Categoria: Primeira Página

Paris só me verá daqui a uns três anos, quer dizer, em 18 de dezembro 2023. Quando se dará o centenário da partida de Raymond Radiguet, batido por Febre Tifóide. Vou, finalmente, conhecer Saint Maur, terra onde nasceu em modesta e numerosa família, sendo pai caricaturista sem grandes méritos. Encontro nele semelhanças com o Degas Aqui, o q ue não inclui, naturalmente, a curta vida, enquanto a minha já tão longa. Pedindo vênia aos leitores pela possível imodéstia e também desculpas, citarei o formidável poder de criação. E a facilidade de cair no agrado do mulherio, com algumas de tocar o brio de qualquer Dom Juan, tais Béatrice Hasting e a polonesa Bronia, com quem estava no último suspiro.

SEM CHORO NEM VELAS Festejando sua formatura, Turma Impoluta, pioneira do Colégio Militar, manteve a norma dos anos anteriores, não programando discurso nem o chão dos mortos, evitando mencionar os colegas prematuramente chamados lá pra cima.

Fazendo centenário primeiro Campeonato Cearense de Futebol, realizado em 1920. O Fortaleza, que já não se chamava Estela, seu batismo original, foi o campeão. Tendo na ponta direita o banqueiro João da Frota Gentil, que onze anos depois participaria dos Doze das Damas, grupo fundador do Ideal. Segunda colocação coube ao Ceará e teve mais dois disputantes, Bangu e Guarani. Sendo que este último dava lugar, na lateral esquerda, ao Raimundo Girão, que mais tarde seria prefeito da Capital.

Náutico decidiu dar um olhar na memória do Miss Ceará e ferrou 1967, época em que o concurso ainda vingava. Sua representante naquele ano, Cláudia Maria César Praça, venceu aqui e não voltou do Rio de mãos abanando. Tendo abiscoitado o título de Mais Simpática entre todas as candidatas ao Miss Brasil. No Carnaval da Saudade, hoje setentona reviverá os aplausos daquelas três noites inesquecíveis. E subirá ao palco do Meireles-Leste para receber o troféu, que bem se poderia chamar Martha Rocha. E noutra feliz ideia, o presidente Jardson Cruz convidou para entregar Vítor Vasconcelos Macêdo Sá, de treze, que deu ao clube binacional infantil de natação.

Meu retorno ao Palácio da Luz, manhã de sábado, valeu por uma sessão nostalgia. Inclusive porque ensejou rever querido companheiro da TV Ceará, Augusto Borges, que participou da banca. Que tinha Reginaldo Vasconcelos, presidente da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, e Rui Martinho. Primeiro assunto abordado na estreia do Livro Aberto girou sobre imbatível Beatriz Philomeno. Tendo repórter sido questionado sobre se a senhora em questão era realmente a mulher mais elegante do Ceará. Bem, ela saiu nas Dez Mais do Brasil, porém sempre estabeleceu que a número um foi sua mãe, dona Sarah Gentil.

Num dos principais pastos da Dom Luís, aconteceu almoço confraternativo da turma pioneira do Colégio Militar. Que entrou em 1962 e recebeu o nome de Impoluta, aposto na largada e anualmente rememorado. Compareceram 45, dos quais 7 levaram sua carreira ao pé da letra, dois generais, Paulo Studart, Manoel Theóphilo, cinco coronéis, Arruda, Assis, Barbosa, Bonfim, Zé Jr. Os demais: Geraldo, Miranda, Perdigão, Mateus, Gil, Murilo, Targino, Nelson, Meireles, Avelino, Hermano, Viana, Marconi, Weyne. Pessoa, Álvaro, Henrique, Walter, Amir, Diógenes, José Eduardo, Aguiar, Magno, Roberto, Lúcio, Menezes, Augusto, Vieira, Borges, Eugênio. De fora: Hipólito (Santa Catarina), Cisneiros (São Paulo), Borba (Mato Grosso), Raimundo (Brasília), Roberto e Murilo (Rio), Marconi, Pompeu, Sandoval (Bahia).

As usual, Rodrigues, fotógrafo faz tempão desta coluna, cobriu o almoçadão da Unidos do Natal. Flagrou, por exemplo, Beto Studart enfrentando os formidáveis Ferreira de Guaramiranga, Maurício Leal e Waldyr Diogo. Assis Antero dando sua direita a Aluysio Aderaldo, vindo do Rio, e a esquerda a Marcos Bandeira. Ramiro Milfont abraçando, de geração pra geração, novo presidente do Sindicato da Construção Civil, Patriolino Ribeiro Neto. Sentados, Nelson Montenegro, Antônio dos Santos e Jardson Cruz, e, em pé, João de Deus Costa Lima, da aristocracia da laranja que amargou e virou mel. E, por enquanto, Jefferson Quesado e Max Câmara, ladeando dois desembargadores, Zezé e Paulo Régis Botelho.

