Primeira Página

BRASILEIRO POR NENO CAVALCANTE TESOURADA ESTRATÉGICA Muita gente conhece a aversão de LB ao telefone. Certa vez, estávamos fechando a primeira edição do caderno Fame, com todos os atropelos de início. Havia no escritório da Torre do Iracema Plaza três telefones diretos e o ramal do hotel. De repente, os quatro aparelhos começaram a tocar ao mesmo tempo. Todos nós nos apressamos a atender, e o Lúcio, aparentando calma, pegou a tesoura, fez sinal de silêncio (o dedo indicador na vertical sobre os lábios) e cortou os fios. DEFESA FONADA Uma das linhas telefônicas da Torre era usada somente para efetuar chamadas, de modo que ninguém sabia o número. Se tocasse, batata, era ligação errada. Lúcio atendia assim: "Funerária São Jorge, bom dia!" Geralmente, a pessoa desligava, temendo mau presságio. Mas houve quem reincidiu, um minuto depois: "Fulano está?" E LB: "Por que, ele morreu?" LB NACIONAL Programa Flávio Cavalcanti no auge. Teve um quadro em que o principal colunista apresentava a mulher mais elegante de seu Estado. Ao vivo, como quase tudo naquele tempo, lá estava Lúcio Brasileiro apresentando Beatriz Philomeno Gomes direto dos estúdios da TV Ceará Canal 2. Logo depois, o jurado José Fernandes desceu a lenha, criticando o Lúcio e de resto o colunismo social. Depois dele, falaram em defesa do jornalista aurorense Denner e por fim Sérgio Bittencourt, que disse: "O Lúcio não é apenas um grande colunista, ele é um dos maiores jornalistas do País." TUDO MENOS ISSO Na época daquelas calúnias de necrofilia, Lúcio concedeu entrevista à TV Ceará. Não lembro quem fez. Só sei que todos ansiavam pela resposta fulminante que ficou para o final: "Qual foi a coisa que mais o entristeceu na vida?" E ele: "Foi quando me chamaram de analfabeto." PENTE FINO Brasileiro nunca aceita um não. Certa vez, pediu ao fiel secretário Francisco (Ferreira de Souza) para procurar determinada foto. Encontrar foto em um monte de malas, sem nenhuma organização de arquivo, era um milagre. Depois de uma manhã inteira de busca, o funcionário veio com a notícia nada animadora. Brasileiro: "Você procurou em todos os cantos?" - Sim, seu Lúcio. "Procurou no esgoto?" - Não, seu Lúcio. "Pois então não procurou em todos os cantos." Pois não é que o gostoso vento que soprava na Torre do Iracema havia empurrado a fotografia para o ralo do esgoto... CULPA ATENUADA Lúcio é estourado, mas logo, logo é tomado pela serenidade. Certa noite, durante o jantar num cruzeiro pelas Ilhas Gregas que fizemos na companhia de Luís e Lorena Frota, foi servido um creme de aspargo. Lúcio tem uma coleção de alergias, a principal da época era à folha de louro. Fiz uma brincadeira de extremo mau gosto: "A gente nem percebe que tem louro no creme." LB abandona a mesa e se recolheu, sem jantar. Fiquei com um tremendo remorso. Já passava da meia-noite, quando eu convenci, mesmo fora de hora, o rapaz da copa a me preparar uns sanduíches de presunto que logo me apressei em levar à nossa cabine. Lúcio acordou e comeu os sanduíches com a alegria de uma criança. (Do livro Um Brasileiro Muito Especial, do Lustosa da Costa)

Primeira Página

Marilena Campos conduziu tudo com esmero tão apurado, que "sobrou" pro marido Eduardo Augusto, de enorme contribuição para o sucesso. Estou me referindo, no caso, aos festejos sessentões, via Zoom, última quarta, da Sociedade Amigas do Livro. Tendo a presidente, que é nascida Alencar Pinto, programado, entre outros, pelo menos quatro entrevistas. Partir de Emelvira Sá, única sobrevivente das doze iniciais, que em dois de junho de 1961 se reuniram em casa de Helena Aguiar, onde tudo começou. Manifestações igualmente valiosas das exs Aída Coelho e Cybele Pontes, que implantou 50 bibliotecas. Uma das quais, batizada de Olga Barroso, na Academia Cearense, daí, atual mandatário das Letras, Lúcio Alcântara, também ter dado seu depoimento. Fecho à altura da data, no endereço de Edyr Rolim, no Futuro, ensejando ode, por Beatriz Rosário, e música produzida e entoada pelos próprios autores, Esther Weyne e Dorian Moyle, tudo em regozijo à jubilada SAL.

