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HORA DE COQUETEL

Com título acima, pretendo reverenciar a memória do precioso colega pernambucano, embora nascido nas Alagoas, José de Souza Alencar, imortal da Academia, e que assim batizava seu programa dominical na TV Jornal do Commercio, onde me levou algumas vezes.

Vamos começar pelo uísque, que, pras bandas de cá, quer dizer, Nordeste, só é cabível após as cinco da tarde.

Cachaça, cedíssimo da manhã, em beira de açude, antes da pesca ou do mergulho.

Champagne, nas grandes ocasiões, servido em taças para o brinde, e em copo longo com gelo não moído, quando então faz o papel de drinque.

Rum pede sempre uma mistura, preferencialmente coca-cola.

Vinho branco, para acompanhar pescados, crustáceos e frutos do mar, tais ostras e mexilhões, deve ser servido gelado, da máquina ou do balde.

Vinho rosê, preferido do mulherio e abominado pelos homens, pode ser usado como aperitivo, mas também acompanha queijo ou omelete.

Vinho tinto, excelente para compor a cozinha italiana, se saindo também de modo alvissareiro com pizza, faz crescer a macarronada, desde que não leve leite.

Tio Pepe se presta, sobremaneira, para sopas, podendo ser frio, desde que o caldo não esteja muito quente.

Vodca, como drinque, apenas com gelo, em mistura, com suco de laranja ou tomate, mas principalmente acompanhando caviar, aliás, a cozinha russa inclui um prato chamado Blinis, um tipo de panqueca, que ultrapassa os limites da gostosura.

Gim, bebida perfumada, que não se mexe com o dedo nem se bate com o gelo no copo, devendo ser deixado algum tempo em repouso. Cabe sempre uma mistura, sendo a principal a água tônica e uma rodela de limão. Apropriado para dias de sol, enfrentando o mar aberto, dentro de um barco. Recomenda-se consumo não exagerado.

Dry Martini, o mais famoso dos coquetéis, levando basicamente três partes de gim e uma parte de vermute, cabendo sempre gotas de angostura e limão siciliano, queimado sobre um palito de fósforo.

Daiquiri, servido em pequenos copos de pé, levando gim e açúcar nas bordas, faz muito sucesso entre jovens, sobretudo moças.

Licor, para depois do jantar, após a sobremesa, completamente indevido caber gelo ou esfriar dentro da garrafa.

Conhaque, o mais alto teor de álcool, vem em copo balão, menos da metade de uma dose, devendo ser aquecido não no fogo, que é burguês, mas com as mãos, prática de nobre.

Caipirosca, com qualquer tipo de vodca.

Caipirinha, com cana ou pinga.

Campari, para o dia em que não se pretende beber muito, bonito, mais que saboroso.

Ferné Branca, bebida italiana, produzida por ervas e um tanto alucinógena, devendo ser tomada sempre com mistura.

Cerveja, única que em jejum não provoca dor de cabeça, se aplicando também como cura-ressaca, se o pileque da véspera foi de destilada.

E é só, porém, apenas por hoje, porque o assunto mexe com a gente, bebedores ou não.

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