Categoria: Vã filosofia

Quando de carro parado num sinal de trânsito, cidadão nega um óbulo a mendigo de mão estendida, a gente que vem atrás fica torcendo para que ele bata a seguir e tenha a perna atingida, embora não a perca.

Quando se oferece um jantar, não é mister sair perguntando a cada convidado qual sua alergia particular. Agora, se tem um homenageado, os donos da casa devem abordar com ele a conveniência de servir determinado prato.

Quem pergunta pela idade não é de bom traquejo. Idade, quem estipula é o aniversariante, desde que assim o deseje, o que, convenhamos, quase nunca acontece.

No meu parecer, comensal sentado à mesa entre duas senhoras, que só entretém conversa com uma, deixando a outra no molho, merece que a comida esfrie.

Para o portador de língua podre ou de trapo, a observação mais correta é que na casa onde ele cresceu não havia bidé.

Beberagem, para significar diapasão etílico e correlatos, é uma palavra grosseira, que deve ser evitada, preferencialmente, utilize folguedos, bem mais suave e aceitável.

Um dos ditos de Paulo Francis, apaixonado pela França: Paris será o lugar para onde iremos após a morte, se tivermos feito algum bem a nossos semelhantes.

Encontrando amigo que lhe comunica viagem próxima e pergunta se tem alguma encomenda a trazer, não leve ao pé da letra a oferenda, se trata de mera questão de cordialidade e fidalguia, não havendo nada mais desagradável do que sobrecarregar a mala para atender pedidos.

Hoje, primeiro de abril, pra muita gente, é o Dia da Mentira e, pra muito mais gente, é o Dia Mundial dos Bobos.

Uma forma fidalga de homenagear a esposa é espalhar nas rodas “ela é minha estatal”.

Quando o avião cai, nunca aceite que alguém diga que quase vinha nele, pois considero descortesia para com filho que perdeu pai ou pai que perdeu filho no acidente. Meu repicar será sempre “e por que é que você não veio?”

Foi baseado na confissão princípio de que não tenho pecado, que o padre Washington, da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, em Caucaia, ministrou-me a Bênção Sagrada, no patamar traseiro leste.

É profundamente antigastronômico se misturar as guarnições que acompanham o prato principal. Assim, não se mistura purê, pirão, arroz e macarrão.

Numa calçada, o lugar de honra é o que acompanha a parede, portanto, destinado à dama, ficando cavalheiro do lado do passeio, quer dizer, da rua.

Não se dá mão a médico no consultório. Agora, se ele estende, o paciente tem de honrar, para não deixar que quem está lhe cuidando, e talvez até salvando sua vida, permaneça de mão abanando no ar.

Média de vezes por dia que o empregado doméstico deve lavar as mãos, oito. E nunca mostrar os pés, querendo dizer que sandália japonesa não pode.

Hoje, primeiro de abril, pra muita gente, é o Dia da Mentira e, pra muito mais gente, é o Dia Mundial dos Bobos.

Na tarde que conheci Zózimo, quando ele traçava uma carne-de-sol excelentemente preparada pela Sandra Gentil, o inovador do colunismo brasileiro reparou que eu batia os cubos de gelo no copo de uísque e logo batizou o feito de cobrinha.

Laureados não têm direito a assento à mesa, a não ser que se trate de um só. Quando mais, eles se sentam na plateia e são chamados na hora de receber a honraria, voltando depois a seus lugares de origem, já condecorados.

No avião, o lugar de honra é o da janela, ocupando o marido o do passeio, para proteger sua mulher, inclusive de café ou suco, que o tripulante possa derramar no balanço.