Bola rolando

Pipiu foi uma das maiores estrelas que se apresentaram no Presidente Vargas. Quando parou, tentou entrar no estádio, meio letreco, para assistir a uma partida. E não o deixaram, não por estar “tocado”, mas porque não tinha dinheiro para pagar o ingresso. Quem me contou foi o saudoso Armando Vasconcelos, que viu tudo.

Bola rolando

O América daqui teve uma fase áurea, no começo dos 50, quando bateu o Ceará no Torneio Aberto. O time: Hélio, Jarbas e Herodoto; Peixoto, Aristóteles e Coimbra; Ubiratan, Manoel de Ferro, Paulo Porto, Naíso e Gilberto. Esse esquadrão, que tinha alguns elementos da Base Aérea, foi definhando, com a transferência deles. Tanto que, no Campeonato Cearense de 51, ele foi cedo eliminado.

Bola rolando

O maior treinador do futebol brasileiro não foi Flávio Costa, que não era um estrategista, e muito menos Vicente Feola, um dorminhoco. Talvez Ademar Pimenta, do Mundial de 38 e do Sul-Americano de 42, quando, em ambos, o Brasil fez boa figura.

Bola rolando

Você convocaria novamente Neymar para um Mundial? De jeito algum, pois até mesmo em questão de Copa, vale o dito popular que “um é pouco, dois é bom, três é demais”. E o milionário futebolista não conseguiu dar o título ao Brasil nas duas chances que teve, nem na Rússia, nem em seu próprio país.

Bola rolando

Paulo César foi o primeiro a entrar em campo, em substituição, na Seleção Brasileira em Copa do Mundo. Entrou no lugar de Gerson, aos 29 minutos do segundo tempo, na estreia, ante a Tchecoslováquia, no México. Seu rendimento, nessa competição, para muitos, foi superior ao do Canhotinha, que viajou fora de suas melhores condições.

Bola rolando

Fluminense doente, o compositor Chico Buarque tinha, entretanto, como seu ídolo dentro de campo o centroavante Pagão, que jogou no Santos e no São Paulo e pendurou as chuteiras muito cedo, coração soprando demais.

Bola rolando

Até hoje, a Seleção Brasileira vencedora de Copa do Mundo que deu mais craque foi a de 1970, da defesa para o ataque, Carlos Alberto, Clodoaldo, Jair, Gerson, Tostão, Pelé, Rivelino e, dedutivamente, a que apresentou menor número de regulares, tais Brito, Piazza, Everaldo e o goleiro Félix.

Bola rolando

Melhores goleiros para a Seleção não foram brilhantes em seus clubes, podendo ser citados Gilmar e Taffarel, enquanto Barbosa e Castilho, absolutos no Vasco e Fluminense, nunca se portaram igual defendendo o escrete.

Bola rolando

O Brasil foi o único país campeão mundial de futebol que perdeu duas vezes jogando em casa, 1950, no Maracanã, porque Uruguai tinha melhor time, e 2014, porque não foi a Copa do Neymar.

Bola rolando

Craque nunca deu para técnico, tanto é assim que Zizinho, Danilo, Jair da Rosa Pinto, Domingos da Guia e Leônidas da Silva nunca emplacaram. Bom treinador é o jogador apenas sofrível, como, por exemplo, Flávio Costa, Zezé Moreira e Zagallo.

Bola rolando

Defendendo a Seleção Brasileira, Garrincha só perdeu último jogo em que atuou por ela. Isso aconteceu no fracassado Mundial de 1966, na Inglaterra, quando enfrentou a Hungria, que fez 3 x 1. Nessa Copa, Garrincha só fez um gol e de bola parada, na estreia contra a fraca Bulgária.

Bola rolando

Os ocupantes da posição de goleiro da Seleção Brasileira, grandes em seus clubes, todavia não emplacaram em Copa do Mundo, tremendo debaixo dos quatro paus, Batatais, em 38, na França, Castilho, em 54, na Suíça, e Barbosa, aqui mesmo, em 50, no Maracanã.

Bola fria

Os dois primeiros canecos ganhos pela Canarinha são, ambos, suspeitos, pois na Copa da Suécia, a Espanha, que era um grande time, perdeu seu centromédio Jonquet no final da primeira etapa, e naquele tempo ainda não havia substituição, enquanto, quatro anos depois, no Chile, o juiz Sérgio Bustamante deixou de marcar um pênalti de Nilton Santos e anulou um gol legítimo da Espanha, que ganhava de 1 x 0, já mais da metade da fase derradeira.

Bola rolando

João Havellange liderou o grupo que foi recebido pelo presidente João Figueiredo, objetivando que o Brasil fosse a sede da Copa do Mundo. O general lhes disse que o importante não era patrocinar, era ganhar o caneco. E deu a audiência por terminada.

Bola rolando

No Estádio do Pacaembu, e eu estava lá, Brasil apanhou de três da Argentina, e Pelé acabou expulso, por dar uma cabeçada no estômago de defensor platino. Aconteceu em 1964, e Argentina sagrou-se campeã, vencendo também Inglaterra e Portugal.

Testemunha ocular

Só pra fazer inveja ao saudoso Airton Fontenele, confessarei, agora, que quando Romário estreou no Barcelona, eu estava no estádio Camp Nou. O Baixinho marcou três gols irrespondíveis, um deles em jogada tipo obra-prima. Tive de pagar, na hora, a graça de ter apreciado sua atuação, pois passei, depois do jogo, mais de duas horas pra conseguir um táxi e voltar pro hotel.

Bola rolando

Magistral Domingos da Guia, apontado o Pelé da defesa, não foi feliz no Mundial da França. Cometeu um pênalti desnecessário no jogo decisivo com a Itália, e segundo li, entrou em campo com febre nas quatro partidas que jogou.

Bola rolando

Ermelindo Matarazzo, filho do homem mais rico do Brasil, o Conde (Papau) Chiquinho, de quem se dizia possuir 800 fábricas em São Paulo, era louco por futebol, e chegou a fazer uma partida no gol do Olaria da Primeira Divisão carioca. Só que deixou passar três frangos, e então se comentou que para ser escalado havia comprado o treinador.

Bola rolando

Nos áureos tempos do sabão Pavão, a Siqueira Gurgel, dos irmãos Zequinha e Eduardo, chegou a manter um time de futebol na Primeira Divisão, chamado Usina Ceará, que tinha até pequeno estádio, junto à fábrica.

Bola rolando

Para a Copa do Mundo de 1958, primeiro caneco, por sinal injusto, obtido pela Seleção, parte da imprensa defendeu a escolha do paraguaio Fleitas Solich, que havia dado um tri, também injusto, ao Flamengo. Acontece que a cultura futebolística brasileira não permite treinador de outras plagas para o escrete, e o movimento não vingou, saindo o dorminhoco Feola.