Categoria: Vã filosofia

Coentro é um dos meus venenos, pois empacha. Aliás, na França, se diz “corleane”.

Tem noivo que casa de jaquetão, porém não considero isso correto. Se vai de paletó, tem que ser um dois botões, com ou sem colete. Jaquetão se presta melhormente para festa de formatura.

O maior culpado do mal hálito do marido não é ele, mas sim sua mulher, principal alvejada e que não denuncia ao próprio. Pela mesma razão, no caso da esposa, é que o marido, encabulado, não comenta.

Tenho experiência para afirmar que não é verdade que o cearense abandona quem perdeu sua posição na economia ou na política. Acontece é que, sobretudo no primeiro caso, o rico que virou pobre ou já não é tão rico muda o seu comportamento, tornando-se complexado e rabugento, obstaculando a saudável convivência de antes.

Ao contar uma história antiga, nunca diga “estou vendo como se fosse hoje”, pois essa frase leva quem está ouvindo a desconfiar que seja verdade.

Ao se fazer um convite, não se deve jamais perguntar se a pessoa tem compromisso para aquele dia e hora, pois essa pergunta pode implicar em constrangimento, ficando quem é ouvido na obrigação de aceitar, se disser que não tem, havendo, portanto, espaço na agenda.

Se perguntado, responderei sempre que não acho pertinente chamar irmão, tio, avô e até mesmo sobrinho para padrinho de casamento, pois o apadrinhamento é um novo parentesco que se adquire, logo, se já é parente... não precisa pôr de padrinho.

Aqueles que reagem na hora, quando alguém pronuncia seu nome não tão corretamente, numa roda, denotam complexo de inferioridade, negócio é deixar passar e esperar oportunidade mais reservada ou que outra pessoa faça a correção.

Não se deseja muita paz a um amigo ou simplesmente conhecido, nas grandes festas, tais Natal e Réveillon. Deseje apenas paz, pois muita paz só se obtém no cemitério, o que faz desses votos uma antevisão de morte.

Camarão e lagosta são crustáceos, mas não são frutos do mar. Ostra e mexilhão são frutos do mar, porém não são crustáceos. E quanto a peixe, é apenas pescado.

Marido que cerceia quase sempre os gastos da mulher, embora tenha caixa de boa altura, vá atrás que ele não a ama, ou, se ama, divide com outra.

Só viajo pra onde precisa passaporte e assim consigo respirar ares mais saudáveis, evitando a língua de trapo bastante encontrável por aqui mesmo.

Não admito ter à mesa alguém que fica olhando pro relógio, pois não se pode usufruir um almoço ou um jantar decente com tempo contado. Além do mais, dizem que a pressa é inimiga da refeição.

Pra agir bem corretamente, não se diz que está no aparelho quem está ao telefone, porque aparelho induz pensar naquele trono que precisa de descarga.

Não é inteligente deixar estas duas condições para a velhice, dinheiro e saúde. Dinheiro, porque não terá como gastar; e saúde, porque a idade é a pior e mais inevitável das doenças.

É bastante suspeito essa de dizer que quem desce mais o nível da discussão é quem ganha a parada. Na realidade, numa briga, os dois perdem, e quem mais perde é o mais desaforado e mal-educado.

Dívida, mesmo de amigo, deve ser cobrada. O bizu, no caso, é a maneira como a cobrança é feita. Por exemplo, não ameaçar nem ser grosseiro.

A mulher que conta pra amiga que viu seu marido com outra está mamando em onça, pois a amiga termina contando pro marido quem contou, e ela passa a ser proibida de frequentar a casa.

A diferença entre porre e pileque é que, de porre, o cara fica bêbado e desagradável, e, no pileque, apenas chuviscando e espirituoso.

Antes de subir num avião, ainda em terra, evite fazer o que fará lá dentro, quer dizer, comer, ler e dormir. Pois, se o fizer, ficará sem ter com que se entreter lá em cima.