Primeira Página

Clóvis Holanda acontece todo ano, mominamente falando, no Carnaval carioca, com mulher e duas filhas. Baile do Municipal acabou, porém Copacabana fez cem anos, que por sinal uma única vezinha compareci (1963). Só que, em grande estilo, pois fiquei na mesa da maior vedete do Rio, Wanda Moreno. Profissional de primeira linha, não desgruda, cobrindo na Sapucaí para O POVO e CBN os camarotes Allegria e Nosso. Além do mais badalado de todos, N-1, onde não se fez de rogado. Aceitando a sugestão da sócia e animadora maior, Ju Ferraz, para posarem juntos.

Bate bem

Hoje, primeiro de março, que é um dos meses mais simpáticos do ano, incluindo Europa, pois implica no início da primavera, que antecede o esplendoroso verão.

Ilustradas

 

Assis Neto e Maryanne, ambos filhos de queridos amigos partintes, Jaime Machado e Adalberto Mota.

Golpe de mestre

“Opção” deve ser sempre usada no singular, exemplo: “Estou com uma opção para hoje à noite, ir ao cinema ou ao teatro.” Explicação: Você só poderá fazer uma coisa naquele horário.

Introdução

Se você palestra com um amigo na praça e chega outro que não se conhecem, aquele que chega é que é apresentado a quem já está.

Boca de siri

Durante um jantar, e quando falo jantar serve também pra almoço, não se deve puxar notícia ruim, tais morte ou doença grave, falência ou concordata e separação, a não ser amigavilíssima, coisa rara de se ver.

Primeira Página

Pela primeira vez, em sua ainda curta existência, Ibiza cumbucano viu um helicóptero baixar. Que deixou muito vaidoso proprietário Paulo Sérgio, que imediatamente relembrou tempo dos governadores em Santa Cruz, ali pertinho. Adauto Bezerra, Lúcio Alcântara, Camilo Santana e os irmãos Ciro e Cid Gomes. Que, num de seus quatro almoços aos pés da duna, aproveitou o ensejo e anunciou minha Medalha da Abolição. Ivens Dias Branco, que a todos cativou, pelo bom humor e excelente ouvido. Trouxe com ele grupo de eleteanos, Edilmo Cunha, Neto Ramalho, Daniel Gutierrez, que por sinal forma na primeira linha de estafetas do Império do Aquiraz.

Primeira Página

Sim, é Verdade, pode usar padre ou reverendo, na mais que certeza que está sendo procedente. Sim, é Verdade, nada de talher para aspargos, que se comem com os dedos, pra não dizer mãos. Sim, é Verdade, renúncia não se pede, simplesmente apresenta. Sim, é Verdade, pedir bênção a pai e padrinho pode até estar fora de moda, porém o certo é que é deveras alinhado, fidalgo e afetivo. Sim, é Verdade, chegando a uma reunião social, nunca expresse que só veio pelo dono ou dona da casa.

Palpite

Acreditamos em Deus, todos os outros devem apresentar fatos. (Richard Bach)

Ilustradas

Com meu irmão civil Netinho Galdino, apontado pelo saudoso Geraldo Rola companheiro ideal para se viajar.

Aos pés do altar

Governador não pode comparecer a casamento, a não ser sendo padrinho, porém pode mandar primeira-dama representá-lo.

Golpe de mestre

“Horror de gente” é criação popular, sem apoio no vernáculo. O que de fato existe é “ror de gente”, significando “muito”.

Apanhado

Essa conversa de que o Nordeste tem nove estados é fiada. Somos apenas seis, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Maranhão é Norte, junto Amazonas, Pará e os territórios que foram promovidos. Enquanto Bahia e Sergipe formam no Leste.

Roupa servida

Segundo o dito popular, roupa suja se lava em casa, porém, nos anos 1920-1930, as duas famílias mais bem, Albano e Salgado, não pensavam assim, tanto que, diz a lenda, mandavam lavar a roupa na Europa, que saía daqui de caminhão e era embarcada em Belém, demorando muitos meses para voltar limpinha da Silva (devo esclarecer, entretanto, que nunca tive chance de confirmar).

