Categoria: Apanhado político

Péricles Moreira da Rocha, meu inesquecível amigo Pekim, irmão caçula de Acrísio, teve quatro deputações estaduais, incluindo na de Constituinte da Redemocratização do País. Em 1951, foi eleito presidente da Assembleia, porém, indisposto com o governador Raul Barbosa, a quem apoiara, imediatamente renunciou. Aqueles que o conheciam bem explicam o gesto extremo com o fato de que ele simplesmente não tinha saco para ir todo dia à Assembleia conduzir os trabalhos da Mesa.

Joaquim de Figueiredo Correia, exemplo cearense de correção na vida pública, teve três mandatos federais, 66, 74 e 78, tendo partido no exercício deste último. Disputou uma vez a cadeira de senador, teve meu voto, porém não conseguiu, tendo perdido para o também sério Wilson Gonçalves.

Régis Barroso deve se envaidecer bastante do fato de seu avô Chico Monte, de quem herdou o Francisco, haver sido o primeiro político cearense a atingir quarto mandato seguido de deputado federal.

Dorian Sampaio, meu primo em Xavier, foi o braço comunicante mais duradouro de José Macêdo, dirigindo, por anos, o jornal Gazeta de Notícias e, por um pequeno período, a Rádio Uirapuru, que José logo devolveu ao Pessoa.

É voz corrente que o Carlos Virgílio não tinha vocação política, só tendo entrado para satisfazer a mãe, dona Luíza. Ele obteve três mandatos federais, sendo que o último com o pai, VT, já tendo partido.

Fiquei devendo a Bonaparte Maia, patrão extraordinário, embora curto, pois durou apenas nove meses, o fato de haver me indicado para representar seu jornal no voo inaugural do Super-Constellation da Varig, onde tive, entre companheiros de viagem, meus colegas de São Paulo, que se tornaram meus amigos, Tavares de Miranda e Mattos Pacheco.

Após governar o Estado, na renúncia de Paulo Sarasate, Flávio Marcílio se propôs à Prefeitura de Fortaleza, saindo em terceiro. Quatro anos depois, tentou a Câmara Federal, ficando na segunda suplência, mas logo assumindo, com as cassações do Governo Militar. Depois, foram cinco mandatos seguidos, até ser derrubado pela sobrinha, Moema São Thiago, na primeira eleição de Tasso. Nascido no Piauí, presidiu três vezes a Câmara Federal.

Saindo da administração municipal consagrado como Melhor Prefeito que Fortaleza já teve, Vicente Fialho só foi candidato dezesseis anos depois, disputando uma cadeira de deputado federal, que por sinal obteve, com boa votação.

Walter Sá Cavalcante foi brilhante deputado estadual, liderando oposição ao Governo da UDN, ocupado pelo correto desembargador Faustino Albuquerque, quando esposou a filha de “seu” Diassis Machado, algodoeiro de Crateús, ganhou de presente do sogro um jornal, O Estado. Morreu como deputado federal, de um câncer de cabeça, quando se dizia que seria o candidato do PSD ao Governo.

Quando Linha Dura Militar decidiu cassar Santiago Dantas, alegando suas ligações com deposto presidente Jango, Castello escreveu do próprio punho no processo: Completamente desaconselhável.

Na eleição que fez Murillo Borges prefeito, consegui, com Manuelito Eduardo, dez minutos gratuitos na TV Ceará, para que dona Candinha pedisse o voto da mulher da classe média para seu marido, Manuelito concordou, e fui correndo pra residência da Barão de Studart, comunicar à dona Candinha, que me recebeu de vela acesa, e me disse convencida: “Não irei à televisão, pois eleição de Murillo está nas mãos do Altíssimo, se Deus quiser, ele ganha.” “Deus quer, dona Candinha, porém temos de ajudar.” Nada consegui, mas ela tinha razão, Murillo ganhou, apertado, porém ganhou, e foi bom prefeito.

No afã de conquistar Miss Brasil, Terezinha Morango, José Alcy Siqueira tinha ao lado Maria José, mulher do seu amigo maior, Chico Melo, quando adquiriu na Amélia Gentil joia com que presenteou sua pretendida.

Sendo posta abaixo a casa, na Santos Dumont, em solteira, residiu Ceres Andrade, que depois se tornou Saraiva, apontada como a moça mais elegante daquele tempo, dizendo-se até que batia, nesse mister, a própria vizinha, Ana Maria Sales.

No afã de conquistar Miss Brasil, Terezinha Morango, José Alcy Siqueira tinha ao lado Maria José, mulher do seu amigo maior, Chico Melo, quando adquiriu na Amélia Gentil joia com que presenteou sua pretendida.

Duas vezes eleito pelo populaço prefeito de Fortaleza, Acrísio Moreira da Rocha cedeu a vez, em 1962, ao irmão Péricles, que ficou em segundo lugar, havendo quem garantisse, na época, que se o candidato tivesse sido Acrísio, teria levado, aliás, o irmão perdeu por menos de mil votos para o vencedor Murillo Borges.

Participei dos primórdios da TV Cidade e guardei, entre outros, meu episódio com Leonel Brizola, que logo na abertura de uma coletiva desviou a conversa, quando pretendi que o líder gaúcho e depois duas vezes Governador da Guanabara esclarecesse por onde andou, no dia 30 de março, quando, a partir de Minas Gerais, eclodiu Revolução que derrubou seu cunhado. Como insistiu em não abordar o assunto, retirei-me imediatamente, desfalcando a mesa, elaborada pelo confreiro Fernando Maia.

Em 1970, José Macêdo compôs a chapa senatorial com Virgílio Távora, oito anos depois, só lhe ofereceram a segunda suplência, que ele aceitou, porém aí encerrou, achando talvez que estava de bom tamanho, pois tivera antes três mandatos de deputado.

Rachel de Queiroz foi ministra que Ceará não teve, pois, logo que assumiu o Governo, Castello Branco a convidou para a Pasta da Educação, que a laureada escritora e primeira mulher da Academia não aceitou.

Parece-me que tem um neto, Cabeto, que tanto o honraria com seu jaleco, sem conhecimento que dr. José Martins Rodrigues foi companheiro de Ministério de Ernesto Geisel, numa das interinidades de Ranieri Mazili na Presidência da República, exercendo a Pasta da Justiça, com o general chefiando a Casa Militar.