Categoria: Hora do gole

Do mestre Marcelino de Carvalho: Todo mundo sabe de cor e salteado que a melhor bebida do mundo é champanha, desde a hora de saltar da cama e assim parta o dia todo, seja como rebatedor do pileque da véspera, seja de estimulante do novo que se inicia.

Cerveja e vinho não podem ser tachados de drinques, expressão que se presta para destilados, tais como uísque e vodca.

Ainda hoje se pergunta se Cristóvão Colombo teria bebido o lendário vinho do Porto, entretanto, parece que o descobridor da América tomou o da região portuguesa ensolarada.

O melhor vinho da Península Italiana é o Barolo, produto dos vinhedos de Piemonte. Aí não entra o Bardolino, que é visivelmente inferior.

Uísque se bebe com gelo, ou, como na Irlanda, com água gelada, o uso da soda é possível, porém não da tônica, que é própria pro gim. Agora, essa história de uísque com água de coco é só pra turista.

Não se pode acompanhar carne vermelha com vinho branco, que casa maravilhosamente com crustáceos, pescados ou frutos do mar.

A ingestão de gim, a deliciosa bebida, embora perfumada, exige sol, exemplo, num barco, em alto mar, e sempre misturado com muita água tônica, é também um álcool que não se batem os cubos de gelo no copo e se deixa repousar dois minutos sobre a mesa, antes do primeiro gole.

Quero me referir à canícula nordestina, que contraria o uísque antes das cinco da tarde, se prestando para o pôr-do-sol ou a noite inteiriça.

O vinho tinto vem depois do vinho branco, por ser, geralmente, mais pesado, e acompanhar a carne ou a massa. Quanto ao rosê, se presta para frutos do mar ou então como aperitivo antes da refeição.

Para acompanhar feijoada, eleja cerveja ou cachaça, porém, face às carnes que são incluídas nesse fabuloso prato, o vinho tinto virou uma possibilidade.

Existe um vinho, por sinal, caríssimo, que é considerado a apoteose dos vinhos brancos. Trata-se do Chateau Yquem, que se presta maravilhosamente para pratos suaves, tal peixe e até para comidas adocicadas.

A maneira mais correta de entornar uísque não é com gelo, porém apenas com água, de modo a preservar, durante toda ingerência, mesma relação de álcool-água.

Atingidos pelo ácido úrico devem pôr na lista inquebrável de contenções cerveja e miúdos de frango, em primeiríssimo lugar. Quanto às bebidas destiladas, uísque, por exemplo, pode, só que com evidente moderação.

A cerveja, porque alimenta, é o único álcool que pode ser bebido em jejum, não dando dor de cabeça, e quando a ressaca é provocada por bebida destilada, tal uísque ou vodca, funciona muito bem para rebater.

A cerveja, porque alimenta, é o único álcool que pode ser bebido em jejum, não dando dor de cabeça, e quando a ressaca é provocada por bebida destilada, tal uísque ou vodca, funciona muito bem para rebater.

Não procede que sopa e vinho não combinam, pois existe um espanhol, de Xerez, que casa muito bem, sobretudo quando não é servido frio, em cálice um pouquinho maior do que os que se prestam ao licor.

Para crustáceos, são aconselháveis os seguintes vinhos brancos, Chablis, Meursault, Montranchet. Champagne seco também casa bem com lagosta ou camarão.

Sopa de peixe se acompanha com vinho do Reno ou Mosela ou um Borgonha branco, menos seco do que os dois primeiramente citados.

Em sua última obra, Madame Prunier estabelecia o Chablis como o vinho mais apropriado para as ostras, vindo depois o Pouilly.

Com caviar, o único álcool suportável é a vodca, segundo o capítulo 11 do livro de Madame Prunier, para quem o caviar fala por si mesmo, com seu gosto forte.