Primeira Página

JORNAL VISTO POR REVISTA Andei dando uma voltinha na entrevista que Lauriberto Braga armou comigo há um ano, por delegação da revista "Fale!". O cearense Lúcio Brasileiro completa 67 anos de jornalismo diário, recorde merecedor do Guinnes Book, cativante, autoritário, irônico e surpreendente, ele aborda, aqui, temas tais suicídio e fé, e revela não ser impossível ser feliz sozinho. Tinha 16 anos, quando foi pedir ao redator-chefe da Gazeta uma coluna social, que o matutino em questão ainda não tinha. O Luís Campos topou, e o pseudônimo foi uma espécie de vingança, pois dois da direção, Olavo Araújo e Afonso Sancho, a princípio, contrários, mudaram, e disseram "você resolve", porém, o vice-presidente Antônio Brasileiro permaneceu remitente, por considerar futilidade. A Gazeta era lida da classe média pra baixo, mas não atingia a alta sociedade, quer dizer, não entrava no Ideal, clube que tinha em seus quadros a fina flor do empresariado. O Luís achava que a crônica social, como se dizia então, seria um bom conduto. Qual seu favorito, jornal, rádio ou televisão? Sou apaixonadíssimo por jornal, mas jamais esquecerei o que o rádio e a televisão fizeram pela minha penetração nas camadas que eu almejava cultivar, que são as classes C e D. Como se manteve o seu relacionamento com o dr. Luís? Não haveria nenhuma possibilidade de haver o Lúcio Brasileiro sem o Luís Campos. Ele foi meu pai. É verdade que você escreveu também sobre esporte? Sim, no Unitário, o Associado que saía pela manhã, e por um tempo, sem assinar, toquei uma coluna sobre a Universidade, com que o Manuelito pretendeu homenagear o grande Martins Filho, e o Carlos d'Alge indicou meu nome. E o Caderno Fame? O Fame nasceu em 13 de agosto de 1977, exatamente no dia em que eu fazia aniversário de jornal, colegas de outros estados vieram prestigiar, e eu dei um coquetel pra eles na Torre do Iracema, onde morava, e no dia seguinte, o governador Adauto Bezerra ofereceu um almoço no Abolição. Durou muitos anos, e começou a fenecer quando Demócrito, sem me consultar, levou pro domingo o que até então circulava aos sábados. Deu origem aos suplementos que foram surgindo no gênero, qual seja, abordagem do movimento social. Quem você apontaria como número um dos colegas, Ibrahim, Zózimo ou Jacinto de Thormes? O Ibrahim veio aqui a meu convite e me citou algumas vezes. Jacinto de Thormes era um Muller tradicional de Santa Catarina, e sua mãe, Nega Bernadez, teria chegado a namorar o Príncipe de Galles e futuro Rei, que renunciou. Aponto o Zózimo, que se tornou meu amigo, publicou até uma foto minha em sua coluna, sabendo-se que ele era apuradíssimo na seleção das pessoas que citava.

Arte de receber

Não se oferece bebida a quem acaba de chegar, tem de esperar cinco minutos, e quanto aos tira-gostos ou salgadinhos, dez.

Aos pés do altar

A mão da noiva deve ser pedida pelo pai do noivo, ou avô, ou tio, ou irmão mais velho, ou padrinho de batismo, ou professor, ou até mesmo patrão ou colega de trabalho, menos pelo casante.

Golpe de mestre

Não se deve começar uma frase proclamando “Eu acho”, pois o verbo “achar”, a não ser por objeto que andava perdido, é por demais imperialista, constrangendo a roda. Então, muito mais pertinente é dizer “Me parece” ou “Eu penso”.

Introdução

Quem apresenta é quem deve dizer os nomes, por exemplo, Artur Borges, engenheiro, Maria das Dores Santos, médica cirurgiã, Mário Costa, engenheiro civil.

Ilustradas

Eduardo Patrício, transferido de vez para Natal, e Wilma, mãe adorada.