DE GRANDE PRA GRANDE
Cedo meu espaço dominical a Susana Dias da Costa Ribeiro, também já partinte, que presta seu depoimento sobre Nadir Papi Saboya e ao originariamente chamado Clube das Amigas do Livro.
E na sua pequena casa, o jasmineiro caía sobre o muro e a laranjeira raquítica, com o desvelo de sua dona, começou a criar brotos, floresceu e, na sala de jantar, o perfume inundava o ambiente.
Era grande a nossa Nadir, amava as flores, o canto dos pássaros, a chuva e a humanidade. Silenciosamente, essa estrela foi se apagando, mas deixou um rastro luminoso no pensamento e no coração das 40 senhoras da Sociedade Amigas do Livro.
Sua primeira experiência no palco foi aos 11 anos, como figura principal de uma peça escrita e dirigida por ela, no Vale do Jaguaribe, para onde fora em férias escolares, e ficara retida pela enchente do rio, que destruiu pontes e estradas.
Solidária por natureza, criativa, nobre e curiosa, interessou-se pelas ideias do grupo da Sociedade Amigas do Livro, que tinha como líder sua grande amiga Helena Rangel, alcunhada de Mater.
A primeira vaga na SAL, ocasionada pela transferência de Diva Muniz para Salvador, foi ocupada por Nadir, que já no segundo biênio foi eleita por unanimidade presidente.
E logo enriqueceu a entidade, com a criação de um Conselho, composto por representantes da cultura estadual, sendo os primeiros parceiros Moreira Campos, o Príncipe dos Poetas, Artur Benevides, e o teatrólogo Manuelito Eduardo, por sinal, o orador do encontro inaugural, acontecido em casa de dr. Ossian Aguiar, na Santos Dumont.
Sua gestão foi profícua e, entre as realizações, ampliou o acervo literário com livros da biblioteca de seu sogro, o engenheiro João Tomé de Saboya.
E também o apoio dado à criação de uma orquestra infantojuvenil, proposta pelo maestro Orlando Leite, que daria continuidade à Sinfônica Henrique Jorge, para a qual obteve o apoio de 25 madrinhas.
E conseguiu com o governador César Cals espaço para as reuniões da agremiação e pra estante, que seu sucessor, Adauto Bezerra, por sinal, manteve.
Teve a ideia de constituir uma ala jovem e de limitar para 60 a idade das novas sócias, justificando que as fundadoras, entre as quais, Helena e Olga Barroso, de Sobral, Susana Ribeiro, do Ipu, Maristela Alencar, de Pacatuba, iriam envelhecendo, e precisavam de sangue novo para prosseguir nas metas almejadas.