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Bem disseram: "Todas as paixões são exageradas, e são paixões apenas porque exageram." (Nicolas Chamfort) .... "As palavras comovem, mas os exemplos arrastam." (Rui Barbosa) "O que torna as pessoas sociáveis é a incapacidade de suportar a solidão e, nela, a si mesmos." (Arthur Schopenhauer) "Olhar o futuro é enxergar a consequência do presente." (Lucian Rodrigues Cardoso) .... "Nada precisa tanto de reforma quanto os hábitos dos outros." (Mark Twain) "Imita o sábio que, mesmo na opulência, permanece modesto." (Sadi) .... "Os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles." (Victor Hugo) "Aceite suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança." (Shakespeare) "A arte de ser sábio é a arte de saber o que tolerar." (William James)

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No meu Minuto da CBN, bombando de segunda a sexta, tenho martelado, entre tantas palpitantes questões. Que se diz "convidado civil" daquele sobre o qual não existe obrigação de ser chamado. Que o garçom é quem é apresentado ao maitre; e o dono do restaurante, ao cliente. Que aquela duchinha que se prega na parede é para quem não tem bidé. Que procede, sim, gravata listrada remoça perfeitamente, mas você pode acrescentar camisa também. Que não se enxugam lágrimas com o lenço, devendo-se limpar essa demonstração de pesar e aflição com o dorso da mão. Que, nos nupciais, flores campestres em profusão podem juntar-se a laços e arranjos em tecido de algodão estampado ou xadrez.

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Sim, é Verdade, mesa de mais de mil do dr. Álvaro Andrade, última quinta, no Flórida, abrigando, entre tantos, os irmãos Fernando-Walter O'Grady, Haroldo-Roberto Albuquerque, indiciava alto ibope do nataliciante do dia seguinte. Sim, é Verdade, benquerença por filha, neta e bisneta segura até outubro em Miami ex-presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Zenaide Marçal. Sim, é Verdade, Batista de Lima dividido, no momento, entre crônicas e poemas, Uma Casa Toda Mãe, concluído, e Sonata ao Entardecer, para lança em 22. Sim, é Verdade, Rafaela e Ico Ferreira Gomes, cearenses do Canadá, baixaram aqui, para metade de um mês com pai e sogro Francisco Nóbrega. Sim, é Verdade, saudação de Regine Limaverde, mediante os 127 da Cearense de Letras, revelou predominância marmanja na Academia, dos 196 ocupantes, ao longo, apenas 14 saias.

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BRASILEIRO POR MARCUS LAGE NA FAZENDA SOLEDADE Uma das grandes datas para mim e o LB é a prévia da nuit de Noel, lá na fazenda Soledade, de propriedade da tradicional família Oliveira, cuja anfitrã é D. Raimundinha Arruda, esposa do decano do clã de Granja, cuja alcunha é Sr. Iéié. Sebastião Arraes retira da sua adega o que tem de melhor da França. Comemos galinha assada, galinha frita. A casa, um resgate à memória do clã. Fotos das famílias Gentil, Carneiro, Porto, dos Arruda, é claro, adornam as paredes da centenária herdade. Sentamos, comemos queijos italianos, bebemos à farta. Do clã, o filho Vicente é o coanfitrião, enquanto zelosa rainha do lar coordena à criadagem o preparo do festim, que só é servido às 21h, após as nossas incursões baquianas. Vicente, quando muito, prova uma taça. O "menu" é selado com um bom doce de leite, fiel tradutor da lhanesa da anfitriã. Eles são demais. Somos, a cada ocasião, tratados melhor. Como se a nossa amizade com o feudo datasse d'antanho... Mesmo ciente - toda a Soledade - que, nas eleições, o voto do Brasileiro é do vermelho... TESE PERFUMADA Sabem que o LB poderia ser um causídico? É mesmo. A cena deu-se nos tempos da ditadura, na velha Fortal, numa roda de pif (sei lá, poderia ser em meio a um jantar, mas não importa). Um coronel - da ala espartana - fez um comentário negativo a respeito de uns irmãos-empresários, amigos do repórter, hoje cinquentão. E consta que a menção do militar foi pertinente, colocando a irmandade em comento numa situação quase indefensável. E, eis que vocifera o jovem repórter, no ímpeto da idade, com seu característico estilo, o de tornar indefectíveis todos os seus apreços: - Coronel, não fale essas coisas. Esse pessoal toma seis banhos por dia. A GRAMA, OU MELHOR, A GRANA DO VIZINHO Quem o vê estrelando no jet-set, viajando, frequentando as melhores rodas, não adivinha que o Lúcio Brasileiro vive modestamente. Sua morada, no Cumbuco, é franciscana. Livros, poucos móveis, nada de decoração. O que lá tem muito mesmo é naftalina. Fruto da sua aversão a baratas. Quezado as compra aos quilos. Aconteceu que, depois de excursionar pela Rússia, Portugal, Itália, Chile (ele geralmente começa com vodca e, depois, quando o astro-rei se põe, parte para os tintos), tarde da noite chega em casa. Disposto a pegar no sono dos justos, é incomodado por um barulho, como se fosse alguém - um ladrão - querendo forçar a fechadura. De pronto, grita para o amigo do alheio: Aqui não tem dinheiro não, rapaz. Vá assaltar a casa do Fulano, do Sicrano, do Beltrano (começou a citar os nomes dos ricos veranistas cumbucanos). Creiam, foi mais rápido do que acionar a segurança. (Do livro Um Brasileiro Muito Especial, de Lustosa da Costa)

