Primeira Página

LÚCIO PACO BRASILEIRO NO ESPAÇO E NO TEMPO

Wilson Ibiapina é referência da imprensa cearense de Brasília, provavelmente empatando, no apreço dos colegas, com Fernando César, que, por sinal, é quem assina a escorreita apresentação do primeiro livro, intitulado “Histórias de Gente da Gente”, do qual me fez personagem, que agora gaudiosamente transcrevo.
Ibiapina, antes de embarcar pra Capital, formou na sadia boemia que preenchia as noites em convescotes intermináveis, naturalmente adoçados por biritas, que podiam ser cerveja, montila ou até mesmo caninha da boa.
As pessoas estão vivendo muito mais e melhor. Os idosos de hoje nem imitam os nossos avós, que, aos 50, já se penduravam em bengalas. Os velhos de hoje trocam os agasalhos por roupas esportivas, tênis e exercitam um cuidado especial com a saúde. É como diz Roberto Carlos, na canção “É preciso saber viver”.
O jornalista Francisco Newton Cavalcante, que desde 1955 assina coluna na imprensa cearense sob o pseudônimo de Lúcio Brasileiro, adotou agora, também, o apelido de Paco, para bater pernas pela Europa. Há quem ache que ele sofre de nosomania. Paco, apenas se sente preocupado com a saúde. Em entrevista que deu a João Soares Neto, ele revela que cuida do ácido úrico, do coração e dos ossos, e afirma: “Se eu tiver qualquer doença, será injusto, pois me cuido até dormindo.” Foi preciso um incidente, na França, para que caísse na real e, com amargura, se descobrisse um menino em folha por dentro, já que por fora…, bem, ele mesmo conta.
“Para evitar o táxi, que cobra 60 euros, tomei um trem em Nice, para baixar em Villefranche-Sur-Mer, que custa dois.
Vagão superlotado, tive vontade de morrer quando moça de uns 20 anos me concedeu o lugar e ficou de pé.
Quer dizer que, exteriormente, de nada adiantaram as caminhadas matinais, a bicicleta, a academia, a dieta do alho, carne vermelha só uma vez por semana e nenhum doce.
Minha terceira idade era evidente. Em compensação, dias depois, no hotel Don Toni de Ibiza, um cidadão inglês de nome Alex perguntou que idade eu tinha e respondi incontinenti: 51. Parece bem menos, foi sua gaudiante afirmação.”
Hoje, ciente de que tem mais passado do que futuro, o setentão segue lépido, procurando viver cada momento, sem se importar com o que os outros achem dele.
Se o nome dele não estivesse no frontispício, todo mundo saberia, entretanto, que o escrevera, pois é a cara dele, em todas as linhas.
Aliás, pretendo ainda retornar a outras abordagens que ele encetou.
E estabelecer que pelo livro de estreia se pode perfeitamente conhecer o escritor.

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