Não atendeu, por motivos até hoje não bem esclarecidos, e acabou sendo deputado federal mais sufragado, com o meu voto, acredito que 120 mil.

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Logo após a Revolução de 1964, um inquérito policial militar da Décima Região pediu à Assembleia cassação de cinco deputados envolvidos, principalmente, com contrabando de café. Nesse tempo, ainda tinha de passar pelo Legislativo, porém a mesa resolveu ganhar tempo e, depois, alegou que caíra em exercício fino. Os comandos, mesmo de dedo no nariz, aceitaram, porém a oficialidade jovem, não, e o Choque passou pela casa de cada parlamentar, prendendo na marra. Castello Branco mandou soltar imediatamente, porém os capitães e tenentes não aceitaram, e criou-se o impasse. Castello deslocou pra cá comandante do Quarto Exército, general Lira Tavares, e a solução encontrada foi soltar os deputados pela manhã e Assembleia cassar à tarde.

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Fausto Cabral foi o senador não eleito que mais assumiu, passou sete anos na chamada Câmara Alta, beneficiado pelos três em que Parsifal foi ministro e Plácido governador. Já o meu amigo Esmerino Arruda foi dezesseis anos suplente e não assumiu um só dia.

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Jorge Furtado Leite e Paes de Andrade, mesmo já idos, continuam liderando relação recordista dos deputados federais cearenses. Fica difícil é o desempate, pois, se Paes foi presidente da Câmara, Furtado Leite, secretário, posição também valiosíssima. Furtado Leite, por outro lado, leva vantagem de oito vezes seguidas, sem intervalo, enquanto Paes, mais para o fim, intercalou, ficando quatro anos sem o posto.

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Expedito Machado era para ter sido governador do Ceará. O Ministro da Viação carreou grandes recursos para o Governo Virgílio Távora e, sobretudo, a Prefeitura de Murillo Borges. Dentro do esquema de rodízio entre os dois maiores políticos, UDN e PSD, e ele militava no PSD, Virgílio Távora mais tarde admitiu que Expedito seria o nome para sucedê-lo. Evidente vocação política, teve sua carreira ceifada pela Revolução de 1964, a meu ver, injustamente.

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Carreira do nosso Virgílio Távora foi volumosa e brilhante, embora não invicta, pois perdeu, em 1958, o Governo, para Parsifal. Certamente, ele não contava com a grande seca que adviria, ensejando o Governo Federal, por meio do DNOCS, entrar na parada e virar o jogo.

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No nosso currículo parlamentar, existe um caso de pai, filho e neto eleitos deputados federais. Estou falando do senador Távora, do Virgílio e do Carlos Virgílio. O Lúcio Alcântara pretende corrigir, com seu pai, ele e o Leonardo. Só que Waldemar não foi eleito, assumiu como suplente.

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Quando assumiu Ministério da Aviação, no governo parlamentarista de Tancredo Neves, Virgílio Távora veio ao Ceará e convocou uma reunião de todos os seus comandados daqui, entre outros Correios, DNOCS, DNOS e RVC, onde aconteceu. Todos esperavam uma pergunta de trabalho, porém VT iniciou assim: "Os senhores acham que eu sou um grande ministro?" Surpresos, a calação foi geral, ensejando a seguinte saída do grande político: "Tomo o silêncio como uma afirmativa."

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Professor Parsifal Barroso, meu particular amigo e protetor, teve uma década, em sua carreira, que, parece-me, nenhum outro político usufruiu. Quero me referir aos anos 50, onde começou como deputado estadual, logo depois eleito federal, depois senador (que pouco exerceu, pois foi ser ministro de Juscelino), terminando como governador. Depois, ainda teve dois mandatos em Brasília, que, lamento dizer, nada acrescentaram ao brilhante currículo.

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César Cals foi grande governador, um dos cinco melhores que tivemos, porém deixava a desejar como político. Ele praticamente deu na bandeja a senatória pro Mauro Benevides, lançando Edilson Távora, excelente deputado, mas, tradicionalmente, de precário apelo na Capital. César, que chegou a chefiar grupo político, terminou com um só deputado estadual, seu filho Marcos.

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Sempre que abordado para estabelecer quais foram os melhores prefeitos de Fortaleza, abro a relação com Vicente Cavalcante Fialho, que, entre outras vantagens, foi descobridor da quinta cidade do Brasil. Em segundo lugar, Murilo Borges, na mais acirrada disputa já havida, batendo, nos finalmentes, Péricles Moreira da Rocha e Moura Beleza. Em terceiro, Cordeiro Neto, pois só a Perimetral vale por uma administração. Em quarto, Juraci Magalhães, mas pretendo realçar só a primeira gestão, pois, depois, nefastas participações quase acabam com ele. O engenheiro José Walter Cavalcante fecha a lista, homem seriíssimo, embora péssimo político.