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UMA CEARENSE NA CASA BRANCA
Minha fabulosa amiga Edith, irmã cronologicamente vizinha de Beatriz Philomeno, faria, terça, 95.
Sobre a senhora em questão, que brilhou intensamente na sociedade carioca, seu tio, padre José Gentil, escreveu em “Os Frotas”:
Maria Edith nasceu em Fortaleza, 7 de julho de 1925, filha de Sarah Campello e João Gentil, e consorciou-se, no Rio, com o cirurgião cancerologista Ugo Pinheiro Guimarães, de tradicional família também por mãe, uma Magalhães Castro, e que atingiu presidência da Academia Brasileira de Medicina.
Estudou pintura com Fayga Ostrower e, mais tarde, cerâmica. Aprendeu canto com o maestro Helmann e, durante 11 anos, estudou piano.
Deixou duas filhas, Bali e Cissa, que obteve considerável sucesso nas novelas da Globo.
Por incrível que pareça, abandonou o piano por causa de Jacques Klein, seu conterrâneo e grande amigo da família. O talento e a execução de Klein, em vez de incentivá-la, deram-lhe, ao contrário, desânimo, e, assim, abandonou uma arte para a qual era positivamente dotada. Assim é Edith: culta, inteligente, de grande sensibilidade artística, mas sempre insatisfeita, sempre à procura da perfeição.
Gostando intenso de viajar, conhece muitos países da Europa, da América do Norte e do Sul, tendo ficado empolgada com a viagem que fez ao Japão.
De tal maneira descrevia o país que tanto apreciara que, ao ouvi-la, João Calmon disse-lhe um dia: Por que não escreve o que você está contando com tanto sabor e colorido?
Ela não escreveu, mas quando os Diários Associados estavam se preparando para fazer a cobertura da posse do presidente Kennedy, João Calmon a contratou não admitindo que a isto ela se negasse.
Foi então uma experiência maravilhosa, foi a mais empolgante, bela e grandiosa cerimônia a que jamais assistiu, disse-nos Edith, certa vez.
Do brilho com que se houve nesta missão, que todos se lembram bem, valeu-lhe participar do grande coquetel que o presidente e a senhora Kennedy ofereceram na Casa Branca. Assistiu aí à posse de 15 personalidades que faziam parte do “staff” do jovem inesquecível presidente, verdadeira figura de iluminado, outra rara oportunidade que teve nesta viagem.
Conheceu nessa ocasião Mrs. Roosevelt, o ex-presidente Eisenhower, entre inúmeras outras grandes pessoas do cenário internacional.
Um dos seus pontos mais elevados foi haver vice-presidenciado a primeira-dama do País, Sara Kubitschek, nas Pioneiras Sociais, e também assessorou dom Hélder Câmara, na Cruzada São Sebastião.

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