Gramática social

Não se sopra sopa visando esfriar, aliás, o bifê (ou os donos da casa) é quem deve providenciar para ela já vir da copa não quente, porém apenas morna.

Pergunte a quem tem Lúcio

Banquete é servido à francesa? O serviço à francesa é para poucos comensais, portanto não se presta pra banquete, onde funciona o serviço inglês, no qual o garçom põe no prato do comensal as porções que vêm determinadas da copa, enquanto à francesa estipula ser o próprio convidado que se serve em seu lugar, o garçom apresentando travessas e trinchadores, para que ele próprio escolha pedaço e quantidade que pretende digerir.

Ilustradas

Com Meninão Camurça, partícipe da extinta Turma da Anita, que partiu pra ser com marido nome de largo na Praça da Matriz do Cumbuco.

Primeira Página

O JEITO BRASILEIRO DE SER J. Ciro Saraiva, tão cedo partinte, foi um dos escolhidos por Lustosa da Costa para o livro que teve como protagonista este repórter, e aí vão pinceladas do que escorreitamente escreveu: Nas redações por onde passei – rádios, jornais e televisões – sempre ouvi muitos questionamentos sobre Lúcio Brasileiro. Ainda hoje, despertam curiosidade seu modo de ser, o tipo de jornalismo que pratica e uma certa "cartolagem" que deriva de suas ligações pessoais com os patrões. Creio que isso sempre foi de seu conhecimento, mas nunca o vi preocupado ou abespinhado com tais comentários. Aliás, nunca o vi preocupado com coisa alguma, nem mesmo quando o chamaram de vampiro. De certo modo, até sempre alimentou esse "ar" de perplexidade que se formou em torno dele, com sua criatividade, suas chalaças, seu gosto de ser diferente. Conheço gente que considera Lúcio Brasileiro um chato, mas não deixa de ler sua coluna, um dia sequer. E, na televisão, batizou sua intervenção diária de Primeira Página, ensinando, em trinta segundos, que o consumo de berinjela controla a hipertensão e que é o vinho branco e não o tinto que deve acompanhar o peixe. Trabalhamos juntos duas vezes. Nos "associados", inicialmente, e no final dos anos 70, na antiga TV Uirapuru, depois Cidade. Sempre bem-humorado e irradiando fraternidade, levou-nos – a mim, Narcélio, Assis Tavares, Fernando Maia e outros – à sua casa cumbucana, La Belle Aurore. Algumas coisas que ouvi de Lúcio incorporei aos meus conhecimentos. De todas as observações, ressalto sua imagem sobre amizade: "Amigo verdadeiro é aquele cara que está no ponto do ônibus e o outro passa de carro, sem lhe dar uma carona. Em vez de ficar resmungando contra o companheiro, ele prefere cogitar sobre o que está ocorrendo: Fulano deve estar com algum problema, para não ter parado. Quando chegar à redação, vou ligar para ele." Em outras palavras: amigo não cobra, compreende, é generoso. E não importa se passam muito tempo sem se encontrarem. Quando isso ocorrer, serão sempre os mesmos. A última vez que estivemos juntos foi em 1996, quando me entrevistou no seu programa da TV Jangadeiro. Participei de algumas "reinações" de Lúcio Brasileiro. A que me recordo, mais fortemente agora, é uma viagem de trem que ele inventou, em 1985. A ideia motora era levar Hermenegildo de Sá Cavalcante a rever a cidade onde nasceu, após 40 anos de ausência. Partimos de Fortaleza, um grupo de jornalistas, às 21h, e após uma noite toda de libações, a que não faltou naturalmente uísque, amanhecemos na terra natal que era também do Brasileiro, onde uma banda de música nos recebeu. Quando me fez contar as histórias do Bonaparte Maia, que fora seu patrão em O Jornal, e ao discursar em campanha para deputado, em Quixeramobim, proclamou no palanque: Não tenho apenas mil contos, como dizem, tenho muito mais, e a esta hora poderia, em vez dos sertões do Ceará, estar nas praias de Espanha, ouvindo músicas selecionadas por mim ou por meus assessores.

Apanhado

Quando dr. Milton Campos, que Ernesto Geisel considerava um dos mais probos homens públicos brasileiros, governava as Minas Gerais, pôs Pedro Aleixo para ser secretário de Justiça, e sempre se saía assim quando algum político vinha a seu gabinete, apresentando pedido ou proposição: Fale com o Pedro, Primeiro.

