Fuleiragem

Em 1944, o Brasil enfrentou o Uruguai duas vezes, em homenagem aos pracinhas que iam para a guerra, e goleou em ambas as partidas. No entanto, essas vitórias não são contabilizadas, pois, nesses jogos, os celestes se fizeram representar pelo time reserva, perdendo de quatro e de seis.

Ida & volta

Planika, treinador da seleção no Mundial de 1938, já havia dirigido antes no Sul-Americano do ano anterior, onde obteve o segundo lugar. Voltou em 1942, no Sul-Americano de Montevidéu, quando repetiu a dose, quer dizer, terceira posição.

Chamada dupla

Os primeiros jogadores brasileiros chamados para duas copas foram o volante Martin, o ponteiro Patesko e o centroavante Leônidas da Silva.

Moleza

O mais vazado goleiro brasileiro em Copa do Mundo foi Batatais, que quase leva o Brasil ao precipício, deixando passar cinco bolas, sendo quatro no tempo normal e mais uma na prorrogação. Seu substituto, Walter, garantiu a meta com seguras intervenções.

Alçapão

Não sei se ainda existe o estádio da Rua Bariri, que era o campo do Olaria. Ele amedrontava os grandes clubes, pois ali não era fácil ganhar. Chegou a ser treinado pelo Mestre da Guia, o grande zagueiro Domingos.

Outros quinhentos

A seleção pouco fez nos Mundiais de 30 e 34. O que poderia ter sido diferente se Leônidas e Domingos da Guia tivessem sido escalados.

Inútil

Seria bom que os jogadores de futebol metessem na curta “cachola” que o juiz não é rei, portanto, não volta sua palavra atrás. E quem reclama só pode ter um final, por sinal, infeliz, a expulsão.

Ponto final

É muito cruel deixar o torcedor com o gol na garganta até que a televisão ateste sua validade. Vai daí, fazer parte de nossa plataforma acabar com essa chateação.

Guerra no caminho

Se não tivesse ocorrido a Segunda Guerra Mundial, a Argentina teria facilmente faturado as Copas de 1942 e 1946, pois, na época, era disparadamente a melhor seleção do mundo, frente à qual o Brasil nunca teve vez.

Cor leva culpa

Após a derrota do Brasil para o Uruguai, no Maracanazo de 1950, os racistas trataram logo de culpar os três coloreds do time: Bigode, Barbosa e Juvenal, nessa ordem, pelo gol da catástrofe; deixando fora das mágoas os brancos Danilo, que não deu combate ao extraordinário meia uruguaio Julio Perez, e o nosso Jair, que perdeu a pelota para Obdulio Varela iniciar o gol de Ghiggia.

Cinco ao todo

O Bangu nunca foi campeão com Zizinho, apesar de ele ter disputado sete Campeonatos Cariocas. Sagrado quatro vezes pelo Flamengo, Mestre Ziza só voltaria a receber a faixa pelo São Paulo em 1957.

Bola murcha

Segunda partida do Brasil na Copa do Mundo de 50, realizada no Pacaembu. Os suíços protestaram que no primeiro gol brasileiro a bola já tinha saído do campo, porém o juiz preferiu validar.

Derrapada

Luiz Borracha, goleiro do Flamengo, chegou até a Seleção. Porém, bastou deixar passar duas bolas fáceis contra o Uruguai, na Copa Rio Branco de 48, para ser rebaixado pro Bangu – na época, um clube ainda pequeno, de onde também saiu, após uma atuação negativa.

À altura

Quando me vi torcedor, no começo da década de 50, o Ceará Sporting tinha um zagueiro altamente clássico chamado Pedro Matos, cujo reserva na seleção estava bem à sua altura, Heródoto, sargento da Aeronáutica, que muitos anos depois chegou a ser meu vizinho na Praia do Cumbuco.

O golpe

Jamais foi desmentida a história de que João Saldanha, então um jovem desportista, teria instruído Carlos Imperial, ainda criança, a entrar no vestiário do Vasco durante a final do Campeonato Carioca de 1948 e ministrar soníferos na laranjada dos jogadores. No entanto, o fato é que o time vascaíno era tecnicamente superior ao Botafogo, que venceu por 3 a 1 e se sagrou campeão.

Imperdoável

Nilton Santos jamais perdoou Flávio Costa por não tê-lo feito titular da lateral esquerda na Seleção, já que o escolhido, Bigode, não jogava o fino na bola, tendo sido responsável pelo segundo gol uruguaio, além de ter falhado também no primeiro.

Vivinho e de fora

Mestre Domingos da Guia não jogou nas duas primeiras Copas do Mundo; em 1934, os esforços dos dirigentes brasileiros para trazê-lo do Uruguai foram em vão, pois ele era titular do Nacional de Montevidéu, que não o liberou.

Ordem unida

Dos 22 jogadores brasileiros vice-campeões do mundo, pelo menos um atuou no Presidente Vargas: o ponteiro Alfredo, que servia no 23 BC e foi autor do primeiro gol do escrete no empate com a Suíça, partida realizada no Pacaembu.

Então perdemos

Para muitos entendidos em futebol, o Brasil não teria perdido a Copa de 1950 se o técnico Flávio Costa tivesse escalado Nilton Santos, em plena juventude, no lugar de Bigode para marcar Ghiggia. Assim, o ponteiro não teria ficado cara a cara com o goleiro Barbosa.

Não cola

Domingos da Guia, o Divino Mestre, encerrou a carreira no Campeonato Carioca de 1948, atuando pelo Bangu, seu primeiro clube. Tal como Leônidas, também não emplacou como técnico, chegando a treinar o Olaria da Primeira Divisão Carioca.