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Flagrei Virgílio Távora de gravata manchada na recepção do casamento de Erivan, filha de Jonas Carlos, com Antônio Silveira, que fora meu contempor no Salesianos de Baturité. Para delícia de dona Luíza, registrei o fato, quer dizer, a nódoa, em minha coluna na Gazeta.

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Tendo o mandato renovado por mais três vezes, Péricles Moreira da Rocha foi constituinte estadual em 46. Em 62, disputou a Prefeitura, perdendo apertado para Murillo Borges e ganhando o segundo lugar, também apertado, sobre Moura Beleza, candidato da esquerda. O que pouca gente sabe é que meu amigo Pekim foi eleito presidente da Assembleia, porém renunciou, por briga com o governador Raul Barbosa.

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Pai e filho somados recordistas de deputações federais, ambos médicos, dr. Leão Sampaio, com seis eleições, 46, 50, 58, 62, 66, 70, e Mauro, com cinco, 74, 78, 82, 86, 90, totalizando 11, sendo mais importante que entraram e saíram de mãos limpas.

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Derrotado no pleito para governador, Armando Falcão, em 54, e Adahil Barreto, em 62, escaparam pela tangente, disputando também cadeira na Câmara. Ambos assumiram, sendo que Adahil foi ceifado pela Revolução, em evidente injustiça, pois não era subversivo e muito menos corrupto.

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José Macêdo foi pela primeira vez candidato a deputado federal em 1958, tendo obtido mais dois mandatos, sempre cuidadoso de não ficar entre os mais votados nem na intranquila rabeira.

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Carlos Virgílio, único varão de VT e dona Luíza, foi eleito três vezes deputado federal, sendo que na terceira o pai já havia partido. Chegou a ser registrado uma quarta vez, porém não deu pelota e, sendo assim, não dando margem a se dizer que perdeu.

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Antônio Cambraia, que foi bom prefeito, teve dois mandatos de federal, sendo eleito em 98 e reeleito em 2002, quando não quis mais se candidatar, explicando estar na pindaíba.

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O líder sobralense Cesário Barreto, que foi um bom prefeito da Princesa, se elegeu uma vez deputado federal, aconteceu em 1978, foi eleito, porém não obteve um segundo, até mesmo porque não tentou.

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Uma das disputas mais acirradas para prefeito de Fortaleza foi a de 1962, quando Murillo Borges derrotou nos pênaltis o populista Péricles Moreira da Rocha e o esquerdista Moura Beleza. Murillo foi um grande prefeito, figurando entre os cinco maiores de todo o currículo.

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Perecendo prematuramente, batido por tumor cerebral, Walter Sá Cavalcante abriu vaga para Waldemar de Alcântara, que não fora eleito, assumir cadeira de deputado, ainda no Rio.

Depoimento

Companheiro de partido de Armando Falcão, poucos dias antes de os militares derrubarem Goulart, José Martins Rodrigues cruzou com ele na Câmara e acenou: Não se apresse, que seu dia está chegando. Aconteceu uma semana depois.

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Vicente Augusto foi inicialmente escalado para a equipe numa secretaria recém-criada, coordenação administrativa, que ele próprio, VT, logo esvaziou, forçando Vicente a pedir as contas, aliás, mal assumiu.

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Eleito quatro vezes, além de político sério, Edilson Távora foi bom deputado. Até que, lançado pelo governador César Cals para o Senado, perdeu para Mauro Benevides, pois não tinha lastro na Capital.

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Edival Távora e Moacir Aguiar eram deputados udenistas de boa vivência na Assembleia e encerraram a carreira parlamentar para ser secretários do I Veterado, Agricultura e Administração.

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Político de grande argúcia, Vicente Augusto não deu sorte, quando tentou Assembleia, pois só obteve um mandato, por sinal de Constituinte, e depois, haja suplência. Saiu uma vez deputado federal, em 1966, em quem, a proposito votei.

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Armando Falcão teve seu primeiro mandato em 1950. E último, em 62, pois não conseguiu se reeleger em 66.

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Walter de Sá Cavalcante foi um grande deputado estadual, líder da oposição ao Governo Faustino de Albuquerque. Como federal, não se destacou, talvez já vitimado pelos primeiros sintomas do mal que o acometeu e tirou sua vida.

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José Martins Rodrigues saiu deputado federal quatro anos depois de Armando Falcão, que estreou em 1950. Costa e Silva o cassou, coisa que Castelo Branco jamais faria.

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A senatória de despedida do prof. Menezes Pimentel da vida pública foi só de quatro anos, pois era a cadeira que Carlos Jereissati ganhou na urna e mal assumiu, partiu, assumindo dr. Antônio Jucá, que também logo pereceu.

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Esta melancólica sensação terei de levar para o cemitério ou crematório, de não ter visto grandioso Martins Filho no Governo do Estado, ou Ministério da Educação