Apanhado

Soneto de Otacílio Colares, ocupando parede norte do resto Belo Azul na entrada cumbucana que corresponde ao único posto de gasolina das redondezas:

Amigos valham os bons, poucos que sejam
que nisso pouco importa a quantidade,
pois quase sempre é de infidelidade
o tom daqueles que demais cortejam.

Amigos versos fácil não bafejam,
pois sabem que o que conta é qualidade,
em n’alma infundem só sinceridade
quando de alguém a face acaso beijam

Amigos quer-se-os como os vinhos raros
– sutis no odor, no paladar, discretos,
quanto mais simples, tanto mais amados

E de assim serem poucos, são tão caros
que quais doces pecados, e secretos,
são no íntimo do peito conservados.

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