Camisa pesa

Danilo, da Seleção de 1950, é exemplo de jogador de clube, que não brilha no escrete, onde sempre esteve longe do Príncipe que era no Vasco.  

Bola menor

Maracanã delirou quando o Brasil goleou a Suécia de 7 × 1, só que a crônica esportiva esqueceu que os nórdicos mandaram pra Copa do Mundo o time olímpico.

Corrigindo

Na final do Mundial de 1950, não é verdade que o Vasco da Gama deu mais jogadores que os outros clubes brasileiros somados, pois dos onze só cinco eram cruz-maltinos, como também não procede que o Peñarol entrou com mais craques para o escrete do Uruguai, pois só deu cinco, enquanto os outros grandes do vizinho país, seis.  

Apito perfeito

O jogo Brasil x Uruguai que deu aos celestes seu segundo título mundial, em 1950, foi arbitrado pelo inglês George Reader, que realizou um trabalho sem falhas. Ainda assim, a crônica brasileira, não tendo nada a dizer contra, alegou que ele teria acabado o jogo exatamente na hora e meia previsto no regulamento.

Cor leva culpa

Após a derrota do Brasil para o Uruguai, no Maracanazo de 1950, os racistas trataram logo de culpar os três coloredes do time, Bigode, Barbosa e Juvenal, nessa ordem, pelo gol da catástrofe, deixando fora das mágoas os brancos Danilo, que não deu combate ao extraordinário meia uruguaio Julio Perez, e ao nosso Jair, que perdeu a pelota para Obdulio Varela iniciar o gol de Ghiggia.

Só com bola

Calçando o tênis, o cavalheiro só usa a meia até metade da perna quando está na quadra. Agora, se é para fazer companhia à bermuda, ela só deve cobrir o pé.

Futebol clube

Flávio Costa e Zezé Moreira, jogadores pebas, deram ótimos treinadores, ambos foram campeões cariocas e dirigiram a Seleção.

Ponto neutro

Quando o pênalti perdido bate na trave, o executor não pode corrigir e fazer o gol, porém qualquer outro jogador do time beneficiado pode. Agora, se bate no goleiro, o cobrador pode tocar para as redes.

Pouca conta

O treinador Flávio Costa só conseguiu um título internacional, o Sul-Americano de 1949, realizado no Brasil um ano antes do advento do Maracanã, mas que não teve maior significado, porque Argentina não participou e Uruguai mandou um time de estudantes.

Craque sem bola

Exemplo de jogador sucesso no clube que nas poucas vezes chamado para a Seleção não emplacou é Luizinho, do Corinthians, numa demonstração que existe atleta de clube e atleta do escrete.

Homem mau

Todo mundo sabe que sou ligado em futebol, o que inclui a imprensa esportiva, tendo até mesmo assinado coluna diária nos Associados. Agora, maior vitória não foi haver transmitido do Maracanã Brasil enfrentando Inglaterra, foi ter invadido a casa de Obdulio Varela, nos arredores de Montevidéu, e entrevistado aquele que tirou da boca o que teria sido nosso primeiro título mundial.

Talvez

Neymar, que pode ser um caso de jogador de clube, a quem falta alma para a Seleção, disputou três Copas, perdendo dois jogos, contra a Bélgica, em 18, sem pênalti, e contra a Croácia, em 22, nas penalidades, que, por sinal, não chegou a bater.

Pontos nos is

De tanto a reportagem futebolística ressaltar que o Brasil é pentacampeão mundial, quando não é, pois os títulos têm que ser sequenciados, a Canarinha terminou sendo, só que pelo avesso, pois faz cinco que não vê o azul.

Clubistas

Dois ídolos evidentes, Zico, no Flamengo, e Roberto Dinamite, no Vasco, podem ser citados entre os craques que abafavam em suas agremiações, porém não repetiam as brilhantes atuações quando jogavam pela Seleção.

Faixas lá em cima

Na Torre do Iracema Plaza Hotel, onde residia, recebi os seguintes campeões mundiais de futebol, Beline, Orlando, Nilton Santos, Carlos Alberto, Rivelino e Clodoaldo.

Bola de bola

Ermelino Matarazzo, herdeiro da maior fortuna do Brasil, a de seu pai, Conde Chiquinho, era muito ligado em futebol e fez até um jogo, no Campeonato Carioca, defendendo a meta do Olaria, que valeu acusação de haver comprado o treinador do clube, Gentil Cardoso.

O peso da camisa

Batatais foi um dos maiores goleiros do futebol brasileiro, brilhando anos seguidos no Fluminense, com quem foi tricampeão. Entretanto, não emplacou na defesa da meta da Seleção, inclusive ocasionando o maior vexame no Mundial de 38, deixando passar cinco bolas e obrigando seus companheiros de ataque a meter seis na Polônia, para poder ir adiante.

Bola redonda

Heleno de Freitas só pisou o gramado do Maracanã uma vez, jogando pelo América, que perdeu para o lanterna São Cristóvão. Foi parar no Santos, que não era ainda o de Pelé, e, com agravamento da esquizofrenia, foi internado pelos amigos no Hospital Psiquiátrico de Barbacena, quando pereceu.

Bola (nem sempre) redonda

Danilo, que era o Príncipe do Vasco, não conseguiu no jogo final contra o Uruguai, em 1950, marcar Julio Perez, que o driblava seguidamente, e avançava com perigo, sendo um caso típico de jogador de clube, que não emplaca na Seleção.

Naquele tempo

Em 1950, o Campeonato Paulista era disputado por 12 clubes, sendo quatro grandes, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Portuguesa, quatro pequenos, Ipiranga, Juventus, Nacional e Comercial, três santistas, Santos, Portuguesa Santista e Jabaquara, e apenas um do Interior, Guarani de Campinas.