Bola rolando

Primeiro título internacional da Seleção Brasileira jogando fora foi o Panamericano de Santiago do Chile, em 1952, que não teve muita expressão, pela ausência da Argentina, mas valeu pela vitória sobre o Uruguai, que não enfrentávamos desde a derrota no Maracanã, dois anos antes. Ganhamos de 4x2.

As mais mais

Jornalista: Adísia Sá, que começou na Gazeta, poucos meses antes de mim. Aliás, foi ela quem bateu minhas primeiras colunas, pois eu nem sabia que o material tinha que ser escrito na máquina.

Palpite

Uma das grandes vantagens da pressa é o tempo que ela nos faz perder. (Gilbert Chesterton)

Apanhado

Após quatro mandatos de deputado estadual, o MDB viu que Mauro Benevides era seu melhor nome para o Senado. O Mauro era meu informante e nós estávamos sempre ao telefone. Ele me dizia: A turma do Paes de Andrade quer me jogar no abismo, mas só vou aceitar se o César lançar o Edilson. Não deu outra coisa, Mauro pegou oito anos de Senado e na eleição de Tasso teve seu mandato renovado.

Primeira Página

Sim, é Verdade, na cidade, Lúcia e Arthur Melo, da alta sociedade do Pará, domingaram em Aquiraz, anfitrionados pela Jeanice Fontenele, viúva do meu inesquecível amigo Célio. Sim, é Verdade, Vicente Alencar recebeu, ainda quentinha, edição 80 da revista da Cearense de Letras, que acabara de sair do prelo. Sim, é Verdade, correspondente deste espaço no Ideal, Luciene Beviláqua guaridava em sua mesa sabadina irmãs Márcia e Mônica Barroso. Sim, é Verdade, cada vez mais numa azul com Luciana Madruga, procurador da República Samuel Arruda e seus dois Joões, Pedro e Victor, no almoço do Carbone, com advogada em questão. Sim, é Verdade, tendo gostado do que viram, oftalmologista Carlos Moura e família retornaram ao Don Pepe, no fim de semana.

SOS

Deu na revista Journal of National Cancer Institute que a cebola, além de incrementar o bom colesterol, colabora na prevenção do câncer de pulmão.

Primeira Página

Sim, é Verdade, Alexandre Philomeno, caçula de Beatriz e Chico, telefonou pra minha oficina, elogiando texto sobre a mãe. Sim, é Verdade, melhor barbeiro do Nordeste, apesar de lá, na realidade, ser Leste, é o Vinícius, do Salão Armazém, de Vitória da Conquista, que corta o meu. Sim, é Verdade, Germana Preus, segunda do Capitão Bosco, procura pioneiros do Cumbuco, para um estudo sobre a praia capital do oeste próximo. Sim, é Verdade, assim como eu tenho Ibiza, medicamentoso casal Bel e Sá Júnior tem Rapallo, onde já estive com eles por três vezes.

Normativas

O canapé, tendo a torradinha como base, deve ser evitado, pois o cearense não tem o hábito de salivar a torrada, e então o trac-trac torna-se inevitável.

Vã filosofia

Se algum bêbado me ofender, nesse estado, e se no dia seguinte vier pedir perdão, em melhores condições, ouvirá a resposta de que só o perdoarei quando estiver bêbado de novo, pois foi assim que me ofendeu.

Palpite

Só a fascinação promove o verdadeiro amor. (Camilo Castelo Branco)

Apanhado

Cabo Anselmo, que liderou a Revolta da Marinha, ponto de partida da queda de João Goulart, pode ainda estar vivo, morando não se sabe onde, camuflado na plástica que o delegado Fleury pagou pra ele, a título de prêmio, pela delação que teria feito de companheiros, nos tempos da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais.

Altavoz

De Deusimar Lins Cavalcante, deputado e anfitrião da sociedade: Quando o Lúcio falava, aí então as mulheres se calavam e ficavam todas atentas ao que ele dizia.

Comportamento

Se a pessoa chamada ao telefone manda dizer que não está, porém você acha que está, não cometa a asneira de insistir, pois só vai provocar aborrecimento em seu amigo, se é que é amigo.

Palpite

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. (Chico Xavier)

Apanhado

O coronel cearense Costa Cavalcante era deputado por Pernambuco e foi ele quem, discursando na Câmara, anunciou a candidatura do general Costa e Silva, que muito desagradou o presidente Castello, que tinha outro nome pra sua sucessão, o político mineiro Bilac Pinto. Castelo chamou o conterra e lhe perguntou por que não o havia consultado antes de fazer o pronunciamento. Cavalcante explicou que não o tinha procurado porque sabia que ele seria contra, não explicitamente contra o candidato, porém pela inoportunidade, pois ele Presidente ainda estava se articulando com os políticos e alguns companheiros.

