Em seu acurado apanhado sobre os 92 de O POVO, peça altamente jornalística, Alan Neto citou um seu episódio com a legenda José Raymundo Costa. Acontece que também tive um meu, quando, numa renovação com O POVO, Demócrito Dummar permitiu que eu procurasse o Costa. Que recebeu em seu gabinete a proposta que levara por escrito e imediatamente rejeitou. Não, a empresa não pode aceitar, até mesmo porque os outros vão apelar pra isonomia e querer o mesmo. Argumentei como pude: Costa, você sabia que no Corinthians o Rivelino ganha bem mais que seus colegas? E ele arrematou: isso eu sei, só não sei quem é o Rivelino de O POVO.

Colunista previu que a fabulosa confra da Unidos do Natal iria facilmente penetrar no Ano Bom. Pois bem, aqui estou eu, ainda palmilhando o que já foi dito sobre as estreias no tocante almoço do Ugarte. Todas muito bem-vindas, de fora ou daqui mesmo, tocando aos presentes, sobretudo a mim, pessoalmente. Incluindo representantes da terceira geração, tal Patriolino Ribeiro Neto, cujo avô e tio Miguel foram meus patrões na Cidade, televisão e rádio. Foi uma grande alegria recebê-lo, pois me fez lembrar bons momentos de minha carreira, aqueles passados na Desembargador Moreira. Onde tive companheiros inesquecíveis, tais Pedro Gurjão, Narcélio Limaverde e J. Ciro Saraiva, que eram os chefes, e Fernando Maia, com quem dividia o telejornal.

Em "A Arte de Beber", uma de suas interessantes obras sobre etiqueta social, boas maneiras e bem viver, Marcelino de Carvalho estabeleceu: Antes de mais nada, quero que fique bem claro que não tenho preconceito algum contra a água. Acho-a até indispensável. Que seria do mundo sem mares e rios, sem lagos ou estreitos? Coisa alguma mais agradável do que uma longa viagem transatlântica e mesmo uma pescaria à margem de um rio piscoso? Chuva é coisa necessária e um belo banho é uma delícia. Dito isso, vamos abrir o volume sétimo da "Concisa Enciclopédia de Gastronomia The Wine and Food Society", editada sob a orientação de André Simon. Na letra W, encontramos algumas palavras sobre a água. Vamos resumi-las: a água tem a fórmula química H2O; ela é necessária para os peixes que nadam no mar, os pássaros que voam no ar, os animais nos campos ou na jângal, bem como para as plantas e árvores nos prados e nos bosques; há também povos que bebem água por necessidade ou prazer e há diferentes espécies de águas, umas ruins, outras quase inofensivas. A água nunca deve ter cor ou cheiro, mas tem quase sempre um gosto, segundo as matérias orgânicas que contém, sendo algumas culfurosas, outras gasosas e algumas recomendadas para este ou aquele tratamento de saúde. Água destilada ou fervida nem sempre faz mal, mas o gosto é agradável ao possível; dividem-se as águas em águas duras e águas moles; as primeiras são as que contêm minerais de diferentes qualidades. Quando essas águas não contêm mais do que oito a dez gramas de matéria sólida por galão, são consideradas aceitáveis; caso contrário, devem ser amolecidas previamente. Termina a nota sobre o assunto, dizendo que com as águas duras se conseguem as melhores cervejas claras e com as águas moles a melhor cerveja preta. Acho bom não acrescentar nenhum comentário às palavras acimas. Quero somente contar uma história, que li há tempos, em um livro chamado "Os Dias do Homem", do Dr. Besançon. Conta ele que um dia lhe entrou um cliente, que foi logo dizendo que não fumava, nem bebia. E olhe, Doutor, que, mesmo água, só bebo quando mineral. E o Sr., que bebe, Doutor? E o médico respondeu calmamente: Meu amigo, desde que me conheço por gente, só tenho bebido água vegetal e vou me dando muito bem com esse sistema.