QUANDO FALA O CORAÇÃO
Do primo Arthur de Castro, quinta geração dos Quezado da Aurora e bisneto de tia Neda, minha favorita, recebo composição propulsoriada de Augusto César Benevides, que, como se trata de uma preciosidade, decidi divulgá-la:
É bom que nunca ninguém deixe passar a oportunidade de dizer coisas boas a respeito das pessoas.
Tenho um amigo de longas datas, o jornalista Francisco Newton Quezado Cavalcante, o Lúcio Brasileiro, que não permite que falem mal de alguém, se insistirem, ele deixa a roda.
Nunca falar das faltas e fraquezas alheias. São coisas que farão você se sentir mais jovem.
Esteja sempre perto daqueles que não têm medo de se arriscar, dos que não têm medo de mudanças, de finalmentes e muito menos de recomeços.
Eu gosto de gente que acorda no meio da noite só para escutar o barulho da chuva no telhado… de pessoas que ficam paradas quando escutam o canto de um passarinho, que gostam de ver o sol nascer, se tocam com o pôr do sol.
Gente assim sabe que ser feliz é simples, e que, como cantou o nosso Belchior, “viver é melhor que sonhar”. Bem simples.
Lembrando aqui de Oscar Wilde, que escreveu: “Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero-os metade infância, metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Quero amigos para saber quem sou, pois vendo-os assim, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos.
Nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.”
Feriado é bom também para escrever e pensar.
As Sutilezas da Alma:
E já que o Gutinho puxou Wilde, aqui vai um trecho escolhido do Oscar em questão:
Tal como o corpo assimila coisas de toda natureza – vulgares, poluídas ou purificadas por um papo ou por uma visão.
E as converte em destreza ou força, músculo ou suavidade de linha, curvas e cor do cabelo, dos lábios e dos olhos.
Assim também a Alma, por sua vez, tem as suas funções assimiladoras e podem transformar em nobres pensamentos e elevadas paixões o que em si mesmo é baixo, cruel e degradante.
E mais ainda, pode encontrar nestas a maneira mais digna de afirmação, muitas vezes podendo revelar-se a si mesmo de um modo mais perfeito, através daquilo que estava destinado a destruí-la ou profaná-la.