Primeira Página

METENDO A COLHER

Quando Chico Philomeno decidiu instalar, no térreo fronteiriço do Iracema Plaza, onde eu morava, o restaurante de seu hotel, a ideia inicial era que se chamasse Tampa, porém eu então lhe observei: Não vai pegar, bote Panela. E foi, pelo menos nos primeiros anos, um grande sucesso.

O Náutico teve um bar que não se firmou, pois cometera um erro de montar em cima, obrigando o cidadão a descer uma escada para fazer pipi. O nome também não convenceu, e muito pouco criativo, NAC’s.

Na presidência Roberto Machado, o Ideal montou um espaço no subsolo do lado exterior do restaurante, entregando o projeto ao Mino e ao Ponce de Leon, que não foram felizes, e pouco durou.

Fortaleza não servia gelo que prestasse, daí então o Zewaldo Cabral decidiu abrir uma fábrica, em sociedade com o irmão Valdir. O presidente da Federação das Indústrias, José Flávio Costa Lima, achou por bem advertir o autor da ideia: Este Lúcio é um visionário. Você vai é perder tudo o que ganhou no algodão, o cearense não dá bola a gelo, só liga pra marca do uísque. Felizmente, não foi ouvido, e o Ice aí está abastecendo os melhores títulos e sustentando com muita dignidade a família que deixou.

Era uma noite de domingo, e optei jantar no Náutico, onde o José Khoury, que dirigia o restô, me informou haver sido convidado para tocar a churrascaria que iriam instalar no Hotel Imperial. Ora, churrascaria como, se o Ceará não tem carne? Tomei o carro e me dirigi imediato pra casa de Ésio e Madalena, a quem fiz ver que muito mais útil à sociedade seria uma boate. Daí, surgiu a Meia-Noite, que permaneceu dois anos, quando os irmãos Pinheiro tiraram o maître Gonzaga e trouxeram o contador da firma pro seu lugar.

Foi ideia minha que toda vez que o Governador viajasse pra fora do Estado, levasse um jornalista. Transmiti ao Nertan Macêdo, porta-voz do Palácio da Luz, que imediatamente passou para VT, que aceitou. A primeira seria minha, porém o confreiro Milano Lopes ponderou que eu lhe cedesse, pois precisava acompanhar o pai, adoentado em São Paulo. Depois, veio a da Bahia, e novamente cedi, desta vez, pro Dário Macêdo.

Tratava-se, no caso, da visita de De Gaulle ao Brasil, e Távora iria ao Rio para recepcionar o presidente francês junto ao general Castelo Branco.

Aconteceu uma intriga bizantina e uma pessoa me comunicou que VT não poderia me levar.

Resolvi procurar a pessoa certa e, à noite, no 410 da Barão de Studart, contei a dona Luíza o que estava passando. A primeira-dama chamou o Nertan e lhe fez ver sua vontade que eu viajasse. E foi o que, decididamente, aconteceu.

Minha primeira vitória como colunista, e tinha apenas 16 anos, foi quando da inauguração do Centro Massapeense, com a realização da festa da Glamour-Girl, tendo ficado decidida a vinda de um cronista carioca, para entregar a faixa. Sugeri o Jacinto de Thormes, porém o Geraldo Silveira, que era o quente da época, insistia no Ibrahim Sued. Com apoio da Regina Juaçaba, levei a parada.

Peço vênia para ficar, dominicalmente, por aqui mesmo.

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