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Médica Vanessa Gomes de Moraes, que divide com escritora Socorro Cavalcanti organização da coletânea do Centro Cultural do Ceará. Baixou na José Lourenço, fito entregar pessoalmente ao Vicente Alencar, a edição 2020, que acabara de sair do prelo. Afinal, ele e as duas coordenadoras compõem com mais 27 colaboradores, que agora cito, em adstrita ordem alfabética. Benedito Vasconcelos, Crislene Moraes, Edmar Fernandes, Eleazar Ribeiro, Fátima Lemos, Francisco (Tizim) Clementino. Gonzaga Mota, Gorete de Castro, José Odmar de Lima, Jovanil Batista, Linda Lemos, Livino Lopes, Lúcia Recamonde (recém-partinte). Marco Antônio Moraes, Marina Medeiros, Neuzemar Gomes de Moraes, Nirvanda Medeiros, Paulo Tadeu, Pio Barbosa Neto, Rafael Barroso. Rejane Costa Barros, Rosanni Guerra, Sandra Nolli, Suzana Goretti, Túlio dos Santos, Valquíria Imperiano, Wagner Queiroz.

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Com Nadja, filha Niedja e genro Prisco Bezerra, respectivamente, médica e suplente de senador, Jorge Parente foi visto almoçando dominicalmente no Mangue Azul. Restô recente em questão está fincado onde, por anos, foi a casa de outro irmão civil do repórter. Estou me referindo ao José Waldo Cabral, caso único de alguém que se tornou mais quente por nos dar gelo, quer dizer, o Super Ice. Ali, Santos Dumont esquinando Professor Dias da Rocha, este meu particular amigo e admirável Sulamita promoveram estupendos e inesquecíveis folguedos. Que iam de almoços entardecentes a opíparos jantares, ou, até mesmo, meros, porém sugestivos drinques, sempre elogiados, face detalhada correção com que tudo ocorria.

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Fito reverenciar sua mulher, dentista Fátima Lemos, recém-partinte. Wellington Alves elaborou Fragmentos, que agora tem lança programado no Crato. Acontece que, pra ocorrência em questão, seis de setembro, já estabeleceu que nada será virtual, tal quase tudo, ultimamente. Isso querendo dizer, portanto, que, embora mínima, obedecendo ao que determinam protocolos oficiais, não abrirá mão da presença de convidados. Assim é que, mercê tratativas finales, novo presidente da Academia Cearense de Médicos Escritores decola pro torrão natal do casal, no penúltimo de agosto.

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Fito atender ao enorme interesse dos milhares de ouvintes do meu Minuto em O POVO-CBN, bombando, de segunda a sexta, tenho martelado, por exemplo. Que, quando um amigo apresenta um novo carro, jamais se deve perguntar quanto custou, todavia como vão as marchas. Que, entrando num restaurante, o cavalheiro vai na frente e é o primeiro a chegar à mesa, lá, volta-se para a mulher e puxa a cadeira, para que se sente. Que não se deve beijar mão de mulher enluvada, pela simples razão de que mulher que não tira a luva não quer ter sua mão beijada. Que, num almoço ou jantar, não é correto cortar o filé em pedacinhos antes de comer, somente cada vez que vai levar um pedaço à boca. Que, ao se retirar da roda para cumprir uma obrigação religiosa, nunca se diz "vou à igreja", porém "vou ao culto".

