Derrubando o rei
No primeiro jogo de Pelé com a camisa da Seleção, Brasil perde de dois a um pra Argentina, pela Copa Roca de 1957.
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Categoria: Bola passada
Bom de bola
Ufanismo jamais desmentido da reportagem esportiva brasileira coloca Ademir como o maior comandante-de-ataque da Copa de 50. Ele foi o artilheiro, porém o maior centroavante desse Mundial foi o uruguaio Miguez. O Queixada, como era chamado, nada fez quando a Seleção mais precisou dele, empate com a Suíça, no Pacaembu, e derrota pro Uruguai, na final do Maracanã.
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Momentos são
Quando na Copa da Espanha, aquela que o Brasil merecia ganhar e perdeu, e foi a última vez que a Seleção jogou futebol ao pleno, tomei um buque da Transmediterrânea e fui conhecer Ibiza, onde, na barraca Waikiki, na Playa Den Bossa, o Tony Ripoll me introduziu ao topless, que não havia ainda no Ceará e muito pouco no Brasil.
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Bom de bola
O craque Perácio, que defendeu o Brasil na Copa de 1938, era conhecido por sua ingenuidade. Antes de um Fla-Flu, o treinador chegou pra ele no vestiário e ordenou: Quando houver um córner pro Flamengo, o goleiro Batatais, do Fluminense, costuma ficar no pau da trave em posição de cortar a cobrança do nosso ponteiro. Você, então, prende sua camisa no grampo da rede. Assim, quando ele pretender sair, não poderá, pois estará preso. Você entra livre de cabeça e faz o gol. Reação de Perácio: Muito bem, mais o senhor primeiro fala com o Batatais.
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Bola passada
Na Copa da Suíça, em 1954, o capitão brasileiro Bauer tinha um homônimo na Seleção Alemã. Porém, não se enfrentaram, pois o Brasil não jogou contra a Alemanha. Aliás, o Bauer alemão não disputou a final com a Hungria, que trouxe o primeiro título pra seu país.
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Bola passada
Entre os jogadores de nível apenas razoável que a sorte ajudou a ser campeões, talvez o maior exemplo seja Zagallo, o treinador. Ele só foi chamado porque, tirante o centroavante, toda a linha atacante do Flamengo o foi, Joel e Moacir, pela direita, ele e Dida, pela esquerda. Seu corte parecia certo, pois disputava com Pepe, o companheiro de Pelé, e Canhoteiro, o Garrincha da ponta-esquerda. Aconteceu que Canhoteiro foi dispensado por ter voltado tarde da noite à concentração, e Pepe saiu lesionado de um amistoso na Itália, que antecedeu a Copa de 58, ensejando a escalação de Zagallo, que atuou nas seis partidas na Suécia.
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Bola passada
A reportagem esportiva insiste em proclamar vice-campeonato como título, acontece que não é. Até mesmo porque ser vice-campeão significa que perdeu.
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Bola passada
Brasil foi cinco vezes campeão mundial, porém nunca ganhou em país campeão, e foi o único campeão que perdeu duas vezes na própria casa.
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Bola passada
O Maracanã foi inaugurado pouco antes da Copa do Mundo, com um jogo entre as Seleções de Novos do Rio e São Paulo, que venceu. Desse prélio, participaram dois futuros campeões do mundo, aliás, bicampeões, Djalma Santos e Didi, que marcou o primeiro gol do estádio, num sem-pulo.
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Bola passada
Da legendária Seleção de 1950, que perdeu título pro Uruguai, dois jogadores tiraram a própria vida, partindo desta pra melhor. O goleiro reserva, Castilho, que entrou em depressão, e o ponteiro titular Maneca, que não disputou a final, por estar contundido, e não suportou quando a mulher com quem pretendia casar lhe comunicou que isso não seria possível.
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Bola passada
Clodoaldo foi uma das gratas revelações da Seleção que faturou a Copa de 70, no México, última que o Brasil ganhou jogando futebol. No jogo mais importante, contra a Inglaterra, com Gerson de fora e Rivelino se lesionando durante a partida, ele e Paulo César, o reserva de luxo, aguentaram a barra na apertada vitória, que mais justo seria o empate.
