Categoria: Apanhado político

Nos folguedos das brenhas caucaienses e da orla paracumbucana, pude protagonizar pedidas que usufruí para contar. Quero primeiramente me referir ao assado de forno do tucunaré de Jaqueline, cozinheira do Cipoal Gadelha. Depois, ao Kafka que o Zé da Amontada trouxe dos comes de seu torrão. Agora, vou proclamar a excelência também do omelete Beluga 00, elaborado por Bebê, chef do Ibiza. E não pensem que deixei de lado completamente o Varandas, mesmo ante fechadura. Pois usei o delivery para manter o vício das pizzas de Van e Val, os dois masseiros da casa.

Quando general Castello Branco, pressionado pelos militares radicais, promulgou o Ato Institucional 2, endurecendo o regime, o ocupante da Pasta da Justiça Milton Campos solicitou dispensa de suas funções, explicando: Presidente, tenho muita comiseração do senhor, pois quando o Ministro se sente constrangido, tem é que pedir pra sair, porém o Presidente não tem.

Aécio de Borba estreou auspiciosamente na política, ocupando a vitoriosa garupa de Cordeiro Neto, um dos melhores prefeitos que Fortaleza já teve, bastando a Perimetral para consagrar sua gestão. Antes de ser três vezes federal, Borba teve um mandato de estadual, que dividiu com sua participação no primeiro Governo Virgílio Távora.

Eleito duas vezes deputado, Paulino Rocha estreou com o pé esquerdo, reclamando da tribuna que o prefeito Evandro Ayres havia assumido antes de a Assembleia haver aprovado o seu nome. Acontece que isso seria impossível, por carência absoluta de condições temporais, aliás, fui eu mesmo quem organizou a cerimônia, no Palácio do Bispo.

Pai da Cardiologia Moderna no Ceará, dr. Antônio Jucá, ao optar pela política, jamais poderia imaginar que sua carreira fosse tão curta. Eleito deputado federal, ocupando o primeiro lugar na bancada do PTB, com a partida de Carlos Jereissati, assumiu a cadeira de senador, mas se deparou, logo a seguir, com problemas neurológicos, que muito logo o levaram.

Pena que mandato de Carlos Jereissati no Senado tenha durado tão pouco, após vitória tão bonita, ele chegou a ir uma vez a Brasília, onde, numa homenagem dos colegas, a par de sua precária saúde, foi eleito segundo secretário da Mesa, porém, dias depois, partia no Rio, sendo sepultado em Fortaleza.

Nonato Prado foi um candidato sobralense de curiosa escrita, quando pretendeu a deputação estadual, na primeira vez, obteve a décima suplência; na segunda vez, a sétima; e na terceira, ficou em terceiro.

Armando Falcão passou por uma queda eleitoral nos últimos pleitos que disputou. Tendo sido dos mais votados no primeiro e no segundo, ocupou a primeira posição no terceiro, em 1958, porém no quarto foi um dos últimos e, no quinto, sobrou solenemente, ficando na terceira suplência.

O governador que inaugurou São Luiz (1958) não foi o titular, Paulo Sarasate, e sim o vice, Flávio Marcílio, pois Sarasate se encontrava no Rio, cuidando da saúde.

Esmerino Arruda não foi cassado pela Revolução de 64. O que houve foi que, ao concluir seu terceiro mandato de deputado, não obteve a legenda da Arena, o partido do Governo. Ele voltaria anos depois, como suplente dos senadores Cid Carvalho e Sérgio Machado, tendo sido prefeito de Granja, cargo também ocupado por sua mulher Carmem.

Penso não ser do conhecimento de todo mundo que o primeiro Governador do novo Estado de Tocantins foi um cearense, Siqueira Campos.

Adauto Bezerra, governador em final de mandato, pretendeu fazer do irmão Humberto senador indireto, que seria eleito pela Assembleia. Chegou a mexer seus pauzinhos, porém não deu, porque o novo presidente, Figueiredo, não abria mão para César Cals, que inclusive seria seu ministro de seis anos.

Fui pioneiro da TV Cidade, de Patriolino Ribeiro, que começou sendo Uirapuru, de Zepessoa, e um dos fatos marcantes foi quando me retirei da banca que entrevistava Leonel Brizola, quando líder gaúcho se negou a responder onde se encontrava de 31 de março para primeiro de abril de 1964, quando cunhado Jango foi derrubado.

Fui pioneiro da TV Cidade, de Patriolino Ribeiro, que começou sendo Uirapuru, de Zepessoa, e um dos fatos marcantes foi quando me retirei da banca que entrevistava Leonel Brizola, quando líder gaúcho se negou a responder onde se encontrava de 31 de março para primeiro de abril de 1964, quando cunhado Jango foi derrubado.

Além de Armando Falcão, Parsifal Barroso, Virgílio Távora e Expedito Machado, Ceará deu dois ministros dessa geração política, Menezes Pimentel, no suicídio de Getúlio, e José Martins Rodrigues, na renúncia de Jânio Quadros.

Virgílio Távora era pra ter saído ministro de Geisel, que já demonstrara interesse em tê-lo na equipe, porém o japona Sigeaki Ueki, que ia para a Petrobras, preferiu ser ministro, e além do mais, por sugestão de Golbery, Geisel convidou Armando Falcão para a pasta da Justiça, e dois cearenses na mesma linha, reconheçamos, seria muita areia para o caminhão alencarino.

Plácido Castelo pretendeu fazer de seu amigo Edgar Damasceno suplente de senador, porém ele estava desgastado com a classe política, por fazer bastante mais o jogo da Revolução, e lhe foi negado.

Padre José Palhano de Saboya deixou tantos inimigos que impossível precisar se foi bom, apenas regular ou mau prefeito de Sobral. Certo é que, quando deixou, teve pleno êxito disputando cadeira de deputado federal, tendo sido um dos cinco mais votados na eleição de 1962, porém Castello Branco, dizem que, premido por colegas militares, cassou seu mandato.

Dois governadores, ao deixarem os mandatos, saíram os mais votados para deputado federal, Virgílio Távora, em 1966, com mais de setenta mil, e Adauto Bezerra, em 1982, com mais de cento e vinte.

Dos quatro irmãos deputados Pontes, apenas um foi eleito federal, Osires, também suplente de senador, com Mauro Benevides, e que pereceu em acidente automobilístico.