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BRASILEIRO POR GUILHERME NETO BRASILEIRO NA PRAIA DE IRACEMA Quando Hélio Guedes se desentendeu com a administração do Excelsior Hotel, onde residia, juntou-se a Luiz Costa, seu vizinho, e alugaram e mobiliaram a casa número 917 da Presidente Kennedy. Ali nasceu a Mansão dos Inocentes, assim chamada em homenagem às crianças que acompanhavam uma professorinha que se utilizava do telefone de Hélio Guedes. Depois, em virtude das reuniões amiudadas que os sócios da Mansão promoviam. Mestre Hélio se mudou para o prédio número 1098 da mesma avenida. A Praia de Iracema já atraía boêmios de grande porte. Inicialmente, foram os pilotos do Aeroclube do Ceará e alguns aviadores militares. Quando menos se esperava, eram sócios da Mansão dos Inocentes Ciro Moreira, vice-presidente, José Monteiro e Valmir Magalhães, como primeiro e segundo secretários. E os sócios eram muitos: Luciano Carneiro, Albano Amora, Aurilo Gurgel, Clezer Chaves, Clóvis Maia, Erivan Chaves, Belarmino Maia, Ubirajara Chaves, Raimundo Pinto e os irmãos Sucupira, Paulo, Maurício, César e Rubens, além de outros, todos gente muito boa, aos quais se juntaram Cleanto Camarão, Roderico Braga, Elzir Cabral, José Walter Cavalcante e Júlio Rego. E baixavam por ali os violonistas Jacques Shalmann, Aleardo Freitas, Tinoco e Germano Riquet, além de cantores, seresteiros, profissionais e amadores, todos querendo o bem comum da amizade sem igual do pessoal da Mansão dos Inocentes. Dos três coqueiros reais, nem sei se resta algum após o embelezamento que Juraci Magalhães proporcionou à Praia de Iracema. Dos homens que fizeram daquele espaço uma festa sadia e inesquecível. Boêmio vivo, apenas o Mestre Hélio Guedes Pereira, ainda dirigindo a Mansão dos Inocentes, que acaba de comemorar quarenta e quatro anos de atividades, agora com sede na Carlos Vasconcelos, 2140. O grande Fernando Pinto já nos deixou, e o seu Jangada Clube não existe mais. Aurilo Gurgel, nunca esquecido, vivo junto aos seus amigos na Casa do Mincharia, uma espécie de templo no qual se cultua a boa amizade e a alegria descompromissada do imortal boêmio. Disse das três casas e não falei da Torre de Iracema. Lúcio Brasileiro chegara ao Iracema Plaza Hotel para passar uma semana, quinze dias, talvez. Foi ficando e ficou por um quarto de século ou mais. A Torre, cobertura do edifício, marcou época. Poderia dizer dele e de seu dono, Lúcio Brasileiro, um mundo de boas palavras. Mas a Torre pairava bem acima das nossas ilusões de vida solta. Tinha um charme inigualável, um toque de encantamento que nos prendia e nos punha em harmonia com a vida, por mais difícil que ela nos parecesse no instante. Era um pessoal diferente o que por ali passava em acontecimentos verdadeiramente marcantes. Eu tive a graça de ter estado algumas vezes no Jangada Clube, muitas vezes na Maloca do Guará, inúmeras vezes na Torre do Iracema e de continuar indo, sempre que possível, à Mansão dos Inocentes, onde encontro tantos que hei encontrado, vezes sem fim, nas outras acolhedoras casas. A Praia de Iracema tem magias insuspeitadas em suas manhãs, tardes, noites e madrugadas, nas horas mágicas que fazem da vida uma festa de amizade permanente entre os homens. (Do livro Um Brasileiro Muito Especial, de Lustosa da Costa)

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Esta história de que tem jogador de clube e de seleção procede completamente. E tenho dois evidentes exemplos nas maiores torcidas, Zico e Roberto Dinamite. Grandes craques no Flamengo e Vasco, respectivamente, pouco fizeram na Seleção, sobretudo em Copa do Mundo. Mais recente, Neymar, a quem, já falei, não daria uma terceira oportunidade em Mundial, pois um é pouco, dois é bom, três é demais, portanto, já deu. E, mais remotamente, tivemos Domingos da Guia, considerado o Pelé da defesa. Que, na Copa da França, em 38, não conseguiu ser nem a sombra no escrete do que era fora dele.

