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Quando assumiu o Governo pela primeira vez, o grande Virgílio Távora criou subsecretarias de Estado, para acomodar os partidos que formavam a União Pelo Ceará, UDN, PSD e PTN. Ao ser informado, o presidente Castello Branco mandou um recado para VT, que acabasse com aquilo. O que foi, naturalmente, imediatamente concretizado.

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O maior leitor de minha coluna, grande empresário José Macêdo, foi três vezes deputado federal, 1958, 1962, 1966, suplente de senador, em 70, de Virgílio Távora, e 78, de José Lins.

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Sim, é Verdade, suplente oito anos do general Onofre Muniz, o major Góes, politicamente ligado ao chefe pessedista Menezes Pimentel, não assumiu o Senado um único dia. Não é nada, se compararmos ao Esmerino Arruda, que passou 16 anos na garupa e não entrou na Câmara Alta.

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Virgílio Távora estreou auspiciosamente sua carreira política, sendo o mais votado na UDN, para deputado federal. Quatro anos depois, foi reeleito, também na cabeça, e em 66, após deixar um grande Governo realizado, disparou, obtendo mais de 70 mil, deixando longe o que veio em segundo.

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O grande empresário Audísio Pinheiro disputou um mandato de deputado federal em 1962 e tive o prazer de participar, junto a Lustosa da Costa, de seu birô de imprensa. Foi eleito com folga, porém, daí por diante, não quis mais saber de eleição.

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Família Gentil teve três mandatos de deputado federal, dois para Adolfo e um para tio Antônio, que, por sinal, foi Constituinte nacional de 1947 e candidato a Prefeito não emplacado, em 1950, perdendo pro radialista Paulo Cabral.

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Para se ter uma ideia das facilidades costumeiras dos políticos, transmito este dado para vocês. No pleito de 1962, Assembleia Legislativa elegeu 65 deputados. Oito anos depois, os militares fizeram ver que isso não era possível, e impuseram, a toque de tanque, baixar pra 40.

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Após destacada atuação na Assembleia Legislativa, quando se revelou brilhante e convincente orador, Walter Sá Cavalcante foi eleito deputado federal e era apontado como candidato de seu partido ao Governo do Estado. Entretanto, o destino tramou, e foi batido por um tumor na cabeça, em meio ao terceiro ano de mandato.

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Do meio pro fim da década de 60, a história tramou, no Ceará, contra Virgílio Távora, Antônio Martins Filho e Murillo Borges, que vindos de excepcionais desempenhos no Governo, Reitoria e Prefeitura, não conseguiram fazer seus sucessores.

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Assumindo o poder em 1964, Castello Branco tinha em mente que pelo menos em seu Estado saíssem Governador e Vice civis. Para companheiro de Plácido, já escolhido, surgiram dois nomes, José Raimundo Gondim e Carloto Pergentino Maia. Acontece que o PSD vetou José Raimundo, por considerá-lo virgilista, enquanto a UDN riscou Carloto, por ser por demais pessedista. Castello então se enfezou e indicou o general Humberto Ellery.

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José Walter Cavalcante, tirante o escorrego da Praça do Ferreira, foi um dos melhores prefeitos que Fortaleza já teve, sobretudo de enorme seriedade no trato da coisa pública. Mas não era político, como bem demonstra a infeliz declaração, afirmando que não seria candidato a Governador, a não ser que Virgílio Távora fosse, quando VT tinha realizado uma administração redentora, após o Estado haver atravessado três gestões descoloridas.

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Um dos cérebros da Assembleia, quando dos tempos do Palácio Senador Alencar, no centro da cidade, Barros dos Santos, que teve seis mandatos, era o deputado mais próximo da sede, pois morante no Dona Bela, residencial de Pedro Philomeno, vizinho ao Imaculada Conceição, portanto, ia e voltava a pé.

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Logo no início da administração Plácido Castelo, que por sinal foi ótimo governador, minha cobertura na Torre do Iracema se prestou a importante acontecimento político, qual seja, a criação do Grupo de Ação Parlamentar, de inspiração tavorista, contendo, entre outros, que eu me lembre, o deputado Aquiles Peres Mota, de Ipueiras, Marcelo Holanda, de Baturité, e Derval Peixoto, do Crato, esses dois últimos estreantes na Assembleia.

Regendo a orquestra

Na véspera da investidura de Virgílio Távora no Governo do Estado, em 1963, a primeira-dama sainte, Olga Barroso, rompeu com ele, achando que o partido de seu marido não tinha sido suficientemente compensado na formação do Secretariado. Dona Olga era quem tinha os mapas das mesas do banquete do Náutico, e eu estava descansando no meu quarto do Iracema Plaza, quando a Moema Távora bateu na porta e apelou para que eu assumisse a organização. Resultado é que tive a honra de ser o cerimonialista da festa de posse prenunciante do grande Governo que se iniciava.

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O patriarcado João Pontes de Massapê deu quatro deputados, Osires, Pontes Neto, Vilmar e Aurimar. A grande figura da família foi, sem dúvida, o dr. Pontes Neto, e certamente o mais culto. Agora, em meu parecer, o mais inteligente foi o Vilmar, que chegou a ser dono de um terço do fabuloso prédio do Cassino de Guarujá.

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Quatro governadores casaram filhas no Abolição, Plácido Castelo, César Cals, Waldemar Alcântara, Adauto Bezerra. As noivas em questão passaram, naturalmente, à história.

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José Barros de Alencar foi um político sério, que presidiu várias vezes a Câmara Municipal e lutou toda a vida pela emancipação de Messejana, que, por sinal, não conseguiu.

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O governador Virgílio Távora, o prefeito Murillo Borges e o reitor Antônio Martins vinham de magníficas gestões, porém não fizeram seus sucessores. Virgílio queria Adauto e saiu Plácido, Murillo, não sei quem ele queria, mas não era o José Walter, e Martins Filho, o prof. Prisco Bezerra, da Agricultura, e deu Fernando Leite.

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Se duvida até hoje se João Goulart pretendeu fazer do cunhado Presidente da República. Pois havia um lugar que ele não abria mão, que era a chefia do PTB. E com Brizola na Presidência, seria naturalmente o comandante do Trabalhismo, ficando Jango numa posição secundária.

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Não seria exagero se dizer que Carlos Jereissati fez Parsifal Barroso Governador, na eleição de 1958, derrotando seu grande amigo Virgílio Távora. Porém, romperam logo no começo do Governo, tendo sido este, sem dúvida, um dos pecados políticos cometidos por Parsifal. O desentendimento foi com o Secretário da Agricultura, coronel Brito Passos, que teria sido indicado pelo PTB do Carlos.