Ilustradas

Vicente e Margarida Alencar com um dos mais produtivos reitores da Universidade Federal, Antônio Albuquerque.

Primeira Página

BRASILEIRO POR LÚCIO ALCÂNTARA Sei, há muito, que o Lúcio se fez Brasileiro ao adotar o sobrenome do Antonio Brasileiro, tio da minha mãe, então um dos donos da "Gazeta de Notícias", onde iniciava carreira o jovem jornalista. É o que diz a lenda, em indestemida versão. Tio Antonio, sócio do jornal, garantia espaço para expressar suas opiniões em pequenos escritos que assinava com as iniciais A.B. Talvez, fruto do nome, o Lúcio absorvera as esquisitices do meu parente, que fizeram dos dois singulares criaturas. O que nunca soube é a razão do nome Lúcio, que veio a compor pseudônimo que o acompanharia vida afora. Ele incorporou o que eu perdera. Minha mãe, avessa a nomes longos, resumiu no Alcântara, comum aos dois primos, meus pais, minha procedência filial. Daí ele afirmar, com frequência, ser eu o verdadeiro Lúcio Brasileiro. Sou-o de fato, sem aparentar; e ele aparentando, sem sê-lo. Enigma desdobrado na tripla heteronímia, Newton Cavalcante, guardado nos arquivos notariais e benquerenças familiares; Paco, o personagem do jornalista Lúcio Brasileiro, aqui homenageado. O Lúcio é exemplo raro de longevidade e contínua militância jornalística exercida no terreno movediço da crônica de poderosos e da notícia de eventos passíveis de afetarem sua independência profissional. Fiel aos amigos, casa com seus personagens, mantendo-os em cena tal qual anuncia o ritual dos casamentos católicos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... Adapta-se à mudança dos costumes, equilibra-se entre novos e antigos atores; em sua coluna, renova e conserva. É tradicional e inovador. Mercê de estilo próprio, no conteúdo e na forma, deu consistência e originalidade ao colunismo social, gênero tido por efêmero e frívolo. Dotado de notável poder de síntese, traça perfis e comete análises com grande acuidade. Na frase curta e inteligente, deixa espaço para a perspicácia do leitor interpretar sua intenção. Característica visível nos cinco livros que publicou, todos mistura de memórias e flagrantes sociais, narrados na forma contemporânea dos minicontos tão em voga. Dono de memória prodigiosa, arquiva informações minuciosas do futebol e da política, que, entre outros atributos, fazem dele um conversador agradável e instigante. Um tipo leve, no seu jargão. Leitor assíduo, amparado em extensa e confiável rede de colaboradores, informa muito - e bem. Com circulação virtual, compensa o isolamento decorrente de certa reclusão a que se impôs. Frequenta também o Rádio e a Televisão, mas considero seu forte o Jornal. É comum ouvirem-se reparos ao fato de restringir seu foco noticioso a um universo restrito de pessoas e cenários. Não obstante, levantamentos confiáveis apontam sua ampla penetração junto aos leitores, distribuídos entre as diversas classes sociais. Colecionador de êxitos permanentes, não deixaria de despertar inveja e desafeições. Nunca o vi queixar-se dos críticos anônimos ou conhecidos, difusores de infâmias inspiradas no ressentimento e na frustração. Obstinado, persegue determinado seus objetivos, sem renunciar a bizarrices e idiossincrasias. Irrequieto, o convívio com ele é animado e estimulante. Não raro, surpreendente, tal seus extemporâneos sumiços. Disso provamos, Maria Beatriz e eu, em companhia de casais amigos, em inesquecível temporada no chão e águas do Quixadá, acolhidos pelos insuperáveis anfitriões Nicinha e Edmilson Pinheiro. Lúcio, o Guiness pode lhe dar galardão do recorde temporal da faina jornalística, mas do seu mérito profissional e valor humano, dizemos nós seus amigos e admiradores.

Sessão das quatro

Ingrid Bergman moveu todos os seus pauzinhos para ser a Maria de “Por Quem os Sinos Dobram”, uma das duas vezes que contracenou com Gary Cooper, ambas sem muito sucesso, e foi brilhar precisamente naquele filme que nunca a empolgou, “Casablanca”.