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65 ANOS SALPICADOS DE SAUDADE

Segundo Jubileu Diamantino se oportuna recordar diversos momentos permanecidos na retina, emparceirada com a memória.
Racha da Moçada do Náutico, no terreno ao leste do clube, onde Antônio Guimarães começaria a instalar, logo depois, o Parque Aquático do Meireles.
Pôquer vespertino em quartinho do Ideal, que Gustavo Silva, anos depois, demoliria, para colocar a piscina infantil, hoje extinta.
Pifepafe da Lurdes Gentil, a mais seleta roda da cidade, no Beco da Alegria da Rua Tabajaras.
Ateliê do arquiteto Enéas Botelho, onde, final da tarde, Zenon Barreto fazia rolar uma cachacinha legal.
Restô Panela, no térreo do Iracema Plaza, onde, tantas vezes, encontrei grandioso Edson Queiroz.
Presunto Ramon do espanhol Artur, em uma pequena casa ao lado do Imperial de Pedro Lazar.
Sorveteria e lanchonete da loja de variedades de Romeu Aldigheri, pela Barão do Rio Branco, quase Liberato Barroso.
Cine Moderno, onde, pela primeira vez, assisti e me apaixonei por “Casablanca”.
Vinhas dos Lopes, de Lauro e Marildes, em Guaramiranga, cuja ala moderna foi vendida, eles só mantendo o leste de antigamente.
Cavala frita, nas madrugadas do Estoril, em Iracema.
Mesa da Turma Volare, nos sábados do Ideal, embaixo de um coqueiro com muito coco, que, por sorte, nunca caiu sobre nossas cabeças.
Programa Eles Fazem a Cidade, na pioneira TV-Ceará, sob os auspícios de J. Macêdo.
Biriba da Tá (Altair Oliveira), às quintas, e, mais animado ainda, domingo.
Futebol no Presidente Vargas, onde meu pai Natalício ia deixar em seu possante, porém não ia buscar, e um dia esqueceu de me dar a grana do ônibus, e voltei cantando “Amor Febril” do estádio, na Marechal Deodoro, até à Maria Tomásia, onde morávamos.
Reuniões da Turma do Líbano, liderada por Adrísio Câmara e Régis Jucá, na Santos Dumont com Rui Barbosa.
Também os piqueniques da citada curriola, como se dizia na época, no Caça e Pesca, e, naturalmente, a tertúlia do Maguari.
O Cumbuco pioneiro e a roda que já perdeu, para o Além, Reginaldo Rangel.
Torre do Iracema Plaza, com festas que muitas vezes madrugavam.
Jantares de segunda a sexta no 410 da Barão de Studart, onde a comida ficava fria, porque o governador Virgílio Távora se trancava com os políticos no quarto e demorava a vir.
O Cassino Belisa, na Rua Edgar Borges, que abria às duas da tarde e que servia impecável carne moída.
Hotel Glória, do Rio, onde “morei” por um quarto de século.
E peço vênia para ficar por aqui mesmo, pretendendo, nostalgicamente, voltar ao assunto.

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