Momentos são

Destaco, sobremaneira, a noite em Palácio, quando, pela companhia do desembargador Ernani Barreira, que vinha de presidir o Tribunal de Justiça, recebi do governador Cid Gomes a Medalha da Abolição.

Momentos

Guardo a minha introdução aos grandes Carlos Lacerda e presidente Castello Branco, por Virgílio Távora e dona Luíza, respectivamente, ambos no 410 da Barão de Studart.

No palco

Trouxe Helena de Lima ao Ceará, e, por favor, não confundam com Elen de Lima. Foi para o José de Alencar, e quando terminou, inesquecível Maria Iracema Oliveira me divisou da calçada e conclamou: Desses, você pode mandar quantos quiser.

Dial

Participei da fase brilhante da Dragão do Mar de Moysés Pimentel, dirigida por Aécio de Borba e Blanchard Girão. Pena que durou pouco, pois tive de sair, por questão de formulação política.

Momentos

A grande ocorrência viajeira da minha vida foi baixar em Pequim, quando a China ainda era um mistério. Tanto é, que éramos nove jornalistas, que entramos como sociólogos.

Dial

Por um pouco tempo, trabalhei na Verdes Mares, quando ainda funcionava no Edifício Pajeú, em cima da Ceará Rádio Clube. Já não era dos Associados, mas o Edson Queiroz não a tinha ainda comprado. Isso significando que o grande Edson nunca foi meu patrão, embora, quando abriu o Diário do Nordeste, houvesse tentado, via Maurício Xerez, primeiro diretor do jornal.

No palco

Trouxe duas vezes um dos maiores saxofonistas do Brasil, Paulo Moura. Da primeira, ele se fez acompanhar da pianista clássica paulista Clara Sverner, no José de Alencar; e, da segunda, se apresentou sozinho, no Centro de Convenções.

Dial

Depois da Uirapuru, que foi a primeira, trabalhei um tempo na Rádio Iracema. Lembro que quem me pagava era um cidadão chamado Baima, funcionário do Banco da Arquidiocese, que José Parente, o dono da estação, junto irmão Flávio, era quem dirigia.

Na praça

Melhor papo no Ceará, no meu tempo, fica por conta do poeta Otacílio Colares, que adoçava sua conversação com fácil presença de espírito.

Apontamento

José Martins Rodrigues, que pouca gente sabe, foi Ministro colega de Geisel na interinidade Mazille, após renúncia de Jânio Quadros, exemplo de dignidade. Castello Branco jamais teria suspendido seus direitos políticos, como fez Costa e Silva, ouvindo Portela no AI-5.

Girando dial

Minha estreia no rádio se deu no meio do ano de 1957, via Zé Pessoa, que me levou para a Uirapuru, sob o patrocínio de Tarcísio Magazine, loja recém-inaugurada na Pedro Pereira. Não tinha carteira assinada, condição só adquirida quando meu amigo José Macêdo assumiu por um curto tempo a emissora.

Momentos

A primeira grande ocorrência da minha vida, além do nascimento na Aurora, foi meu ingresso na Gazeta, pelas mãos de Luiz Campos, tendo a primeira coluna sido publicada num sábado, 14 de agosto de 1955, só que foi escrita na sexta, 13.

No palco

Um dos maiores sucessos artísticos de minha ainda curta carreira, de apenas 64 anos, foi haver trazido para o Centro de Convenções o Tamba Trio, e, ainda mais fantástico, Luizinho Eça, Bebeto e Hélcio Milito haviam terminado sua existência conjunta, de modo que o Tamba Trio reviveu por minha audácia, com a colaboração da Fernanda Quinderé, então mulher do pianista.

No alto da torre

No meu apê do Iracema Plaza, tive o grande prazer de receber Luiz Severiano Ribeiro Júnior, sucessor de seu fabuloso pai, recordista de casas exibidoras. Foi seu principal funcionário da empresa aqui, lendário Samuel Tabosa, que me ensejou, e ele, que não ia à casa de ninguém, nem de seus familiares cearenses, nem bebia, provou um casquinho de lagosta.

No alto da torre

Um dos almoços mais marcantes foi quando recebi o criador do primeiro cartão de crédito do Brasil, Horácio Klabin, que instituiu o Diners Club. Reuni luminares do empresariado e, como fazia muito calor, mandei espalhar pela placa barras de gelo, que o Edson Queiroz achou genial.

Moradias

A casa de José e Lurdes Moreira, Santos Dumont com Virgílio Távora, que hospedou Castello Branco, quando presidente vinha ao Ceará, e hoje se presta para outdoor, sempre foi a minha favorita. Aliás, ali aconteceu o coquetel de recepção aos visitantes que vieram para a primeira posse de Virgílio Távora, na véspera de o coronel assumir no Palácio da Luz.

Moradia

Quando comecei a escrever minha coluna, em agosto de 1955, a casa mais vistosa de Fortaleza era o palacete do coronel José Gentil, onde residiam, na ocasião, “seu” João e dona Sara, que logo se transferiram para o Rio. O prédio foi adquirido pela quantia de cinco mil contos pelo Governo Federal, atendendo solicitação do grande Antônio Martins Filho, para ali instalar a Reitoria da Universidade.

Momentos são

A maior ocorrência da minha vida, após, naturalmente, o nascimento foi quando o grande Luís Campos me entregou uma coluna na Gazeta de Notícias, derrubando a oposição do alto comando do jornal. Isso delineou minha própria existência, que deságua hoje em 64 anos de manifestação diária e vitoriosa.

No alto da torre

Com ajuda fundamental de meu amigo Arialdo Pinho, estabeleci a primeira cobertura do Ceará, no Iracema Plaza de Philomeno, onde morei por um quarto de século, recebendo, além dos luminares da sociedade, expoentes até mesmo nacionais, como o superpaisagista Burle Max.

Caros colegas

Zózimo Barroso do Amaral, que dos colunistas de dimensão nacional foi meu maior amigo, sempre que lhe passavam uma notícia que só ao protagonista interessava, respondia “vou pôr na sexta”. O informante ficava esperando, e necas, acontece que a cesta aí era com C, aquela indesejável de lixo.