Estava distante, de modo que só agora soube da partida da grande senhora Heldine Campos. Filha do pastor Natanael Cortez, homem de enorme envergadura moral, que foi sócio da Construtora Omar O'Grady. Sempre elogiado e reconhecido pelo Luís Gentil, braço do pai, "seu" João, no Banco Frota. No meu tempo de Associados, usufruí das considerações e atenções de Heldine, mulher do patrão, Manuelito Eduardo. Recordo que uma vez, quando estava com um pé em O POVO, o Lustosa da Costa, que era o editor do Correio, lhe informou que eu iria sair. Ela então me telefonou e, firmemente, não permitiu, segurando a barra, adiando meu projeto por vários anos.

AS CAPAS NÃO MENTEM JAMAIS. Comecei a semana, isto implicando em dizer segunda-feira, na LCR, gráfica que tem composto Sociedade Cearense de uns anos para cá. O editor visava conferir o fronteiriço do Livro da Nata, que, partindo de uma ideia de um dos meus braços, o senhor Evando, ensejou o designer Jon produzir um tabuleiro de quadrinhos coloridos de edições passadas.

Tia Mirtes deixou seus cuidados no sertão do Cumbuco, fim de semana, para baixar ribeirinho. Visando atender chamado de Aristófanes e Vânia Canamary, pôs ingredientes de molho na sexta, para servir panelão no sábado. O casal pretendeu reviver as Festas marroquinas, o grupo que tirou Réveillon em Casablanca com eles. O senhor e a senhora Sebastião (Leila) Arraes, o senhor e a senhora Paulo (Odete) Aragão, além deste que vos fala. Chamaram também quem não foi, Auxiliadora e Sabino Henrique, a quem já encontraram por aí, e se apreciam. Vocês já perceberam, naturalmente, que se trata, no caso, de uma feijoada, à qual a expertisa não deixou faltar farofa e torresmo.

Almoço Jubileu acontecido nas Dunas Urbanas esteve bem à altura do efemeriado, divertido e caprichado. Só que os amigos continuaram sem saber se o S situado entre Manoel e Holanda significa Silva ou Souza, Simões ou Siqueira. Nem oitentão em questão declinou, envolvido pelo carinho de Mana e do trio Daniele, Alexandre. E Cid, que, acompanhado ao piano de Paulo Rodrigues, entoou Roberto Carlos, Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo, levando pai às lágrimas. Tudo muito tocante, Lêda Maria conduzindo as Azuis incorporadas, e Gláucia (Glória) Férrer proclamando gostar bastante de mim. Pratos elaborados pela magia de Rafael Sudatti, mesas belamente arrumadas por Jacaúna, e ainda tenho pra contar.

Presidente do Náutico, Jardson Cruz, comandante da Cruzada Jardsoniana, esteve no L'Escale, responsável pelo bifê do Carnaval da Saudade. Levou com ele vices Luís Góis e Antônio de Pádua, que provaram dois dos pratos que serão servidos. Camarão com Geleia de Menta e Carne de Sol à Manteiga da Terra, totalmente aprovados pelos cobaias. A propósito, entre os primeiros ferradores de mesa, Walter Belchior, Antônio Cardoso Linhares, Samuel Alencar Araripe. Infalíveis, tais ministro Ubiratan Aguiar e César Galvão, figurando também no borderô o prof. Josué de Castro, liderando grande grupo. Por sinal, Brasas Seis abrirá às onze e só às cinco os metais descansarão.

Segunda sessão da Associação Sem Vida Alheia, que atende pela sigla de ASVA, aconteceu decididamente, decididamente aconteceu. No mesmo sítio do primeiro encontro, a casa de Mirtes Feijoeira, cercana da Lagoa do Banana, seu filho Borba, do Varandas, conduzindo serviço. Propulsor Edilmo Cunha e presidente de honra, desembargador Zezé Câmara, obviamente, tomaram a frente. E os demais, Givaldo Sisnando, César Galvão, Bil Farias e uma novidade, o estreante César Montenegro, proposto pelo Degas Aqui, tocou a conversação no espaço noroeste da mesa retangular, de branco atoalhada. Dos pioneiros, ausente apenas Magno Câmara, sob prescrição temperatural, embora light, que mereceu brinde dos coirmãos. E quanto ao papo, falou-se de coisa antiga e falou-se de coisa nova, menos dos aperreios dos outros.

O Réveillon cearense de Casablanca aconteceu no Rick’s Café, que, na realidade, pouco parece com o do filme. Talvez apenas a roleta, que funcionava no andar superior, onde nenhum de nós jogou. Éramos o senhor e a senhora Aristófanes Canamary, o senhor e a senhora Sebastião Arraes e o senhor e a senhora Paulo Aragão, esses dois vindos direto de Miami. Ocupamos a melhor mesa, logo da entrada do pequeno salão, por sermos o maior grupo, mas também por conter as moças mais elegantes. Vânia, Leila e Odete chamavam, decididamente, a atenção, enquanto alguns dos cavalheiros usavam o fês. Houve música e cantora, porém não dança, por causa dos ditames muçulmanos, enquanto o fuagrá realçou no cardápio.

