Inocente

Quando chegou em Hollywood, Ingrid Bergman era, podemos dizer assim, inocente, e não pagava convite pra festa de artista que lhe mandavam. Então, o patrão, Selzinick, por trás, em que ela soubesse, cobria.

Tela demais

Na segunda parte dos anos 40 e começo dos 50, Fortaleza tinha 15 cinemas: E. Diogo, Moderno, Majestic, Rex, Luz, Centro, Ventura, Familiar, Joaquim Távora, Messejana e Santos Dumont, pela Empesa Ribeiro, Samburá, Jangada, Araponga, Toaçu e Atapu, pela empresa de Amadeu Barros Leal.

Sem perdão

A Um Passo da Eternidade rendeu dois Oscars, ambos coadjuvantes, Frank Sinatra e Donna Reed. Não receberam Burt Lancaster, Deborah Kerr e a maior das injustiças, Montgomery Clift.

Ordem na tela

Ingrid Bergman não foi nomeada para o Oscar por Casablanca. E quanto a Bogart, foi nomeado, porém, deram a estatueta ao Paul Lukas, que interpretou Pasteur. Isso foi uma das aberrações promovidas pela Academia do Cinema.

Esquecido

Insinuante ator Burt Lancaster, apesar dos ótimos desempenhos, nunca mereceu um Oscar da Academia.

Desculpa fraca

Para não dar a Montgomery Clift o Oscar por A Um Passo da Eternidade, a Academia de Hollywood proclamou que o motivo tinha sido que ele concorria em duas categorias: ator principal e coadjuvante. O mundo cinematográfico jamais aceitou tal justificativa.

Sem sucessão

Quando tentaram refilmar O Anjo Azul, a protagonista Marlene Dietrich, ao ser ouvida a respeito, reagiu assim: uma outra Marlene vocês poderão encontrar, porém, onde vão achar outro Emil Jannings? (ator já falecido que tinha feito o médico que a paixão do anjo destruíra).

Papel real

Interpretando maravilhosamente a bela e adúltera Leslie, em A Carta – por muitos considerado seu melhor desempenho no cinema –, Bette Davis foi apontada pela fofoquice de Hollywood como sendo amante do diretor William Wyller, o que jamais foi confirmado.

Tela grande

O filme Tarde Demais – com Olivia de Havilland e Montgomery Clift, ela, a moça rica, que o pai acha sem graça, e ele, como o caça-dotes – termina com os dois separados, com ela ouvindo as pancadas do pretendente na porta, porém, se negando a abrir. No Cine Pedra da Costa, esse filme, que consagra os dois, foi levado para os aplausos gerais.

Palco testemunhou

Sim, é verdade: na minha única intervenção teatral, estrangulo a grande dama do teatro, Nadir Saboya, no intervalo do primeiro para o segundo ato. Eu fazia o papel de um policial, que no final se sabe assassino, na peça A Ratoeira, de Agatha Christie, que aqui recebeu o nome de Os Três Ratos Cegos, levada pela Comédia Cearense, de Haroldo Serra, com direção de José Maria B. de Paiva – que também trabalhava, fazendo o major inglês –, enquanto Maristher Gentil, em sua única aparição, teve deslumbrante atuação no [teatro] José de Alencar, botando gente pelo ladrão.

Amor & obscuridade

Tendo trocado Hollywood pela Europa, movida à grande paixão que nutria pelo diretor Roberto Rosselini, Ingrid Bergman não realizou nem um filme de ponta, tendo até mesmo alguns desempenhos malhados pela crítica, que não aplaudiu sua passagem italiana.

E o vento levou

Vivien Leigh, que faz a sensacional Scarlett O’hara, ganhou o Oscar. Porém, Clark Gable não atingiu a estatueta.

Prêmio tardio

Humphrey Bogart ganhou apenas um Oscar em sua frondosa carreira, quando contracenou com Katharine Hepburn no filme A Rainha da África, que a crítica aplaudiu, mas o público nem tanto, pois o achou monótono.

Tela e palácio

Corina Mura trabalhou em Casablanca e, como cantante e guitarrista, se apresentou três vezes para o presidente Roosevelt na Casa Branca.

Tela nos is

Casablanca não foi o filme favorito de Ingrid Bergman, que preferiu, por exemplo, Por Quem os Sinos Dobram, um dos dois que teve como parceiro Gary Cooper.

En petit comitê

Ingrid Bergman estrelou dois filmes com Gary Cooper, Por quem os sinos dobram e Mulher exótica, os quais não entraram no circuito comercial, sendo exibidos exclusivamente na Base Aérea, em que apenas os oficiais e seus amigos tiveram acesso.

Dele

Essa foi uma das mais notáveis de Oscar Wilde: Como nunca foi genial, nem brilhante, nem famoso, ele nunca teve inimigos.

Barata

Michelle Morgan foi cogitada para desempenhar em Casablanca o papel que acabou sendo de Ingrid Bergman. Acontece que a francesa pediu cinquenta milhas, enquanto que a sueca deslumbrou o mundo pela metade.

Na tela

Dooley Wilson, o pianista negro de Casablanca, era baterista na vida real, e no filme, apenas dublou, por sinal, com muita eficiência, tecladista de verdade, Elliot Carpenter.

O mundo toda

Quando Casablanca foi lançado em 1943, a produtora Warner Broa divulgou que 34 nações estiveram representadas no elenco do maior filme de todos os tempos.