Apanhado
Começo da tarde, na escadaria da Assembleia, o então deputado Edmundo Rodrigues me dá a notícia de que O Jornal de Bonaparte havia fechado. Imediatamente, dirigi-me à Praça do Coração de Jesus, e a pancada foi muito grande para não chorar. O proprietário veio de lá, pôs as mãos no seu ombro e me consolou – ou tentou me consolar – à sua maneira: “Lúcio, você é um gentleman e conquistou inteiramente o meu coração.”
|
Categoria: Apanhado político
Apanhado
Devo a Vilmar Pontes ter conhecido Guarujá no pique, no começo dos anos 60. Foi ele quem me proporcionou transporte, casa e comida no então paraíso do veraneio da alta roda paulista.
E fez mais! Mesmo não sendo de circular à noite, com sua mulher Simone Salgado, ainda me levou a um dos principais restôs do Rio, que creio não mais existir, o Ariston de Copacabana.
|
Apanhado
Na primeira campanha de Tasso, compareci a um fim de tarde na ilha na qual ele despachava, onde morara Jaime Machado, esquinando Nunes Valente com Santos Dumont, para cobrar o apoio de Dom Aloísio. Reação: Oh, Lúcio, você está querendo que o Cardeal suba no púlpito da igreja para dizer que vai votar em mim, mas o Cardeal está conosco!
|
Apanhado
Meu jantar de despedida na Torre do Iracema aconteceu a pedido de Tasso Jereissati, para receber José Antônio do Nascimento Brito, neto da condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil. Tasso, naturalmente, compareceu de quase todo pessoal que tocava o Centro das Indústrias.
|
Apanhado
A maioria de Tasso para governador na primeira investidura deu quase empate: trezentos mil e tanto votos na capital e trezentos mil e tanto no sertão.
|
Apanhado
O milionário Bonaparte Maia montou um excelente jornal, que só durou nove meses, porque faltou pesquisa de mercado.
|
Apanhado
Na campanha para governador de 1958, o comitê pró-Parsifal deu força ao refrão “Havendo outro, não vote em Távora”. Acontece que Virgílio, adversário do professor, havia sido fortemente votado nas campanhas anteriores para deputado, e seu pai, Manuel, tinha ocupado o primeiro lugar no pleito para o senado quatro anos antes.
|
Apanhado
Omar O’Graddy irlandês de origem, recebeu o título de cidadão cearense, conseguindo por este colunista junto ao meu amigo de Ipueiras Aquiles Peres Mota.
|
Apanhado
Quando, em uma roda, se especula qual foi o maior amigo político cearense de Virgílio Távora, e sou instado a fornecer minha opinião, cito Manoel de Castro, que ele fez governador.
|
Apanhado
No transcurso do I Veterano, o governador sofreu um prejuízo particular. Deu um aval no banco de seu padrinho, Magalhães Pinto, a um colega da Escola Militar que não teve condições de honrar. Como resultado, teve que vender a Chicão Jereissati polpudo terreno na Aldeota, deixando dona Luísa “espritada”.
|
Apanhado
Na formação de sua equipe, no I Veterado, Virgílio Távora procurou compensar o grupo parsifalista, para o qual destinou a recém criada Secretaria de Trabalho. Dona Olga não aceitou, e compareceu ao meu programa televisivo, “tacando a lenha”.
|
Apanhado
No meu gosto pela simplificação, batizei o Palácio da Abolição de “Abó”. O governador César Cals promovia um café da manhã, mas seu líder, Barros dos Santos, nunca compareceu. Perguntei por quê, e então Barros respondeu: “Primeiro, porque se come demais, e segundo, porque o nome não é ‘Abó’, é Abolição.”
|
Apanhado
Minha estreia em palanque eleitoral se deu na eleição de 1958, quando participei do instalado pelo virgilistas de Sobral. Porém, Virgílio Távora não foi feliz e nem o padre Palhano, orador reconhecidamente bom, conseguiu inflamar o público que, por sinal, era bem menor que o anunciado.
|
Apanhado
Em um pequeno escritório da Rua Major Facundo, porém, rico por dentro, os irmãos Bonaparte e Salomão Maia discutiam a próxima edição de seu jornal. Estava presente o advogado José Cardoso de Alencar, que a mim se referiu como o colunista que mais agradava às mulheres.
A opinião do causídico fez a balança pender para o meu lado e fui escolhido, recebendo quatro vezes o que ganhava na Gazeta de J. Macêdo.
|
Apanhado
No I Veterado, criou-se o Clube dos 13, do qual faziam parte bons papos, entre eles Otacílio Colares, Nertan Macêdo, Lustosa da Costa. A estreia aconteceu em casa do sonetista, que preparou um peixe fantástico.
|
Critério
Virgílio Távora, Plácido Castelo, Cid Gomes, Tasso Jereissati, Lúcio Alcântara, Adauto Bezerra, foram alguns dos governadores que se portaram com dignidade na concessão da Medalha da Abolição
|
Apanhado
A Medalha Castello Branco foi criada por Virgílio Távora para o reconhecimento de cearenses que se destaquem fora do estado. Assim, se algum governador desavisado concedê-la a destaque apenas local, não há o menor valor, pois será anulada pelo regulamento.
|
Apanhado
Até hoje, só foi concedida uma Medalha Humberto Alencar Castello Branco. O governador Virgílio Távora que a criou, inspirado no secretário da Produção, Firmo de Castro, fez a entrega ao empresário cearense Luiz Eduardo Campello, que se destacou em São Paulo, tendo, inclusive, fundado um clube em Guarujá, o Samambaia. A solenidade foi realizada no Palácio da Abolição, durante um almoço ao qual compareceu o maior herdeiro brasileiro, Ermelindo Matarazzo, filho do Conde, que comandava 800 indústrias.
|
Boca livre
Eleito governador em 1958, impingindo a única derrota a Virgílio Távora, Parsifal Barroso viajou à Europa com dona Olga, participando de um grupo comandado pelo deputado Carlos Jereissati, que, segundo se comentou, teria bancado a viagem.
|
Apanhado
Pontes Neto foi indubitavelmente a maior figura dos irmãos Pontes. Entretanto, não se pode esquecer a inteligência de Vilmar, que era um craque para os negócios. Chegou a ser sócio do grande cassino do Guarujá no pique desse empreendimento e também entrou na estância
espírito-santense Guarapari.
|