Bola rolando

Pipiu foi uma das maiores estrelas que se apresentaram no Presidente Vargas. Quando parou, tentou entrar no estádio, meio letreco, para assistir a uma partida. E não o deixaram, não por estar “tocado”, mas porque não tinha dinheiro para pagar o ingresso. Quem me contou foi o saudoso Armando Vasconcelos, que viu tudo.

Bola rolando

Maneca foi um jogador que veio da Bahia para o Vasco da Gama, do meio pro fim dos anos 40. Um craque de verdade, era meia-armador, mas foi aproveitado por Flávio Costa na ponta direita, para substituir o gaúcho Tesourinha, que se lesionara nos jogos preliminares. Foi a sua única chance na Seleção. Depressivo, ao encerrar a carreira, ainda jovem, suicidou-se com veneno, após levar um fora da noiva.

Bola rolando

Primeiro título internacional da Seleção Brasileira jogando fora foi o Panamericano de Santiago do Chile, em 1952, que não teve muita expressão, pela ausência da Argentina, mas valeu pela vitória sobre o Uruguai, que não enfrentávamos desde a derrota no Maracanã, dois anos antes. Ganhamos de 4x2.

Ocasião glorifica

Tenho bastante tempo de rádio para admitir que meu maior momento no dial foi quando comentei do Maracanã, para a Ceará Rádio Clube, a vitória do Brasil sobre a Inglaterra, então campeão do mundo, na despedida de Gilmar, tendo Jairzinho e Tostão assinalados os gols.

Bola redonda

Última Copa que Seleção jogou futebol primoroso foi a de 82, na Espanha, sob Telê Santana. Só que apontam Zico como a estrela, porém o melhor deles todos foi Falcão, então o Rei de Roma.

Pingos nos is

Gostaria de passar ao pessoal da crônica esportiva que vice-campeão não é título, pois, se é vice, significa que perdeu.

Prós & contras

Tenho martelado que, em termos de Seleção, Maradona deu bem mais à Argentina do que Pelé ao Brasil. Aliás, o ídolo argentino também jogou quatro Copas.

Prós & contras

Até hoje, não foi bem explicada a história de que Saldanha teria se insurgido contra Pelé, na Seleção, alegando um percalço óptico do Rei. O certo é que o craque não lamentou a saída do João do comando do escrete.

Prós & contras

Ao que me consta, o rei Pelé só foi expulso uma vez, jogando pela Seleção, e eu estava lá. Enfrentando a Argentina, no Pacaembu, ministrou uma cabeçada no estômago do defensor portenho Rattin, e o juiz não perdoou. Brasil perdeu de três.

Prós & contras

Em seu primeiro campeonato pelo Santos, 1957, Pelé não saiu campeão, que foi o São Paulo de Zizinho e Canhoteiro, só no ano seguinte deslanchou.

Prós & contras

Garrincha nunca havia perdido pela Seleção, isso só foi acontecer em sua despedida, enfrentando a Hungria na Copa da Inglaterra, quando Brasil perdeu de três a um, e ele só fez andar em campo.

Prós & contras

Só teve um jogo em Copa do Mundo que Pelé marcou mais de dois gols, aconteceu contra a França, na Suécia, só que chegou às redes adversárias quando seu marcador, Jonquet, quebrado por Vavá, já estava na enfermaria, tendo seu time jogado todo o segundo tempo com dez, pois não havia substituição na época.

Prós & contras

Em sua estreia em Copa do Mundo, contra a Rússia, em 58, Pelé não marcou, o que só aconteceu na partida seguinte, enfrentando País de Gales, quando assinalou nosso único gol.

Prós & contras

Só três jogadores atuaram em quatro Copas, Djalma Santos, Pelé e Cafu, sendo que o capitão foi o único a disputar três finais.

Prós & contras

Pelé só jogou uma Copa inteiro, sua última, de 1970, pois em 58 viajou pra Suécia lesionado, e só entrou no terceiro jogo; em 62, no Chile, quebrou-se logo na segunda partida, com a Tchecoslováquia; e em 66, na Inglaterra, estreou contra a Bulgária, não enfrentou a Hungria e perdeu pra Portugal, fora de suas melhores condições.

Prós & contras

Pelé foi caso único, pois jogou na Seleção antes de atuar por seu time, no Campeonato Estadual.

Bola redonda

Só um caso, até hoje, de pai e filho que defenderam o Brasil em Copa do Mundo, zagueiro Domingos da Guia, em 38, na França, que fez quatro jogos, e seu marmanjo Ademir, que atuou meio tempo, contra a Polônia, em 74, na Alemanha.

Bola quente

Eu estava em Sarriá, quando o Brasil perdeu injustamente a Copa da Espanha, na última vez que escrete jogou bem, encantando público, quem mais deu de colher para a Itália, nessa triste partida, foi o mineiro Cerezzo, que sempre me pareceu jogador para clube, não pra seleção.

Bola fria

Na Copa da Suécia, Djalma Santos só entrou no último jogo, e logo ministrou pancada violenta no ponteiro Skoglund, que ficou todo o tempo mancando na extrema, isso, sem dúvida, o adversário jogando com dez, arrefeceu o brilho da vitória brasileira em seu primeiro caneco.

Bola fria

Para especificar apenas três exemplos de treinadores vitoriosos que ganharam uma Copa e perderam a seguinte, citarei Parreira, Zagallo e Scolari, comprovando que cavalo selado só passa na porta uma vez.