Categoria: Encontro com Millôr

Sim, o Fernandes: quando a gente fala de um homem muito famoso e esquece o nome dele, ele continua famoso?

Sim, o Fernandes: quem se apaixona por uma fera corre o risco de morrer de amor.

Sim, o Fernandes: Se os resíduos psíquicos fossem concretos, haveria esgoto que bastasse.

Sim, o Fernandes: pessimista só aperta onde dói.

Sim, o Fernandes: falar do passado é falar do presente pelas costas.

Sim, o Fernandes: psicanalista é um profissional que em casa de enforcado fala o tempo todo em corda.

Sim, o Fernandes: certos pais têm a pretensão de preparar os filhos pra vida: outros têm a megalomania de preparar a vida pros filhos.

Sim, o Fernandes: por mais hábil que seja, o político acaba sempre cometendo alguma sinceridade.

Sim, o Fernandes: a intuição é uma disciplina que não foi à escola.

Sim, o Fernandes: CPF? No meu tempo só quem tinha número era presidiário, chofer de táxi e palhaço.

Sim, o Fernandes: eu sofro de mimfobia/ Tenho medo de mim mesmo/ Mas me enfrento todo dia.

Sim, o Fernandes: Millôr Fernandes é jornalista sem fins lucrativos.

Sim, o Fernandes: para minissaias, maxi-olhares.

Sim, o Fernandes: o belo atrai o belo, o forte atrai o forte, o rico atrai o rico. Os miseráveis se agridem.

Sim, o Fernandes: mídia – eu sou do tempo em que chamava média e era com pão e manteiga.

Sim, o Fernandes: os pássaros voam porque não têm ideologia.

Sim, o Fernandes: meu carro já está muito velho – e, como eu, insiste em não ficar obsoleto.

Sim, o Fernandes: tudo já foi dito. E é cada vez mais perigoso repetir.

Sim, o Fernandes: a espera é o futuro impaciente.

Sim, o Fernandes: Quando você estiver dando com os burros n’água, procure se aliar aos burros secos.