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Segundo o Sociedade Cearense estabelece, têm compromisso com seu calendário pessoal, nesta sexta, José Maria Bonfim, médico do coração, logo, dotado de grande. Eliane Filgueiras, seguiu as pegadas do pai dentista .... Givaldo Sisnando, de ibope alto em qualquer roda, tanto que batizei de Edilmo Cunha do Cariri. Joaquim Guedes, sucedendo pai Ruy do Ceará, emplacou duas vistosas gestões comandando o meu, o seu, o nosso Náutico Atlético Cearense. Sara Aragão, matrimoniou Herbert, apropriadamente alcunhado de Presidente Lenço Branco do Clube dos Lojistas .... Marco Oliveira, presente do Rio Grande vizinho ao Ceará. Conceição Guimarães, nêe Moura, esposou João, que além de Porto, é presidente da Associação Comercial. Arnon Bezerra, Quezado da Aurora, antes de ser prefeito de Juazeiro, teve seis mandatos de deputado federal e um estadual.

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Sim, é Verdade, sextafeirina do Ideal botando gente pelo ladrão, nossa correspondente visualizou, pondo conversa em dia, Ricardo Rolim e Júlio Militão. Sim, é Verdade, após rotear Campos do Jordão, Mônica Arruda despontando novamente aqui hoje. Sim, é Verdade, Sabino Henrique, que é, baixou no Don Pepe, especial encomendar almoço do Dia dos Pais. Sim, é Verdade, a propósito, na data em questão, filhos do Paulo Monteiro tiveram bem mais a comemorar, com mãe Rita nataliciando, dominicalmente falando. Sim, é Verdade, namorado Carlito de Jesus ao lado, Claudete Silveira era única saia na mesa quintafeirina do dr. Álvaro Andrade no Flórida, abrigando também Rubens Studart, Bil Farias, Humberto Ellery.

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José Alcy Siqueira, maior partido da cidade, sendo dele o Cadillac número um. Morava perto da casa de meus pais, eu na Dom Luís, ele na Maria Tomásia, hoje sediando o Shalom. Uma bela manhã, saí em direção ao endereço desse amigo, para tomar café. Ocasião em que lhe comuniquei haver sido convidado para o desfile de Miss Elegante Bangu, no Copacabana Palace, porém não tinha mala. José Alcy me presenteou, então, com a primeira mala digna desse nome de minha vida.

