Categoria: Apanhado político

Um repórter chegou pro Carlos Lacerda e afirmou que o diplomata Sérgio Correia tinha dito que ele era subversivo. Resposta: a última vez que eu vi esse embaixador, ele era monarquista, quer dizer, subversivo é ele, que ainda não aderiu à República.

Em um dos meus papos com Edson Queiroz Filho, expliquei a esse meu amigo por que não o sufragava para deputado: repare bem, você está entrando na política porque teve um pega com o cunhado Tasso Jereissati, e não considero que isso seja motivo, é preciso algo mais profundo, e, acima de tudo, vocação. Sempre nutri afeição por ele.

Leão e Mauro Sampaio tiveram juntos onze mandatos federais, seis para Leão, cinco para Mauro, o filho que sucedeu o pai, que vinha da Constituinte Nacional. Verdade que não brilharam, todavia, no procedimento moral, nada se tem a dizer deles.

Em 1954, ainda se votou pra suplente de senador, que na época era só um. Isso significando que você podia sufragar o titular de uma chapa e o reserva de outra.

A bancada dos irmãos Pontes, de Massapê, só deu um deputado federal, Osires, duas vezes, sendo também suplente de senador. Pontes Neto chegou a presidente da Assembleia, enquanto os outros dois, Vilmar e Aurimar, foram apenas suplentes.

Presidente, sei perfeitamente que um ministro pode fazer tudo o que quiser, menos o que o presidente não quer. Essa, quem saltou foi Armando Falcão, quando o general Ernesto Geisel o convidou para a Pasta da Justiça.

Parsifal Barroso, que saiu do Senado para assumir a Pasta do Trabalho, e Armando Falcão, que deixou a liderança da maioria para tocar a da Justiça, foram os dois representantes do Ceará no Ministério de Juscelino Kubitschek.

Um dos homens públicos mais sérios que o Brasil já produziu, o Dr. José Martins Rodrigues é o exemplo mais evidente de que a expressão “Político Profissional” pode perfeitamente não ser pejorativa.

Dando quatro deputações estaduais para Péricles, três para Crisanto e Acrísio eleito duas vezes prefeito, cargo que Pekim disputou, mas não levou, da segunda parte dos anos 40 até o comecinho de 60 pode ser apontada a época de ouro dos Moreira da Rocha, pelo menos que o repórter tenha tomado conhecimento.

Leitão de Abreu, duas vezes Chefe da Casa Civil, e Aureliano Chaves, governador de Minas, que foi vice de João Figueiredo, foram dois civis pelos quais torci que fossem presidentes, além, naturalmente, de Carlos Lacerda.

Duas vezes eleito deputado pela Guanabara, Francisco Studart, genro de Parsifal Barroso, no entanto, era cearense. Pois bem, no pleito de 1974, ficou na rabeira, quer dizer, último lugar, no Rio, e o ex-sogro, último no Ceará. Divisando o ex-genro nos corr

Da classe política, destaco Virgílio Távora como o melhor papo, pois tinha senso de humor e sabia ouvir. Além do mais, tratava-se de um cavalheiro, um homem de grande distinção.

A União Pelo Ceará, que congregou os grandes partidos contra a voracidade dos pequenos, jornalisticamente falando, teve seu início numa entrevista do deputado estadual Vicente Augusto, concedida à Adísia Sá na Gazeta de Notícias.

Castello Branco ficou uma fera, quando soube que, já tendo Tribunal de Contas do Estado, haviam inventado um Tribunal de Contas exclusivo para Fortaleza. Imediatamente, ordenou que ele fosse extinto, e cada integrante ficasse recebendo por tempo de serviço.

Até a eleição de 1954, aquela que, ainda hoje se diz, Armando Falcão ganhou, mas quem levou foi Sarasate, ainda se votava para suplente de senador, porém, no pleito seguinte, 1958, não mais se votou para suplente.

Provavelmente, exemplo maior de dignidade na vida pública cearense, dr. José Martins Rodrigues, embora não tendo sido constituinte, pois começou em 54, teve quatro mandatos de deputado federal. Nunca ocupou a liderança, todavia sempre foi bem votado. Teve seus direitos políticos suspensos em 1969, antes que o povo cearense pudesse lhe consagrar a quinta eleição.

Vicente Augusto e Moacir Aguiar foram dois cabeças de seus respectivos grandes partidos, PSD e UDN. Todavia, ambos desprovidos de charme eleitoral, amargando, às vezes, suplência da Assembleia. Vicente ainda chegou a ser eleito para a Câmara Federal, uma única vez. Os dois, grandes amigos meus.

Até hoje se discute se, após a morte de Tancredo, Ulysses, e não Sarney, deveria ter assumido a Presidência. O maranhense realmente não foi bom, porém Ulysses, que Geisel considerava o brasileiro mais inútil já havido, teria sido pior.

Na eleição de 1962, a UDN elaborou uma lista de quatro candidatos, Adahil Barreto, Edivaldo Távora, Guilherme Correia e José Flávio Costa Lima, porém surgiu o nome de Virgílio Távora, que vinha de ser ministro, e a relação em questão acabou.

Único varão de Virgílio Távora, Carlos, bem ao contrário do pai, nunca demonstrou aptidão política, embora tenha sido eleito três vezes deputado federal. Seu querer, na realidade, era muito mais a vontade da mãe, que adorava.