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Num dos meus jubileus no Centro de Convenções, telefonei no dia do acontecimento, pela manhã, para Nicinha Pinheiro, que frequenta fácil a primeira fila de minhas amizades. “Você teria condições de me dar um jantar hoje?” “Nem tenho condições, nem quero lhe dar.” E armou um jantar que teve até orquestra.

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Eleição apertada, me parece que não houve tão como de Prefeito de Fortaleza, em 62, vencedor Murillo botou mil votos sobre Pekim, que foi o segundo, batendo terceiro colocado, Moura Beleza, também por mil.

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Cheio de grana, Bonaparte Maia só disputou cargo eletivo uma vez, sendo candidato a deputado federal, e quase não entra, ficando em penúltimo. Foi tomar posse de smoking no Palácio Tiradentes, fato muito glosado pela imprensa carioca.

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Para produzir o maior Governo da Guanabara, Carlos Lacerda foi eleito por apenas 22 mil votos, e, na minha modesta opinião, teria sido um espetacular Presidente da República.

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Numa de suas visitas a Fortaleza, Castelo Branco aceitou o convite de Paulo Sarasate para jantar no número 20 da Rua Assunção. Três governadores circunvizinhos, João Agripino, da Paraíba, Plácido Castelo, do Ceará, e José Sarney, do Maranhão, pediram para Sarasate arranjar alguns minutos com o Presidente, conversa a que de longe presenciei, pois dona Albaniza me havia convidado. Dos três, o nosso era o mais calado.

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Plínio Pompeu foi eleito senador em 46, na Redemocratização. Em 54, chegou a pegar corda do PSD, para candidatar-se a Governador, que preferiu Armando Falcão, que após bela campanha, segundo rumores da época, ganhou, mas tomaram no tapete. O sobralense não mais se candidataria a cargo algum.

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Eu estava no Alabama, quando chegaram Maristher Gentil, com seu marido Luciano, campeão de tênis, e a grande vencedora de Wimbledon, Maria Esther Bueno.

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Com José Sarney, meu colega de boca livre no Hotel Glória do Rio, estive em São Luís, quando governador e seu amigo Rangel Cavalcante convidou alguns jornalistas, e aqui em Fortaleza, em casa de Sarasate, jantar a que compareceu o presidente Castelo Branco, e também em Brasília, quando da investidura do meu irmão civil Fernando César no cargo de porta-voz. E fora do Brasil, Nova York, quando Luiz Eduardo Campello recebeu o Brasileiro do Ano, das relações dos Estados Unidos com o nosso país.

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Humberto Bezerra, prefeito de Juazeiro, escolhido o Melhor do Ceará, na promoção dos Diários Associados, em 1963, foi quem teve a honra de receber Carlos Lacerda, candidato de seu partido, a UDN, à Presidência da República

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Plácido Castelo procurou seu amigo Edgar Damasceno e sugeriu que ele passasse um Livro de Ouro no Clube dos Lojistas, para que pudesse aumentar seus votos no sertão, já que sua reeleição de deputado estadual estava bem a perigo. Edgar voltou-se e assim se expressou: Plácido, você não é homem pra Assembleia, os lojistas vão fazê-lo federal. Imediatamente, ligou para o presidente Rubens Lima Barros, que começou a agir, o que dias depois perdeu a razão de ser, quando general Castelo Branco, ouvindo Paulo Sarasate, fez de Plácido Governador, por sinal, excelente, dando lição de seriedade no poder.

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Olavo Oliveira, que formou com Porfírio Pompeu primeira dupla de senadores cearenses após a Redemocratização de 46, encerrou a carreira com três derrotas, duas delas, a primeira, quando tentou emplacar o filho Raimundo Ivan para vice-governador, e a segunda, quando programou o filho para seu suplente, em 58. Finalmente, em 62, disputou, porém sem a menor chance.

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Legenda da Medicina, José Pontes Neto teve vários irmãos deputados estaduais, mas foi o único que chegou à presidência da Assembleia, ele pertencia a um pequeno partido, PSP, que tinha Ademar de Barros como líder nacional.

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Na grande posse de VT, a primeira, fui eu que sentei o deputado Álvaro Catão, de Santa Catarina, e a belíssima Lurdes, uma das Dez Mais do Brasil, no banquete do Náutico, porém não quiseram esticar no Castelo de Bolso dos Gentil, alegando cansaço.

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Minhas despedidas do Armando Falcão aconteceram em dois almoços, sendo o primeiro no Ideal, cujo então presidente (e ótimo) Paulo Bandeira não lhe permitiu pagar, e outro, com Lúcia Dummar, no Castelo da Lagoa, quando tentou falar com ex-amigo Roberto Marinho e não conseguiu.

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Na campanha de 58, estando domingo em Fortaleza, era muito raro Virgílio não almoçar no Rancho Alegre dos Pinheiro, quando eu, geralmente, estava presente. Uma tarde, dona Luíza voltou-se para Nicinha e proclamou: Você sabia que o Lúcio vai pôr o Virgílio nos Dez Mais Elegantes? Reação de VT: Se assim o fizer, o doutorzinho será processado por vilania.

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No banquete de posse do governador Virgílio Távora, cujo cerimonial me coube, tive de enfrentar um problema logo de cara, o senador Arnon de Melo estava se retirando porque eu havia dado lugar de mais destaque ao deputado Álvaro Catão do que a ele, felizmente, fui avisado há tempo e saí atrás, conseguindo segurar o representante das Alagoas nas escadarias do Náutico, que voltou ao seu lugar.

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Na véspera de sua posse, em 1963, Virgílio Távora reuniu a equipe para um encontro preliminar. Paulo Sarasate passou pela sala, viu e entrou, e foi logo dando sugestões ao secretário A ou secretário B, ocasionando VT interrompê-lo: O senhor parece estar sofrendo de amnésia, seu Governo, doutorzinho, terminou há quatro anos, agora o Governador sou eu.

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Quando general Dilermando Monteiro chegou ao Ceará para assumir o comando da Décima Região, logo após desencadear 64, dei um jantar de boas-vindas para o qual chamei o governador de plantão, como presidente da Assembleia, Adauto Bezerra, meu patrão Eduardo Campos e Waldemar de Alcântara, que perguntou ao visitante: “O senhor acha que os militares estão em plenas condições de assumir o controle total da Nação?” “Acho que não, e é por isso que sou contra.”

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Entrevistando Maria Luíza Fontenele na Jangadeiro: “É verdade que você é dona de um motel na zona leste?” “Olha aqui, Lúcio, eu sei que tem um motel de uma senhora Maria Luíza, que é do Quixadá, eu me chamo Maria Luíza e nasci no Quixadá, agora, repare bem, hoje tenho dificuldade em conseguir quem queira me levar prum motel, quanto mais ser dona de motel.”

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Lustosa da Costa participou do programa que marcou minha estreia na televisão, “Eles Fazem a Cidade”. Convidou o padre Arquimedes Bruno, a quem perguntou de prima: É verdade que o senhor é comunista? Resposta: Pra fazer uma pergunta dessa, só tendo prisão de ventre mental.