Categoria: Comportamento

Numa apresentação, o aluno é apresentado ao professor, o jogador de futebol ao treinador, o paciente ao doutor e o padre ao monsenhor.

Numa apresentação, o homem é apresentado à mulher, o mais jovem ao mais velho, o menos importante ao mais importante. Assim, se eu não conhecesse Camilo Santana e o Mauro Filho fosse me apresentar, diria: Governador, este é o Lúcio Brasileiro, colunista de O POVO.

Numa apresentação, quem diz os nomes e as profissões é quem apresenta, e não as pessoas apresentadas, que se limitam ao “muito prazer” ou “prazer em conhecê-lo”.

Fiquem vocês sabendo que adulto não deve beijar criança. Se beijo tem de haver, será da criança pro adulto, que porta milhares de bactérias a mais.

Se você se enamora de um companheiro de trabalho, estupendo. Porém, as relações sentimentais devem ser guardadas para depois do expediente, evitando, assim, rumores que darão ensejo até mesmo a ciúmes.

Se o homem acende o cigarro de uma senhora, ela não apaga com um sopro, o cidadão é quem deve assim proceder.

Uma mulher nunca acende o cigarro de um homem. Entretanto, se ele não tiver fósforo ou acendedor, ela poderá oferecer um ou outro.

Quando você se cita a si mesmo, entre um grupo de pessoas, em vez de “Eu, Fulano, Beltrano e Sicrano”, diga “Fulano, Beltrano, Sicrano e Eu”, colocando-se em último lugar. Na expressão “Nós fomos ao cinema, Maria, João e Eu”, o “Nós” já dispensa o “Eu”, pois significa que você foi também.

Do mestre Marcelino de Carvalho: A expressão “senhor” tem duas abreviações, a certa “Sr.” e a popular “Seu”. Não havendo possibilidade de se evitar a segunda, tanto se vulgarizou, ela é aceita, mas somente no falar. Escrever “Seu” por “Senhor” é erro de palmatória.

Governador não manda representante a banquete, para evitar que um Secretário de Estado enviado por ele tenha colocação superior, por exemplo, ao Vice, aos Presidentes da Assembleia e do Tribunal, ao Prefeito da Capital ou ao General-Comandante. Aliás, melhor mesmo é nenhuma autoridade se fazer representar em banquete.

A uma solenidade a que esteja presente o Governador, nenhuma outra autoridade poderá se fazer representar. Ou vai pessoalmente ou manda avisar que não poderá comparecer, por motivo de ordem superior.

O noivo não deve pedir a mão da noiva, porque já o fez a ela diretamente, dentro da mesma geração. Assim, a nobre missão de solicitar ao pai dela caberá ao pai dele, ao avô, ao irmão, ao tio, ao padrinho de batismo, ao professor, a um colega de trabalho mais velho ou até mesmo a um amigo.

Em cerimônia de caráter estadual, quer dizer, sem presença de autoridades federais, o Cerimonial manda que se coloque primeiro o Governador; segundo, o Vice; terceiro e quarto, os Presidentes da Assembleia e do Tribunal de Justiça; o quinto, o Prefeito; e em sexto, o General-Comandante.

Chiclete pode até ajudar a deixar de fumar, só que, em público, é o fim da picada. Recomenda-se mascar em surdina.

O trote sempre descamba para o mau gosto e a falta de imaginação. Deve, assim, ser evitado, a não ser entre a garotada. Para que aconteça entre adultos, faz-se mister ser algo muito bem bolado e que não dê chance ao recebedor de não cair.

Piada nem sempre será boa diversão, até mesmo porque dificilmente aparece quem saiba contar. Mais bem recebida é a historinha real, à qual se acrescenta uma pitada de sal, inteligente e particular.

Em vez de dizer “Eu, Beltrano, Sicrano e Fulano fomos ao cinema”, se ponha sempre em último lugar, assim: “Fulano, Sicrano, Beltrano e eu”.

Se pretende ser considerada uma pessoa bem-educada, além de conveniente, nunca demonstre em público ser íntimo de uma autoridade da primeira página do Almanaque.

Meus queridos amigos Walter e Norma Cabral, que tanto me apoiaram no começo, servem de exemplo de como entrar numa festa, sempre sorrindo, e ele professando ótimas tiradas de espírito.

O Mestre Brasileiro do Bom Tom, Marcelino de Carvalho, assinala que todo marido deve tratar com deferência sua mulher, sobretudo em público. Porque não existe coisa mais desagradável do que uma briga de casal diante de outras pessoas. Havendo divergências, nenhum deles deve pedir opinião de terceiros, que ficariam constrangidos em responder, não tendo realmente coisa alguma a ver com a questão.