Primeira Página

Sim, é Verdade, Edson Ventura Filho, único varão da supimpa ocorrência verde da bela Marize Castelo Branco. Sim, é Verdade, Vlamir de Souza Filho comparece ao mais recente do prof. Melquíades Pinto Paiva com palpitantes ilustrações. Sim, é Verdade, uma das moças mais graciosas de sua geração, Lucieuda Beviláqua não deixou passar natalício dominical, almoçando com amigas em restô de prendas francesas. Sim, é Verdade, no happy hour do Gran Marquise, Alex Tavares dividiu o piano com bailarina Letícia Barcelona, desenvolta também nas teclas. Sim, é Verdade, jornalista Maurício Melo Júnior em vias de novo lança, Não me Empurre Para os Perdidos.

Primeira Página

Sim, é Verdade, em minhas intervenções em O POVO-CBN, estipulei empate técnico entre jantar e janta, mas que, pessoalmente, fico com janta. Sim, é Verdade, no meu quiproquó com João Saldanha no bar do Copacabana, se tivesse saído tabefes, eu não ficaria por baixo. Sim, é Verdade, é pertinente cobrar dívida atrasada de amigo, desde que se use de palavras amenas. Sim, é Verdade, lugares marcados, só com bons conversadores em volta da mesa. Sim, é Verdade, em reunião social em que se pretende ficar abstêmio, nunca diga que não vai beber, porém que mais tarde aceitará. Sim, é Verdade, para os servidores, o que que inclui naturalmente os garçons, sempre desodorante bastão, pois spray não segura.

Primeira Página

Sim, é Verdade, Heloísa e Firmo de Castro reuniram pra almoço dominical, no Ideal, em torno de Lúcia e Arthur Melo, que hoje regressam ao Pará, torrão dele. Sim, é Verdade, falando nas Monsenhores, em condições altamente sextafeirinas, entre tantos, Roberto Albuquerque, pela Aba Film, e Carlos César Cintra, pelo Direito. Sim, é Verdade, natal da Irineide Silveira ensejou Dely Seragozza, de São Paulo, formar mesa de quatro, compondo com Mônica Arruda e Leuda Moreira, no Santa Grelha. Sim, é Verdade, Banda Mel, quase-extra-força-total, baixou no Iate, mediante folhinha Danilo Cardoso. Sim, é Verdade, tão-faltando-dois-pro-Ouro, valendo por 48, da Unifor, obra-primaz do grande Edson Queiroz.

Primeira Página

Sim, é Verdade, dois dos jalecos da Unidos do Natal, drs. Álvaro Andrade e Assis Antero, baixaram no Iate mister prestigiar nataliciante Danilo Cardoso. Sim, é Verdade, Maria Arlete e Edmundo Reinaldo Facó fecham julho comemorando Bodas de Ouro, quer dizer, 50 de perfeita conjugação. Sim, é Verdade, tocado por intenções decididamente espanholas, André Ribeiro, um dos varões do Nertan, mandou vir do Don Pepe paella pra doze. Sim, é Verdade, correspondente deste espaço no Ideal, onguista Sorriso Colgate Luciene Beviláqua comandou mesa no pôr de sol da Enseada. Sim, é Verdade, Jamiro Oliveira eleito, até maio de 2023, presidente da Sociedade Amigos da Marinha, da qual eu sou.

Primeira Página

Ala feminina da Fortalezense de Letras bate, com relativa folga, a marmanjada, em termos de colaborativos à última edição da revista da Academia em questão, 22 a 17. Assim é que, em absoluta ordem alfabética, comparecem Ana Caroline Aguiar, Angela Gutierrez, Angélica Sampaio, Argentina Andrade. Beatriz Alcântara, Celma Prata, Cybele Pontes, Elinalva Alves, Evan Bessa, Fernanda Quinderé, Francinete Azevedo, Gilda Freitas, Giselda Medeiros. Gizela Nunes da Costa, Graça Fonteles, Grecianny Cordeiro, Lêda Maria Souto, Lurdinha Leite Barbosa, Maria Luíza Bomfim, Nádya Gurgel, Regina Fiúza, Rosa Virgínia Carneiro. Artur Bruno, Caio Quinderé, Camilo Pessanha, Edésio Batista, Edmar Ribeiro, Eduardo Fontes, Francisco Nóbrega, Geraldo Jesuíno, Júnior Bonfim, Melchíades Montenegro. Neuzemar Gomes de Moraes, Régis Frota, Sérgio Macêdo, Seridião Montenegro, Tales Sá Cavalcante, Ubiratan Aguiar, Vicente Alencar.