FILHO DE VT TEVE TRÊS Com a prestabilíssima Edna Pontes, do Memorial Pontes Neto da Assembleia, e o fidalgo Osmar Diógenes, consegui tirar a dúvida de quantos mandatos federais teve Carlos Virgílio Távora, obtendo o veredito definitivo. Ele foi eleito a primeira vez em 1982, a segunda em 1986, ambas o pai ainda vivo, e, finalmente, em 90, quando já havia partido, assim, teve a satisfação de assistir em vida a o filho ser ungido em dois mandatos. Quanto ao pleito de 1994, ele foi inscrito, mas não se interessou, não deu a mínima, tirando votação mincha. O importante é a gente verificar que Carlos Virgílio venceu ainda uma vez, quando genitor já estava no céu, por sinal, mais que merecido, pois só fez bem ao Ceará e mal a ninguém.

Componentes da Associação Príncipes da Paz reuniram-se em almoço quartafeirino, visando iniciar o Ano da Oração. Faltando pouquíssimas, e quem foi assumiu o compromisso de repetir a exortação do papa Francisco, Guadete Et Exultate. Zena Targino, Ceres Fiúza, Tita Pinto, Cristina Miranda, Teresa Gurgel, Ana Studart. Virgínia Bezerra, Cristina Ximenes, Vânia Canamary, Vera Albuquerque, Ana Maria Machado, Liza Gurgel. Ana Alcântara, Gláucia Citó, Lenita Negrão, Lúcia O’Grady Cabral, Liane Franco, Neila Timbó, Ana Bandeira. Impossível citar todas, porém nenhuma delas se fez de rogada perante o carnívoro rodízio que aconteceu.

Ontem, Associação Sem Vida Alheia teve seu primeiro encontro no ano já corrente. Se deu nas brenhas da Lagoa do Banana, em casa de Mirtes Feijoeira, que faz a melhor, e não apenas das redondezas. A ASVA, essa é a sigla, congrega grupo de cavalheiros que põem os dissabores alheios na linha de esquecimento imediato e total. Ao contrário daqueles camaradinhas que se comprazem em alardear as acontecências sombrias dos outros. Os membros da entidade, que são apenas oito, têm assuntos mais altos para puxar. Resultando daí fino papo, de leve conteúdo, que abre no final da tarde e entra pela noite, em meio ao matagal cercante.

Em verdade, vos digo, Ivens Dias Branco Júnior é amigo de primeira linha, que sempre se lembra das datas. Credito parte dessa estima à minha participação na Medalha da Abolição consignada ao avô, Manoel. Levando o nome do patriarca ao governador Ciro Gomes, que de pronto e entusiasticamente aquiesceu. E depois tratando, na segunda gestão Tasso, do envio da honraria a Portugal, através da TAP de Recife, via funcionário Câmara. Por indicação do repórter a Jereissati, diplomata cearense Dario Castro Alves apôs no peito honrado do agraciado. Aconteceu em Aveiro, onde residia, tendo filho Ivens de um lado e neto Cláudio do outro, que aplaudiram palavras do Prefeito da cidade.

Tendo confra da Unidos do Natal batido todos os recordes de afluência, apraz ao criador da Escola martelar no tema. Rodrigues, fotógrafo de quase todos, me colheu entre irmãos Belchior, Alessandro, Germano e Delano. Tal o almoço do ano atrasado, a Banda Mel, puxada pelo Kalu Neto Brandão, ocupou a mesa maior, justo na varanda leste. Já na oeste, Tales de Sá Cavalcante fez jus, primeiramente, ao bem cotado branco Chablis. Zecarlos Pontes, que reapareceu após milênios, posou com pessoal da Fiec, Beto Studart, Fernando Cirino, Waldyr Diogo. Entre ausências sentidas, Francisco Coelho, um dos fundadores, e Abelardo Roriz, chefe da Segurança.

Igor Queiroz Barroso marcou a folhinha domingo, todavia Aline, nascida Félix, preferiu programar no sábado. O caprichado almoço teve lugar na Mansão Macêdo, local bem à altura da ancestralidade do nataliciante. Pois filho do enlace de Francisco Régis e Myra Eliane, neto, portanto, de dois figuraços. Edson, uma das maiores cabeças que conheci, e Parsifal Barroso, que chegou a ministro e governador. Produziu um livro sobre a avó primeira-dama, Olga Xerez Monte, escrito pelo imortal Juarez Leitão, com que, modestamente, embora, colaborei. Enquanto Yolanda, Pontes e Vidal de berço, o elegeu pra Regência Trina que assumiu o controle do Grupo, após resignação de Airton.