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BRASILEIRO POR PAULO ARAGÃO UM TIPO INESQUECÍVEL Se um dia tivesse que escrever minhas memórias, certamente parte delas seria dedicada aos amigos mais marcantes dessa existência. E, certamente também, estaria nesse rol, nos dedos da primeira mão, o cidadão Paco, o Francisco, o Lúcio Brasileiro que (quase) todos conhecemos. Cidadão exemplar, de memória prodigiosa e profissional competentíssimo (é o maior gazeteiro do jornal em que escreve, apesar de um paulista pouco afeito a marketing não perceber, que, no frigir dos ovos, é o Brasileiro que paga seu salário - coitado!). Amigo do tipo que só se acha à luz de vela, caridoso e amante da boa mesa e do bem conversar. Enfim, um homem bom e surpreendente. Do meu duas vezes conterrâneo (Cajazeiras e Sobral) e xará Francisco Lustosa da Costa, recebi o honroso convite para escrever algo a respeito do aurorense em questão. Permito-me, assim, para não tornar a leitura um rosário de elogios merecidos, narrar apenas três episódios que com ele vivenciei, hilários e, portanto, perfeitos como homenagem ao seu constante bom-humor. ESTRELA DESCONHECIDA Numa segunda-feira de Carnaval, saídos do nosso Cumbuco, tomamos a Via Estruturante em demanda da praia de Flexeiras, para encontrar nosso amigo Ivens Júnior, que emprestara a casa de seu cunhado e veraneava por lá. Pelo meio do trajeto, fomos parados por uma blitz rodoviária, com o policial me pedindo os documentos do carro. Exibi-os. Em seguida, solicitou-me a carteira de habilitação. Falei que estava dentro de minha pasta, no porta-malas do carro, e perguntei, por comodismo, se seria necessária mesmo a exibição de tal documento. Nesse momento, o Brasileiro, certo de que eu não estava com a tal carteira, e confiando no seu bom "ibope" de apresentador de televisão, retira os imensos óculos escuros que usava, volta o rosto para o guarda e diz, vagarosa e solenemente (na esperança de ser reconhecido). – Senhor, temos um compromisso jornalístico urgente. Será que poderia dispensar o meu amigo de ir abrir o porta-malas e a pasta e deixar-nos seguir? Pedido negado. Desci do carro, abri o porta-malas, retirei a habilitação de dentro da pasta e satisfiz a exigência da autoridade, que, antes de sairmos, disse para o Lúcio: – Tenha uma boa viagem... E ponha os óculos porque o sol está forte e pode lhe causar dor de cabeça. CAIXA FURADO Há alguns anos, num sábado e na praia do Cumbuco, fui ao Restaurante Ugarte, propriedade do Brasileiro. Em lá chegando, minha mulher Odete e eu vimos apenas um casal, que logo se retirou sem fazer qualquer pedido, deixando-nos como únicos clientes da noite. Isso, para qualquer dono de restaurante, seria a morte. Não para nosso querido louco (como já disse o Senador José Macêdo, por ter aberto um restaurante distante de Fortaleza), que, quando viu o garçom trazer à nossa mesa um litro de Black and White, criou alma nova e veio ter conosco. Os três bebemos e papeamos a noite inteira. Fui deixá-lo em casa já dia. Por volta de meio-dia, nosso herói, curtindo ressaca olímpica, foi acordado para a prestação de contas do dia anterior. De muito mau humor e cefaleia latejante, verberou ao empregado: – Já disse a vocês para não me acordarem no domingo, a não ser que não haja dinheiro no caixa. Cadê o dinheiro da conta do Paulo Aragão? Ao que o serviçal respondeu: – Pois é, seu Lúcio, aquele litro de whiski, o Dr. Paulo já tinha deixado pago no sábado passado. Nós "tamo furado". ÍNDIO DESCALÇO Numa de suas empreitadas, que o vulgo chamaria de alucinações, resolveu que alguns de seus amigos apadrinharíamos índios da tribo dos Carambolas, habitantes das cercanias do Cumbuco, povo de muito boa índole. A mim, coube como afilhado o senhor Deni, rapaz muito simpático que até hoje me saúda por padrinho (mesmo já se tendo passado mais de dez anos do contato inicial). Todo final de ano, como sói acontecer, Odete e eu enviamos ao nosso afilhado prendas natalinas, que sempre foram representadas por cadernos, tênis, mochilas... numa única vez, uma bicicleta integrou essa relação. Num determinado Natal, tive que me ausentar de Fortaleza (viajei ao exterior) e disse ao Brasileiro que as prendas do ano (calça, camisa, caderno e tênis), eu as traria de viagem. Dito e feito: mandei-as para que ele fizesse o repasse ao beneficiário final. Decorrido algum tempo, eis que me encontro com o "Brasilha". Então, pergunto: – Como é que foi, meu afilhado gostou dos presentes que lhe mandei? E do tênis, o que ele falou? E o nosso personagem não titubeou: – Que índio que nada! Aquele tênis é muito chique. Tô usando para fazer aeróbica! (Do livro Um Brasileiro Muito Especial, de Lustosa da Costa)

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Legenda Pedro Philomeno participava, de segunda a sexta, de roda de amigos na porta da Livraria Francesa, no Centro da cidade. Quando encerrava, ele tomava no pé dois, pela Guilherme Rocha, o rumo de sua casa, em Jacarecanga. Um dia, deu uma neblina, e ele pegou um carro de praça, ao chegar ao destino, perguntou o preço da corrida. E então deu uma cédula ao motorista e ficou esperando o troco, porém o motorista reagiu. "Seu" Pedro, o Chico, filho do senhor, quando faz esse percurso, deixa o troco comigo. Explicação do milionário: É que ele é filho de rico e eu não sou.