Primeira Página

BRASILEIRO POR WANDA PALHANO Acabara de reler a última página da obra-prima de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray". Mais uma vez ficara deslumbrada... e foi neste momento que senti um desejo de me desligar um pouco da rotina diária e aprofundar-me na razão de ser daquela personagem que sempre me havia transportado para um mundo bem diferente, cheio de surpresas, livre, onde as coisas belas, por si só, conseguiam tirar da escuridão certas almas profundamente descoloridas, amarguradas pelo simples fato de não entenderem, não saberem distinguir, separar o feio, o bom do mau, nem mesmo encontrarem as linhas da suprema virtude, da majestosa força do "belo-horrível" que tem o poder de encantar as almas, sui-generis, ricas de poesia, de sentimentos fortes e nobres. Estas pessoas não possuem a capacidade de separar o feio e o belo, sem destruir a arte pura e verdadeira. Foi neste momento transcendental de meu ser irrequieto, que segui o impulso de sair, ver o mar, que sempre teve a força de acalmar meu espírito, reformular meus pensamentos mais melancólicos, quando a saudade conseguia dominar-me. Passei em frente à casa de Paul Mattei... ouvi uma música que contaminava a noite e nos fazia sonhar de olhos abertos. Algo me atraía, dominava-me. Não pensei duas vezes. Subi a pequena escada e obedeci ao convite da melodia. Adentrei a casa do jovem francês que detinha a simpatia de nossa sociedade e que, por sinal, casara com uma das mais belas mulheres de nossa Fortaleza, Sandra Gentil. O ambiente estava repleto de gente que amava a vida e neste momento inesquecível bailava ao som de todos os ritmos. Não havia ali lugar para o silêncio, nem para a tristeza. Olhei para todos os lados e lá numa poltrona avistava um personagem sozinho, bem atento aos acontecimentos. Já o conhecia de nome, mas nunca o havia encontrado. Ao me ver aproximou-se e, sem uma palavra, abraçou-me forte e saímos acompanhando o ritmo da música. Festejamos nosso reencontro, a aproximação de almas gêmeas que, naturalmente, já se conheciam em outras épocas, em outras vidas... A surpresa não me paralisou. Deu mais vida a nossa vida, estava frente a frente ao personagem do livro que acabara de ler. Ele era o meu Dorian Gray, o qual me atraíra àquele encontro. O nosso colunista social, jornalista Lúcio Brasileiro. A partir deste encontro, fortificamos nossa amizade, nosso bem-querer, terno, recíproco, verdadeiro, sem cobranças. Lúcio personificava aquele que vibra com o belo, com a beleza física e interior, acima de qualquer qualidade. Ser belo é ser inteiro, é amar, agradar, ser gentil, generoso, alegre e semear alegria nos momentos oportunos. A beleza é um dom divino imensurável que não se atém apenas ao corpo físico, mas à alma, e se transporta para a maneira de ser, agir e viver! É por esta razão que Lúcio Brasileiro ama as pessoas belas, ou melhor, ele ama a beleza em todo o seu esplendor! Lúcio tem uma personalidade muito forte que não se abala com nenhum terremoto. Sua vida é sua vida, segue a trilha que ele mesmo traçou e nada o faz diferente. Em um dos seus aniversários, quis presenteá-lo com algo real que o marcasse em cores bem vivas. Chamei a pintora de nome Lurdinha, que já fizera grandes obras de arte, que já pintara o retrato de várias personalidades, e pedi que ela retratasse o meu amigo Lúcio Brasileiro, o meu Dorian Gray, em todas as cores, com todas as tintas, ressaltando o amarelo, sua cor preferida. Em sua penúltima festa de aniversário, lá estava, na entrada do Centro de Convenções, o seu quadro, com todas as cores de sua forte personalidade. Ao me aproximar, o retrato me sorriu. Foi sua única manifestação. O resto foi silêncio. (Do livro Um Brasileiro Muito Especial, do Lustosa da Costa)