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Bola passada
Final do Campeonato Sul-Americano de 1959, Brasil enfrentava país sediador, Argentina, que jogava pelo empate. Jogo duro, 1x1 no placar, minuto final, Garrincha dribla o goleiro e, em vez de chutar pra redes inteiramente à disposição, resolveu entrar com bola e tudo. Acontece que, no meio da caminhada, o tempo venceu, o juiz apitou, e o Brasil perdeu o título.
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Bola passada
Flávio Costa foi um grande treinador de clube, porém pouco conseguiu dirigindo a Seleção. Nos anos 40, foi tricampeão pelo Flamengo e três vezes pelo Vasco, sendo dois desses títulos invictos. No escrete, não ganhou nada, pois o próprio Sul-Americano de 49, disputado no Brasil, não pode ser levado a sério, pois a Argentina, que tinha o melhor futebol do mundo, não veio, e o Uruguai mandou um time de estudantes.
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Bola passada
Heleno de Freitas foi o centroavante mais clássico do futebol brasileiro, mais que Leônidas. Quando foi pro Vasco, o clube de São Januário o colocou numa linha onde pontificavam dois craques, Maneca e Ipojucan, mas havia também dois pernas de pau, os ponteiros Nestor e Mário. No intervalo de um jogo, Heleno chegou pro treinador Flávio Costa e esbravejou, apontando os craques, esses dois não me passam a bola porque não querem, e indicando os que não eram, e esses dois, porque não sabem.
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Bola passada
Raí, exemplo de atleta e cidadão, cai no conceito de jogador de clube que não emplaca na Seleção, assim como Zico, do Flamengo, e Dinamite, do Vasco. No Mundial de 1990, era a grande esperança brasileira. Entretanto, só fez um jogo inteiro e acabou substituído pelo Mazinho. E só fez um gol, assim mesmo, de pênalti.
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Bola passada
Brasil gastou horrores com aquela Copa em que terminou levando a maior goleada de um país numa semifinal. Porém, com militar é diferente. Quando presidente, Figueiredo foi procurado pela turma do Havelange, atrás de verba, para o Brasil sediar a Copa de 86, o general respondeu: O importante não é promover Copa, é ganhar a Copa, e saiu do gabinete.
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Bola passada
Na Copa da Argentina, eu estava em Mar del Plata, quando, no último minuto, juiz marcou um córner contra a Suécia, que, batido por Dirceu, foi dar na cabeça do Zico, que fez o gol que seria da vitória. Só que não valeu, pois no transcorrer da bola, entre o pau da bandeirinha e a trave sueca, o tempo acabou.
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Bola passada
Nosso Ademir, jogador elegante, incapaz de uma jogada desleal ou de partir pro juiz, foi o artilheiro do Mundial de 50, que inaugurou o Maracanã. Todavia, se não tivesse marcado um mísero gol, o Brasil teria obtido o mesmo vice-campeonato, como de fato foi. Na hora em que precisou dele, bulhufas.
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Bola passada
Maior centroavante da Copa do Mundo de 1950, aquela da inauguração do Maracanã, foi Miguez, inclusive com primorosa atuação no jogo final contra o Brasil. O ufanismo da crônica esportiva brasileira escala Ademir, que, quando se precisou dele, nada fez, sendo suspeita também a nomeação de Zizinho e Jair, injustamente apontados, enquanto os uruguaios Julio Perez e Schiaffino foram superiores. Apenas um brasileiro figuraria na seleção daquele Mundial, o lateral-direito Bauer.
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Bola passada
Encontrando o Didi, que pouco antes da morte foi homenageado aqui pelo Roberto Farias, ouvi o bicampeão mundial revelar que no jogo com a Hungria, na Copa da Suíça, o grande Castilho tremera, intranquilizando todo o time brasileiro. Era um caso típico de jogador de clube que, entretanto, não emplaca no escrete.
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