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Sim, é Verdade, para gáudio dos amigos, Domar Pessoa, após tempão, reapareceu no Ideal, formando com Leônidas Guimarães e Olavo Araújo na mesa do Firmo de Castro. Sim, é Verdade, pondo conversa em dia no Dom Antunes da Varjota, Lia Macêdo, Sílvia Bastos, Luciene Beviláqua, Lêda Castelar. Sim, é Verdade, Mônica Arruda e Betinha Sampaio testemunharam o convescote São Paulo x Ceará, em jantar da última terça. Sim, é Verdade, no Don Pepe, ensejando papo maior que uma tarde inteira, engenheiro Sérgio Ferreira e advogado Nilo Benevides. Sim, é Verdade, pandemia privando pessoal do Colóquio de Camocim, mais um ano, do belo luar de agosto.

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Sim, é Verdade, com filho Samuel e netos Guilherme, Pedro e Vítor, todos de prenome João, Mônica Arruda, mediante comemor Dia dos Pais, baixa hoje em Campos do Jordão. Sim, é Verdade, igual mister leva ao Rio, só que amanhã, meu primo cinquentão de setembro, Arthur de Castro, isso querendo dizer data com os pimpolhos Isadora e Pedro. Sim, é Verdade, fazendo 40, neste ano, Traços Flutuantes, do médico-escritor Pedro Bezerra de Araújo, terá reedição em 22. Sim, é Verdade, boquinha da noite, terça, em italiano da Virgílio Távora, papo corrido sobre grandes restôs de São Paulo envolvia Delly Seragozza, de lá, e Marcus Silveira, que, embora não sendo, conhece só tudo. Sim, é Verdade, Liége Cunha e Sérgio Forte festejaram dois de azulado relacionamento no Copacabana Palace.

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Entre os diversos jogadores de nível apenas razoável que a sorte ajudou a ser campeão, talvez o maior exemplo seja Zagallo, o treinador. Só foi chamado porque, tirante o centroavante, toda a linha atacante do Flamengo o foi, Joel e Moacir, pela direita, ele e Dida, pela esquerda. Seu corte parecia certo, pois disputava com Pepe, o companheiro de Pelé, e Canhoteiro, o Garrincha da ponta esquerda. Aconteceu que Canhoteiro foi dispensado, por ter voltado tarde da noite à concentração, e Pepe saiu lesionado de um amistoso na Itália. Que antecedeu a Copa de 58, ensejando a escalação de Zagallo, que acabou atuando nas seis partidas na Suécia. Quando o escrete canarinho conquistou o primeiro título.

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Evitando o porém, o todavia, o entretanto, o no entanto, entre outros, trocamos tudo pela vírgula que, bem colocada, sintetizava perfeitamente o que pretendíamos dizer. Pois bem, porém (aí, sim!), o computador do jornal foi extremamente implacável, suprimindo duas vírgulas fatais, mudando completamente o sentido das frases. Sendo que, no primeiro, também ficamos privados da preposição DE, isso posto, reproduzimos, aqui e agora, como deveriam ter saído, os dois parágrafos alterados. Na abertura da matéria, no alto da coluna sabadina, prazerosamente, escrevemos: Marilena Campos conduziu tudo com esmero tão apurado, que "sobrou" pro marido Eduardo Augusto, DE enorme contribuição para o sucesso. E no segundo caso, pesarosos, embora, noticiando a partida de amigo queridíssimo, arrematamos: E não apenas, um cidadão.

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Alguns tópicos selecionados deste espaço dominical, quando ocupado por Hélio Barros. Na minha geração, um personagem marcante do Ceará, o tipo inesquecível, no estilo da revista Seleções, se chama Lúcio Brasileiro. As escolhas profissionais e os estilos de vida não nos aproximaram, assim mesmo nunca estivemos longe um do outro. Acompanhei a vida do Lúcio por meio do Lustosa da Costa, o amigo-irmão que cultiva a virtude matriarca de agregar. Um traço de união revelador e definitivo que Lúcio e eu compartilhamos ao longo da vida, com a consciência de que seríamos sempre amigos distantes, mas irremediavelmente próximos. Admito que o personagem é indissociável, mas basta conversar para ver que na intimidade agiganta-se a figura humana e doce do conversador brilhante.