Palpite

O silêncio e a tolerância são o vinho dos fortes, a reação impulsiva é a embriaguez dos fracos. (Augusto Cury)

Tela quente

O segundo filme de minha vida foi “O Terceiro Homem”, de Sir Carol Reed, passado nas ruínas de Viena, após a Segunda Grande Guerra, onde Orson Welles, enfrentando elenco de luminares, tais Joseph Cotten e Trevor Howard, aparecendo apenas dez minutos, roubou a cena.

Gramática social

Chamando copo de pé, aquele onde se bebe água, de taça, equivocam-se garçons e clientes, pois, na realidade, taças só existem três, taça de sorvete, taça de champanha e taça de campeão.

Pergunte a quem tem Lúcio

É praxe se agradecer cartão postal? Pode até ser, mas está errado, cartão postal se agradece com outro cartão postal, quando chega a vez de quem recebeu viajar.

Palpite

Aquele que não consegue mais sentir espanto ou surpresa está, por assim dizer, morto, seus olhos se apagaram. (Albert Einstein)

Primeira Página

Chegou a vez de julho da ONG Sorriso Colgate, que já atende, na higiene pessoal, cerca de 500 crianças. Envolvendo, na bancada feminina, Margarida Borges, Marize Castelo, Heliane de Castro, Sílvia Moysés, Margarida Alencar, Mônica Arruda. Ana Montenegro, Jeanine Teixeira, Wilma Patrício, Madalena Rego, Cristiane Marques, Erivan Carlos, Auxiliadora Carvalho. Regina Costa, Ana Célia Costa, Vânia Canamary, Elba Justa, Maria Amoreira, Luciene Beviláqua. E a ala marmanja, desembargadores Paulo Ponte e Zezé Câmara, Marcus Silveira, Sidmar Maia, Gilielson Miranda, Edilmo Cunha, Sebastião Arraes, Carlos Araruna. Victor Frota Pinto, Eduardo Nobre, Paulo Sérgio Santa Cruz, César Galvão, César Montenegro, Herbert Aragão e os toalhistas Antenor Barros Leal e Narcélio Miranda.

Apanhado

Mesmo com grupo pequeno, porém odiante, de militares em seus calos, querendo apeá-lo do poder, o governador Virgílio Távora respondia sempre, quando lhe perguntavam como as coisas iam indo: Melhor do que pedi a Deus.

Ilustradas

Colunista Lêda Maria e Nadja Parente, que foi primeira-dama da Barão de Studart.

Mil perguntas sem Lúcio

Por que você proclama que noivo não deve usar relógio no altar? Porque já sabe de cor e salteado a hora em que vai se amarrar... para sempre.

Momentativo

No mais famoso baile do Carnaval pernambucano, promovido pela Prefeitura de Recife, me puseram no camarote onde estavam Maria Della Costa e Luiz Gustavo, que quando adentrei, mesmo sem me conhecer, fez estranha observação: Você me parece muito cansado.

Ilustradas

Denise e seu marido, o imobiliarista Luciano Cavalcante. (Rodrigues)

Apanhado

Entrevistado pelo vice-rei Eduardo Campos, na pioneira TV-Ceará, Carlos Lacerda assim respondeu à pergunta “o que achava da imprensa brasileira”: O que é que você chama de jornalista, Manoelito, aquele que colhe a verdade e passa ao público ou quem recebe propina para elogiar A ou denegrir B?

Primeira página

Paulo Aragão plantou muda de coqueiro defronte varanda norte do Albergue Universitário. Tendo como base as cinzas de um frequentador da roda, tragado pelo vírus, Rodrigo Oliveira. Cuja mãe, Altair (Tá), não pôde estar presente, porém mandou representá-la filha Patrícia e genro Manoel Macêdo. Vieram de Fortaleza, em missão de sentimento e saudade, Edmundo e Ana Barroso, Paulo e Inez Fernandes, César e Luciene Catrib, Daniel e Bia Brasil. Um cigarra, Sydrião Ferreira, e, naturalmente, a viúva, Mariinha, que se viu envolta pela solidariedade geral. E a recebente Odete, apesar dos pesares, não dispensou a mesa estampada, onde pontificaram Salmão Tartar e Joelho de Porco.

Gramática social

Aspargos se os comem com os dedos, devendo, portanto, serem evitados em refeição de cerimônia.

Palpite

Só o silêncio preserva a sabedoria quando somos ameaçados, criticados e injustiçados. (Augusto Cury)