Categoria: Apanhado político

Eu fui a Iguatu na oportunidade em que Virgílio Táνοra visitava o município, participei da vilegiatura que ele fez, tendo ficado bem impressionado com a atuação do prefeito Juarez Gomes, que mais tarde seria injustamente torpedeado pelo pessoal do PSD, no Tribunal de Contas, o que me levou a procurar o Comandante da Décima Região, para contar o que estava se passando, para ouvir dele que seu comando não tinha poder para intervir no Tribunal de Contas. Foi uma pena que a carreira do Juarez não tivesse tido prosseguimento.

Quando presidente da Federação Cearense, o deputado estadual Expedito Machado iluminou o Presidente Vargas, porém, jamais foi reconhecido.

José Fiúza Gomes foi um vereador que optou por um voo mais alto, disputando uma cadeira de deputado estadual pelo PST (Partido Social Trabalhista), aqui chefiado por Moysés Pimentel. Ele, Fiúza, fez parte de uma das primeiras listas penitivas, sem que fosse dado a saber o motivo de sua cassação.

Mauro Benevides não chegou a ser governador ou prefeito, tendo começado vereador em 54, bafejado depois com quatro eleições de deputado estadual, a seguir, duas vezes senador e duas vitórias de deputado federal.

Edilson Távora chegou quatro vezes à Câmara dos Deputados, em 58, 62, 66 e 70. Seu colégio principal era comandado por Elizeu Batista em Orós, e na realidade, ele nunca teve problema de eleição, embora também nunca tenha sido dos primeiros. Aliás, foi sempre muito bom parlamentar.

Na reunião do PSD, presidida pelo Dr Pimentel, para selar o acordo da União pelo Ceará, o Dr Waldemar de Alcântara pediu a palavra e anunciou que o candidato ao Senado deveria ser Wilson Gonçalves, e não Armando Falcão, como estava previsto. Dentro do seu habitual modo de proceder, Falcão, cujo nome, até então, era previsto para a Câmara Alta, comunicou ao chefe Pimentel que não faria nenhuma questão, desde que o partido lhe municiasse dos colégios eleitorais, garantindo a sua permanência na Câmara dos Deputados.

Beto Studart marcou espetacularmente a noite de autógrafos de minha biografia, reunindo no pátio do BS Design, personalidades em busca do meu autógrafo, em noitada que adentrou.

Enquanto o PSB forneceu o Primeiro-Ministro Tancredo Neves, a UDN entrou com dois de seus maiores nomes, Virgílio Távora, em Viação e Obras Públicas, e Gabriel Passos, em Minas e Energia.

José Macedo foi três vezes deputado federal, sempre bem, mas não exageradamente sufragado. Não brilhou, porém, justiça lhe seja dada, fez tudo pra não ser, tentando, primeiro, ex-governador e presidente do Banco de Nordeste, Raul Barbosa, e depois seu irmão, Antônio, que faleceu uma semana antes do pleito. Ele foi duas vezes suplente, e quando depois só lhe deram uma segunda suplência, achou que estava na hora de parar.

Quando deixou o Governo, em 1966, Virgílio Távora foi residir vizinho ao 410 da Barão de Studart, casa originalmente pertencente ao senador Fausto Cabral. Aliás, Plácido Castelo ali também morou, em frente onde hoje se situa o Palácio da Abolição.

Não é correto dizer que nosso Virgílio Távora foi ministro de João Goulart, de quem, por sinal, foi colega na Câmara Federal, e era amigo. Tem verdade, VT foi ministro da Viação e Obras Públicas, indicado por seu partido, UDN, do Gabinete Parlamentarista de Tancredo Neves.

O último banquete realizado no Palácio da Luz foi oferecido pelo governador Parsifal ao presidente Juscelino, que ao agradecer a seu anfitrião, proclamou: “Maldita hora que vocês roubaram o meu Ministro.

Antônio Horácio foi um cearense candidato a deputado federal que conseguiu voto, embora vivesse afastado torrão, que lhe permitiram uma cadeira no Palácio Tiradentes. Foi deputado de uma só eleição, sempre ligado ao pessoal da Confederação Nacional da Indústria.

A UDN estava no poder. Com Faustino Albuquerque encerrando seu mandato, veio o pleito de 1950, e o da situação lançou Edgar de Arruda; o PSB, Raul Harboss. Nesse tempo, votava-se também para vice, e Raul indicou Stênio Gomes. Aliás, Raul figura na minha lista dos cinco maiores de todos os tempos, sem facilitar um só momento com a coisa pública.

O Ceará deu senador de oito anos, Virgílio, Sarasate, Olavo Oliveira, deu senador de quatro, Menezes Pimentel, e deu senador de três, Fernandes Távora, na eleição de 1947.

Em meio aos anos 50, a Assembleia foi acusada pela imprensa de gastar um milhão em legumes. O deputado Almir Pinto foi à tribuna e proclamou: “Então, somos a casa mais vegetariana do Legislativo brasileiro.

Simas de Oliveira, do Banco do Brasil, de quem mais tarde fiquei amigo, era um cara-dura. Quando eu conheci, em um almoço no Rancho Alegre de Edmilson Pinheiro, me aproximei da mesa onde estava, e quando fiz menção de puxar a cadeira, ele advertiu: Sei que você é cronista social, mis esse lugar é da sra. Orlando Silva (Zilka Costa Lima).

Se for escolher qual meu grande momento este ano prestes a findar, já o tenho nome indiscutível: Beto Studart. Ao bancar minha biografia, cuja edição entregou ao Reginaldo Vasconcelos, o Beto assume o lugar de todas as honras, pontaponteando, sobretudo, o talento de que é possuidor e a vontade de realizar, que demonstrou, ensejando aquela magnífica noitada no pátio do BS Design, congregando o melhor do melhor que a sociedade possui.

Cláudio Correia Lima, tio legítimo da Miss Brasil Emília, tem recorde negativo registrado, foi o candidato a deputado federal menos eleito, não conseguindo, sequer, uma suplência.

No Jubileu de Pérola do confreiro Ibrahim Sued, tive oportunidade de encontrar e conversar com uma das mulheres mais proeminentes da sociedade carioca, Ivone Giglioli, cearense de Cascavel, neta do J. Lopes, que deu nome à rua, que foi casada, inicialmente, com Joel Monteiro, primeiro goleiro da Seleção Brasileira em Copa do Mundo, e que também conheci pessoalmente, numa boate do Rio.