Bola rolando

Você convocaria novamente Neymar para o Mundial? De jeito algum, pois até mesmo em questão de Copa, vale o dito popular que um é pouco, dois é bom, porém três é demais. E o milionário futebolista não conseguiu dar o título ao Brasil, nas duas chances que teve, nem na Rússia, nem em seu próprio país.

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Alfredinho, centroavante do Ceará Sporting, no final dos 40 se transferiu pro futebol paulista e chegou a campeão pelo Santos. Consta na ponta-direita, formando ala com Jair, sim, o Jajá da Copa de 50. Há quem sustente que jogou algum tempo com Pelé, todavia disso não tenho confirmação.

Bola rolando

Dois tricampeonatos do Flamengo foram na base da tomação. O de 42, 43, 44, na final de 44, o ponteiro Valido “trepou” no médio Berascochea do Vasco para marcar o gol da vitória, enquanto no de 53-54-55, o zagueiro Tomires entrou com tudo no meia Alarcon, que passou a fazer número em campo, logo no início da partida. Ressalte-se que, no segundo jogo da melhor de três que decidiria o título, o América havia goleado de cinco.

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Na Copa de 1958, primeira que a Seleção ganhou, não fez um só jogo que merecesse nota alta. E com a França, melhor time do Mundial da Suécia, após primeiro tempo duríssimo, Pelé fez três no segundo, só que seu marcador, Jonquet, estava na enfermaria, após chibatada cruel do Vavá, e naquele tempo ainda não havia substituição.

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Para melhorar o nível das arbitragens, o Campeonato Carioca de 1949 contou com quatro juízes ingleses que davam valor a alguns uisquinhos antes das partidas. Um deles, Mr. Ford, enxugava bem e já entrava em campo meio truviscado. Sua especialidade era marcar pênaltis, três, quatro, cinco, ..., de acordo com as doses ingeridas. Não tiveram o contrato renovado.

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O Botafogo é tetracampeão carioca, 32, 33, 34, 35, porém o próprio clube não dá muita importância, porque, pra valer, só foi 32, ganhou os outros participando de uma liga que só tinha time pequeno.

Gols marcados

Assisti ao vivo as Copas de 78, na Argentina, que o Brasil mereceu perder, e ainda inventou aquela história de Campeão Moral, e a de 82, na Espanha, a Seleção de Telê, que merecia ganhar e a Itália tomou, na semifinal.

Gols marcados

Meu grande momento futebolístico foi quando comentei, para a Ceará Rádio Clube, diretamente do Maracanã, tendo ao lado Augusto Borges e Oliveira Ramos, que fez a locução, o jogo Brasil x Inglaterra, que era então campeão do mundo. A chamada Canarinha ganhou de 2 x 1 sem merecer, marcando Tostão e Jairzinho e estreando Clodoaldo. No gol, o veterano de três copas, Gilmar, que se despedia da Seleção.

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Capitão da Seleção campeão mundial de 62, Mauro, um beque clássico, se escalou na marra, pois, quando o treinador Aymoré lhe comunicou na véspera que Belini era quem ia jogar, Mauro lhe afirmou que voltaria de imediato ao Brasil. Aymoré, então, procurou o médico Gosling, que também admirava o futebol de Mauro, e combinaram uma estratégica, Aymoré ia soltando nome por nome e o médico dizia sim quanto às condições físicas. Assim foi feito, sem dar vez aos outros membros da Comissão Técnica, que preferiam Belini.

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Flávio Costa nunca deu muita bola ao futebol paulista, fato que talvez se explique por não haver ainda televisão, e ele, assim, não ter acesso aos jogos no Pacaembu. No Mundial de 50, por exemplo, ao enfrentar o Uruguai na final, Seleção só tinha três que não eram de clubes cariocas, Bauer e Friaça, do São Paulo, Jair, do Palmeiras.

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Dos dois gols tomados na final de 1950, contra o Uruguai, só o segundo pode ser tachado plenamente de frango. No primeiro, aconteceu apenas que Barbosa pulou atrasado, no forte petardo do Schiaffino pelo alto.

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Muita gente, erradamente, pensa que o Campo do Prado era no local do Presidente Vargas. Não, não era, porém, pertinho, pois onde funcionou, depois, a Escola Industrial, hoje Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará.

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Ivan Roriz, meu colega no Marista Cearense, estreou no Nacional, time da turma dos Correios, e depois se passou para o Ceará, sendo campeão em 1951. Ano seguinte, fez uma partida pela Seleção Cearense, porém não se saiu bem, engolindo um frango, em bola chutada do meio do campo, pelo center maranhense Batistão. E nunca mais vestiu a camisa da FCD (Federação Cearense de Desportos).

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O preferido do treinador Zagallo para a Seleção Brasileira de 1970 era Rogério do Botafogo, que viajou para o México como titular, porém se lesionou num treino, e só aí Jairzinho assumiu, para se tornar um dos maiores valores brasileiros e artilheiros do time, marcando gol em todos os jogos.

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O América daqui teve uma fase áurea, no começo dos 50, quando bateu o Ceará no Torneio Aberto. O time: Hélio, Jarbas e Heródoto, Peixoto, Aristóbulo e Coimbra, Ubiratan, Manoel de Ferro, Paulo Porto, Naíso e Gilberto. Esse esquadrão, que tinha alguns elementos da Base Aérea, foi definhando, com a transferência deles. Tanto que, no Campeonato Cearense de 51, ele foi cedo eliminado.

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Pipiu foi uma das maiores estrelas que se apresentaram no Presidente Vargas. Quando parou, tentou entrar no estádio, meio letreco, para assistir a uma partida. E não o deixaram, não por estar “tocado”, mas porque não tinha dinheiro para pagar o ingresso. Quem me contou foi o saudoso Armando Vasconcelos, que viu tudo.

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Jogando pela Seleção Brasileira, Pelé foi expulso uma vez, que eu saiba. Num torneio que reuniu, também, Argentina, Inglaterra e Portugal, deu uma cabeçada no craque portenho Rattin, e o juiz mandou o Rei pro chuveiro imediatamente. Eu estava no Pacaembu e vi o Brasil levar de três. Argentina venceu também Inglaterra e Portugal e sagrou-se campeã.

Show de bola

Após a derrota do Maracanã, em 50, Flávio Costa voltou a dirigir a Seleção, numa excursão à Europa. A CBD assim agiu, pois cogitava de seu nome para o Mundial de 58 na Suécia. Acontece que Flávio não foi bem, perdendo jogos principais, enfrentando Inglaterra e Itália. Então, os dirigentes engavetaram essa intenção.

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O treinador Flávio Costa me contou que cogitou de Heleno de Freitas para a Copa de 50. Só que o craque, que tinha se mandado para o futebol ilegal da Colômbia, começava a entrar em parafuso, a esquizofrenia, mal que o matou nove anos depois, interno num hospital psiquiátrico em Barbacena, nas Minas Gerais.

Bola rolando

O zagueiro Augusto, capitão da Seleção que perdeu no Maracanã, não era bem-dotado tecnicamente. A impressão que se tem é de que, se não jogasse no Vasco, time do treinador do escrete, Flávio Costa, não seria sequer cogitado pra convocação. Na final, teve boa atuação, justo porque o homem a quem tinha que marcar era o estreante Moran, que nunca havia jogado pelo time uruguaio e nada fez, inclusive perdendo um gol infantil.