Primeira Página

Sim, é Verdade, comboiados por Mônica Arruda, Heloísa-Firmo de Castro, jantaram quartafeirinamente em italiano da Virgílio Távora, Lúcia-Arthur Melo, união Ceará-Pará. Sim, é Verdade, motivado pelo compromisso que tem hoje com seu calendário pessoal, causídico Danilo Cardoso reúne grupo no Iate, partir das 13. Sim, é Verdade, casando um tinto precioso com Arroz de Polvo no Don Pepe, juiz trabalhista Henrique Aguiar e mulher Cláudia. Sim, é Verdade, tal acontece todas as quintas, dr. Álvaro Andrade, tocador do fabuloso Crio, ocupou, na última, sua mesa no Flórida da Dom Joaquim. Sim, é Verdade, excelente título Nas Cantigas dos Ventos, na revista Contemporânea, tem rendido elogios em profusão a Rosa Virgínia Carneiro.

Primeira Página

Aconteceu e decididamente aconteceu, estou me referindo, no caso, ao reencontro, naturalmente presencial, da Academia de Literatura e Jornalismo. Aliás, Reginaldo Vasconcelos, conduzindo ao lado do Presidente Emérito Rui Martinho, reabriu brilhantemente. Com justo reconhecimento, ao criar medalha indiscutível, batizada por uma das três legendas radiofônicas, Augusto Borges, partinte recente. Todavia, não apenas, pois, com seus companheiros, também estabeleceu, para novembro, apontamento do Destaque Cearense. E teve mais, por conta do poeta Paulo Ximenes, mimando os presentes com o seu último, Doce Mar Selvagem, Alana Alencar, neta de Raimundo Girão, no prefácio. Valendo-se da oportuna ocasião, anfitriolo Altino Farias proclamava o lança do Cardápio Cultural, partir agosto, de sua Embaixada da Cachaça, reduto onde noitada transcorreu sobre carretéis.

Primeira Página

Bem Disseram: Tenho me arrependido muitas vezes de ter falado, nunca de ter me calado. (Philippe de Commynes, 1477-1511, diplomata e historiador) Nem todas as verdades podem ser ditas: algumas porque te afetam, outras porque afetam no outro. (Baltasar Gracián y Morales, 1601-1658, poeta e escritor espanhol) O ser humano pensa demais, o que é uma pena, pois a vida é, justamente, uma luta corporal contra o tempo. (Nelson Rodrigues, 1912-1980, dramaturgo e jornalista) As leis não bastam. Por exemplo, os lírios não nascem da lei. (Carlos Drummond de Andrade, 1902-1987, poeta mineiro) Os homens deveriam ser mais cuidadosos; o solteirismo leva os barcos mais frágeis ao naufrágio. (Oscar Wilde, 1854-1900, poeta e escritor irlandês) O casamento, tal como é, é uma coisa estranha, mas, apesar disso, ainda não se encontrou nada melhor. (Henri Frédéric Amiel, 1821-1881, literato suíço)

Primeira Página

Sim, é Verdade, meu ex-vizinho do leste, eu na Caio Cid, ele na Filadélfia, dr. Flávio Leitão será vice de Wellington Alves, próximo presidente da Acemes. Sim, é Verdade, mediante os sete anos da neta Aline, Ana Cristina Bastos baixa no Rio doze de agosto. Sim, é Verdade, arquiteto Romeu Duarte entre os que prestigiaram brinde-folhinha do delegado remido da Polícia Federal Jorge Luiz Oliveira, na Embaixada da Cachaça, do Altino Farias. Sim, é Verdade, soube que tem piano acontecendo no Ideal, só que não teclado pela dra. Vanda Tahim. Sim, é Verdade, e por falar nas Monsenhores, Sílvia e Carlito Pamplona vistos regendo grupo habituê, quer dizer, Juraci Soares, Lúcia Carvalho, Célia Pereira.

