A abstração de Antônio Bandeira herdada pelo espólio de José Macêdo tem uma história interessante. O grande empresário convidou dona Olga Barroso para conhecer a casa que ele vinha de construir. A então primeira-dama sugeriu convidar o pintor, que chegara de Paris, onde, na época, morava. E lhe pediu para que levasse um dos seus trabalhos, para conhecimento de sua obra pelo anfitrião. Que, incentivado pela amiga, que não admitia uma casa bonita daquela sem um Bandeira, fechou negócio na hora da sobremesa. A belíssima peça, um óleo sobre tela de fundo azul, logo ocupou a sala de jantar. E depois que se mudaram pro apartamento, vizinho, dominava a parede norte do living-room.

Em O POVO-CBN, onde mantenho, de segunda a sexta, um Minuto completamente versado sobre as dúvidas de ávidos ouvintes: Por exemplo, quem pede faca pra cortar espaguete não merece paladalizar essa deliciosa iguaria italiana. Para a qual se utiliza o garfo, a colher fazendo o papel da faca. Tenho abordado também o que fazer para abrandar a sopa quente que lhe é servida. Importante é saber que não se levanta o caldo com a colher e, também de jeito algum, se sopra no prato, para esfriar. Na realidade, deve vir da copa já na temperatura comível, quer dizer, morna, que é o ideal, dando a saída certeira aos comensais.

Edson Queiroz demonstrava muito apreciar minha cobertura do Iracema Plaza. Onde participou, sempre bem-vindo, de almoços e jantares, geralmente papos prolongados. Também o incluí, obviamente, quando reuni um grupo em torno do ministro das Minas e Energia César Cals, na Rua Caio Cid. No Panela, seu restô favorito, sempre de Yolanda ao lado, entrávamos pela noite adentro. Foi na Torre que me ensinou a servir devidamente a vodca, pondo o caviar sobre o bloco de gelo e o líquido no meio. Ainda hoje tenho dificuldade em absorver sua morte, pois curtia demais a personalidade e a conversação.