RETRATO FALADO
A Favorita dos Sinos, quando, em 1953, a matriarca Gentil, dona Melinha Frota, partiu, aos 84, Fortaleza tinha 53 igrejas, e todas repicaram, pois vivia pra caridade.
A Cearense da Casa Branca, para Edite Pinheiro Guimarães, que ali entrevistou presidente John Kennedy, que a revista maior, O Cruzeiro, publicou.
A Mãe da Criança, para Zilda Martins Rodrigues, avó do Cabeto, fundadora da Cidade que fronteia o Coração de Jesus.
A Delegada Que Só Prende Por Amor, para Margarida Borges.
Primeira Amiga do Livro, para Helena de Aguiar, em casa de quem o Clube começou, com a palavra de Eduardo Campos.
Pérola de Camocim, para Zelma Câmara, viúva do Adrísio, guru da Turma do Líbano, de curta, porém, eterna duração.
Primeiríssima-Dama, para Luíza Távora.
Vermeil, para Celma Bitar, prata banhada a ouro.
A Mulher do Século, para Beatriz Philomeno.
A Filha do Museu, para Zuleide Menezes, a quem o pai, grandioso Martins Filho, entregou o avanço pirotécnico da Universidade.
A Papisa do Palco, para Nadir Saboya, estrela de A Ratoeira, que marcou minha única incidência no teatro.
A Protetora, para Carola Picanço, que muito trabalhou pelo Patronato Nossa Senhora de Fátima, cercano da Praça do Liceu, que abrigava moças desamparadas vindas do sertão.
A Rica Que Virou Milionária, para Yolanda Queiroz, que, quando esposou Edson, era herdeira de Luiz Vidal, comerciante da zona norte, mais abonado do que “seu” Genésio.
A Criadora Gentil, para Maristher, que durante anos movimentou a melhor sociedade, promovendo A Rainha da Primavera e o primeiro desfile de modas no Ideal.
A Dama do Açude, para Isaura Batista.
A Hospedeira do Presidente, para Lurdes Moreira, em cuja casa general Castello Branco sempre pernoitou, quando vinha a Fortaleza.
A Moça das Esmeraldas, para Consuelo Dias Branco.
A Noiva de Santa Cruz, para Armenuhí Boyadjian, que ali esposou Paulo Sérgio.
Condessa Tupinambá, para Eveline Cavalcanti, que tem na árvore o Bispo de Sobral, Dom José.
Bolo Confeitado, para Balu Frota, que por dezenas dominou o mercado.
A Rancheira Alegre, para a minha particular amiga Nicinha Pinheiro, que, quando Edmilson construiu a bela casa do Siqueira, manteve em alto nível de animação, anfitriola vocacional que era.
Torre Dona Maria, para parte superior do residencial construído pela Nossa Senhora de Fátima, e onde José e Maria viveram os últimos anos de exemplar existência.
Santa Maria, para a senhora Eymard Amoreira, imbatível na fé religiosa.
A Tradutora, para Ilka Ribeiro Carneiro, que passou Lawrence da Arábia do francês para o português.
Castelo de Bolso, onde Lurdes Gentil, provinda da melhor tradição pernambucana, sentou praça, após residir em Benfica (casa da Reitoria) e Iracema.
E dos Batismos Brasileiros, por hoje, é só.