Primeira Página

Sim, é Verdade, na cidade, Lúcia e Arthur Melo, da alta sociedade do Pará, domingaram em Aquiraz, anfitrionados pela Jeanice Fontenele, viúva do meu inesquecível amigo Célio. Sim, é Verdade, Vicente Alencar recebeu, ainda quentinha, edição 80 da revista da Cearense de Letras, que acabara de sair do prelo. Sim, é Verdade, correspondente deste espaço no Ideal, Luciene Beviláqua guaridava em sua mesa sabadina irmãs Márcia e Mônica Barroso. Sim, é Verdade, cada vez mais numa azul com Luciana Madruga, procurador da República Samuel Arruda e seus dois Joões, Pedro e Victor, no almoço do Carbone, com advogada em questão. Sim, é Verdade, tendo gostado do que viram, oftalmologista Carlos Moura e família retornaram ao Don Pepe, no fim de semana.

Primeira Página

Sim, é Verdade, Alexandre Philomeno, caçula de Beatriz e Chico, telefonou pra minha oficina, elogiando texto sobre a mãe. Sim, é Verdade, melhor barbeiro do Nordeste, apesar de lá, na realidade, ser Leste, é o Vinícius, do Salão Armazém, de Vitória da Conquista, que corta o meu. Sim, é Verdade, Germana Preus, segunda do Capitão Bosco, procura pioneiros do Cumbuco, para um estudo sobre a praia capital do oeste próximo. Sim, é Verdade, assim como eu tenho Ibiza, medicamentoso casal Bel e Sá Júnior tem Rapallo, onde já estive com eles por três vezes.

Primeira Página

BRASILEIRO POR LÚCIO ALCÂNTARA Sei, há muito, que o Lúcio se fez Brasileiro ao adotar o sobrenome do Antonio Brasileiro, tio da minha mãe, então um dos donos da "Gazeta de Notícias", onde iniciava carreira o jovem jornalista. É o que diz a lenda, em indestemida versão. Tio Antonio, sócio do jornal, garantia espaço para expressar suas opiniões em pequenos escritos que assinava com as iniciais A.B. Talvez, fruto do nome, o Lúcio absorvera as esquisitices do meu parente, que fizeram dos dois singulares criaturas. O que nunca soube é a razão do nome Lúcio, que veio a compor pseudônimo que o acompanharia vida afora. Ele incorporou o que eu perdera. Minha mãe, avessa a nomes longos, resumiu no Alcântara, comum aos dois primos, meus pais, minha procedência filial. Daí ele afirmar, com frequência, ser eu o verdadeiro Lúcio Brasileiro. Sou-o de fato, sem aparentar; e ele aparentando, sem sê-lo. Enigma desdobrado na tripla heteronímia, Newton Cavalcante, guardado nos arquivos notariais e benquerenças familiares; Paco, o personagem do jornalista Lúcio Brasileiro, aqui homenageado. O Lúcio é exemplo raro de longevidade e contínua militância jornalística exercida no terreno movediço da crônica de poderosos e da notícia de eventos passíveis de afetarem sua independência profissional. Fiel aos amigos, casa com seus personagens, mantendo-os em cena tal qual anuncia o ritual dos casamentos católicos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... Adapta-se à mudança dos costumes, equilibra-se entre novos e antigos atores; em sua coluna, renova e conserva. É tradicional e inovador. Mercê de estilo próprio, no conteúdo e na forma, deu consistência e originalidade ao colunismo social, gênero tido por efêmero e frívolo. Dotado de notável poder de síntese, traça perfis e comete análises com grande acuidade. Na frase curta e inteligente, deixa espaço para a perspicácia do leitor interpretar sua intenção. Característica visível nos cinco livros que publicou, todos mistura de memórias e flagrantes sociais, narrados na forma contemporânea dos minicontos tão em voga. Dono de memória prodigiosa, arquiva informações minuciosas do futebol e da política, que, entre outros atributos, fazem dele um conversador agradável e instigante. Um tipo leve, no seu jargão. Leitor assíduo, amparado em extensa e confiável rede de colaboradores, informa muito - e bem. Com circulação virtual, compensa o isolamento decorrente de certa reclusão a que se impôs. Frequenta também o Rádio e a Televisão, mas considero seu forte o Jornal. É comum ouvirem-se reparos ao fato de restringir seu foco noticioso a um universo restrito de pessoas e cenários. Não obstante, levantamentos confiáveis apontam sua ampla penetração junto aos leitores, distribuídos entre as diversas classes sociais. Colecionador de êxitos permanentes, não deixaria de despertar inveja e desafeições. Nunca o vi queixar-se dos críticos anônimos ou conhecidos, difusores de infâmias inspiradas no ressentimento e na frustração. Obstinado, persegue determinado seus objetivos, sem renunciar a bizarrices e idiossincrasias. Irrequieto, o convívio com ele é animado e estimulante. Não raro, surpreendente, tal seus extemporâneos sumiços. Disso provamos, Maria Beatriz e eu, em companhia de casais amigos, em inesquecível temporada no chão e águas do Quixadá, acolhidos pelos insuperáveis anfitriões Nicinha e Edmilson Pinheiro. Lúcio, o Guiness pode lhe dar galardão do recorde temporal da faina jornalística, mas do seu mérito profissional e valor humano, dizemos nós seus amigos e admiradores.

