Categoria: Apanhado político

Chico Monte foi o primeiro político cearense a ser eleito quatro vezes deputado federal, 46, 50, 54, 58, os outros, Paulo Sarasate, Armando Falcão, Adahil Barreto, José Martins Rodrigues, Álvaro Lins.

João Goulart veio para a posse de Parsifal Barroso no Governo, oportunidade em que lhe fui apresentado, por seu amigo Carlos Jereissati, em casa do também deputado Bonaparte Maia, que por sinal não estava presente.

Paes de Andrade e Furtado Leite empatam no ranking cearense para deputados federais, oito. O desempate, se forem incorporados também como estaduais, dá a vitória a Paes, porém, se o critério for de eleições seguidas, quem ganha é Furtado Leite.

Na campanha de Jânio Quadros, foi criada a chapa Janja, pela qual Jânio teria de vice João Goulart. Os dois foram eleitos, o que equivaleu a um absurdo, pois é claro que quem votava em Jânio não desejava Jango na vice.

Agora, passados 60 anos, e pensando bem, não teria sido má ideia Parsifal Barroso ter permanecido no Governo em 1962, sendo candidato a deputado pelo Piauí, já que naquele tempo não havia obrigação de domicílio, enquanto Chagas Rodrigues continuaria governando e disputaria a cadeira parlamentar pelo Ceará, inclusive não teria deixado o professor sem mandato por quatro anos.

Empresário Raul Carneiro foi primeiro eleito deputado estadual em 1958, e em 62, federal, porém não continuou, face à morte de seu cunhado Carlos Jereissati, a quem muito admirava.

Chamava-se Manoel Matoso Filho o deputado que vítima, em 1951, de acidente, na zona norte, partiu, ensejando Paes de Andrade, que estreara como suplente, assumir quase o mandato inteiro, na Assembleia Legislativa.

Figueiredo Correia foi quem recebeu o general Baptista Figueiredo, quando o Presidente baixou no Congresso, prestigiando a União dos Deputados Católicos, por sinal, muito bem presidida por Joaquim, um político de evidentes mãos limpas.

Constituinte Estadual em 46, Adahil Barreto foi quatro vezes eleito federal, três pela UDN e a última pelo PTB, quando foi injusta e apressadamente cassado pelos militares.

Dr. Antônio Jucá morreu como senador, tendo ocupado a cadeira vaga com a partida de seu amigo Carlos Jereissati, do qual era suplente. Em Boston, Estados Unidos, fez, em 1944, “Fellow Ship” em Cardiologia. Suas palestras marcaram época na Sociedade Cardiológica Brasileira e serviram pra demonstrar o grande conhecimento de que era possuidor.

Dr. Waldemar de Alcântara me chamou um dia, num restô da Beira Mar, e desabafou: Está difícil o acordo, acontece que a Luíza manda no Virgílio, mas quem manda na Luíza é a Nícia, e quem manda na Nícia é o Flávio, que é do PTB, enquanto o nosso PSD fez coligação foi com a UDN.

Paes de Andrade e Mauro Benevides, apesar de frequentarem os mesmos partidos, PSD e PMDB, nunca foram grandes amigos, pois Paes nunca perdoou o fato de Mauro ter aceito substituí-lo na Pasta da Justiça, no Governo Parsifal.

Quando tirou um pimentelista, general Góis, da Secretaria da Polícia, o governador Parsifal Barroso nomeou, para substituí-lo, um armandista do PSD, deputado Nogueira Diógenes.

Quando Virgílio Távora governava o Estado na primeira vez, os Jornais e Emissoras Associados, sob o comando de Eduardo Campos, promoveram a escolha do Prefeito do Ano, que recaiu em Humberto Bezerra, do Juazeiro. Nessa época, os Bezerra e VT viviam em lua de mel.

Dos cinco irmãos Bezerra, dois não disputaram cargos eletivos, o primogênito Leandro e o caçula Ivan.

Os quatro deputados mais votados por Aurora, em 1962, dois federais e dois estaduais, cada um recebeu um banco da avenida em frente à estação do trem, como tiveram suas carreiras ceifadas pela Revolução, virou a Praça dos Cassados.

Quando perdeu pra Parsifal, em 58, Virgílio sentiu um aperto no coração. Porém, não foi pela derrota em sim, foi porque, desempregado, teria de volver ao Exército, como major. E sabendo que o então todo-poderoso ministro da Guerra, general Lott, não apreciava os Távora, iria fatalmente parar numa das fronteiras do Norte.

Apesar de ser uma candidatura de gosto da comunidade, o dr. Murilo Amaral não chegou a disputar a Prefeitura de Caucaia, tendo se tornado, assim, o prefeito que o município nunca teve.

Esmerino Arruda nunca foi cassado, o que aconteceu em 64 é que o partido do Governo, Arena, não se mostrou propenso a lhe conceder legenda para tentar o quarto mandato de deputado federal.

Defensor da tese da coincidência de mandatos, bem antes da eclosão de 64, Esmerino Arruda anunciou, em roda de jornalistas, no Rio, que tinha um nome para Presidente tampão, se viesse a acontecer, o general cearense Humberto de Alencar Castello Branco.