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CEARÁ DÁ MISS BRASIL

 

Emília Correa Lima, para meu gáudio, é minha irmã de Jubileu, ambos fazendo, neste ano, o Biamantino, 65.
Quando atingimos Prata, ela de Miss Brasil e eu de jornalismo, levei-a ao palco do Centro de Convenções, para receber uma placa que lhe foi entregue pelo governador Virgílio Távora.
Nosso espaço de hoje é a ela dedicado, reproduzindo texto de José Mauro Gonçalves, do Diário da Noite, então um dos principais vespertinos da imprensa carioca.
Emília estudou durante muitos anos no Colégio Bennett, famoso por sua qualidade didática e pela flor da mocidade que o tem frequentado.
Pouco conhecida no Rio, de volta pra sua terra natal, foi morar com seus pais, o senhor Híder Correia Lima e dona Sara, casal magnífico, ele grande e humanitário médico, diretor do Serviço de Tuberculose do Estado.
Voltou à então Capital Federal para disputar, em Quitandinha, o cobiçado título de Miss Brasil, e, desde o primeiro momento, tornou-se franca favorita. Era a mais procurada pelos fãs e já era considerada vencedora antes do desfile.
À noite, no Teatro Mecanizado, Emília Barreto Correa Lima foi consagrada a mais bela brasileira, corria o ano de 1955.
Sua vitória foi recebida com agrado geral e ela começou a se preparar para a viagem aos Estados Unidos.
Antes, entretanto, esteve visitando São Paulo, e foi homenageada em Santos com grande festa, à qual esteve presente a então detentora do título, nada mais nada menos que Martha Rocha.
Em Long Beach, disputando o Miss Universo, foi classificada entre as 15 semifinalistas, tendo deixado nos States o nome limpo e honrado, mediante sua conduta irrepreensível.
Depois, regressou ao Ceará, e logo anunciou que iria desposar um estudante de Medicina, Honorato Ferreira Lima.
À véspera de abandonar o cetro, declarou em entrevista à Manchete que não saíra do certame nem mais pobre nem mais rica, não tendo ficado um cent de saldo dos dólares recebidos para enfrentar despesas de viagem.
Os presentes ficaram como única recordação, sendo o mais comovente de todos a rosa que ganhou do Julinho, seu aluno de quatro anos.
Tendo horror a publicidade e a certo tipo de popularidade, com tantos dotes morais e intelectuais que sobrelevam suas qualidades físicas, não pequenas, Emília é bem um exemplo vivo de moça que não deveria participar de concurso em que a parte sensacionalista é fundamental.
Hoje, Emília é viúva do major Wilson Santa Cruz Caldas, que a esposou na Matriz do Carmo.

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