Primeira Página

Último dia 11, há meio século, Pelé largava a camisa canarinha. Aconteceu no Morumbi de São Paulo, e ele marcou seu último gol pela Seleção, no empate com a Áustria. Pelé foi substituído e ovacionado pela torcida, durante a volta olímpica, em sua primeira despedida. A estreia do Rei aconteceu em 7 de julho de 1957, quando tinha 16 anos. Sendo o único que atuou pelo escrete nacional sem fazer uma partida sequer por seu clube, o Santos, no Campeonato Paulista. Peço vênia para agradecer ao amigo Aprígio Girão pelo belo presente "O Livro das Bolas de Futebol", de Erich Beting.

Primeira Página

Sim, é Verdade, quase toda elaboração desta coluna tem lugar nas ruas Paco e Quinta Avenida, que se esquinam no frontal de minha casa. Sim, é Verdade, elogiada por todo mundo, foto de Consuelo de Saraiva Leão Dias Branco, que ilustrou segundo capítulo sobre A Mulher do Século, da qual amiga primaz. Sim, é Verdade, um dos meus grandes momentos na televisão foi quando levei Zeedson Pontes, cearense que participou da equipe que operou o Presidente da França. Sim, é Verdade, Olimpíadas e Copa do Mundo dominaram papo dominical entre dr. Sálvio Pinto e filho nominado, no Don Pepe. Sim, é Verdade, nos últimos meses, fiz, nada mais, nada menos, que doze viagens à Bahia.

Primeira Página

Sim, é Verdade, delegado Elzo Moreira representou a comunidade sob sua jurisdição no almoço natalício de Guido Fasolini, que aconteceu no Trevo do Cumbuco. Sim, é Verdade, Maria de Jesus Yern chamou de Formentera, acenando com uma champanhota em La Cava, no Paseo Vara del Rey, muito brevemente. Sim, é Verdade, cada vez mais belas as almofadas de encosto de portas da artista Biga, filha da Fernanda Quinderé, que mora com ela. Sim, é Verdade, agosto fará três anos do meu blog Quinta Avenida, uma criancinha, face aos 66 da coluna, também no mês oito. Sim, é Verdade, Lauro e Bitoca Fiúza fizeram do Ibiza o jardim de sua casa no oeste ribeirinho, e lá são vistos seguidamente.

Primeira Página

Sim, é Verdade, Clóvis e Pretinha Rolim foram dos primeiros convocados para o Colóquio de Paracuru, final de agosto. Sim, é Verdade, arquiteto Elias Petrúcio não considera Jericoacoara um caso perdido, aposta na sobrevivência. Sim, é Verdade, Paulo Sérgio e Armenuhí pensando alugar, por um ano, habitação no Wai-Wai, que é só atravessar seu restô. Sim, é Verdade, irmãs Patrícia e Cecília Faria, de meus inesquecíveis amigos Ivone Gentil e Tarcísio, voltam ao Ceará, desta vez, sem a do meio, Cristiane, que prematuramente partiu. Sim, é Verdade, Quarta-Feira Santa do Varandas, sempre jantar, virou almoço de Sexta da Paixão no Ibiza.

Primeira Página

Quinta, tive uma agradável surpresa, ao traçar meu rol de pizzas no Varandas. Em companhia da mulher Cristiane, dentista, que é Câmara, acercou-se da mesa poeta Gustavo, que inclusive declamou. Ele é neto do Aprígio Fernandes, arrendatário da melhor fase do cassino do Ideal. Que eu acompanhei por quase uma década, e recebia uns gordos trocados por semana, a título de relações públicas. Promovi, inclusive, uma noitada com o famoso Gregório Barros, campeão de boleros. Meu inesquecível amigo nasceu pra tomar conta de cassino, pelo seu alto sentido de limpeza e discrição no cheque sem fundos, que eventualmente recebia e, jamais, propagava.