Categoria: Introdução

O menos importante é apresentado ao mais importante, o mais jovem ao mais velho e o homem à mulher.

O cavalheiro é apresentado à dama, a não ser que se trate de autoridade do Governo ou um homem bem mais idoso ou um bispo.

Em bar da noite paulista, após o jogo em que Brasil perdeu pra Argentina, fui apresentado pelo pintor Antônio Bandeira ao Stanislaw Ponte Preta, que logo procurou assacar contra o governador Virgílio Távora, para ele, um ditador, logo depois da Revolução de 64. Fiz ver ao Sérgio Porto, como na realidade se chamava, que, muito ao contrário, VT estava sendo perseguido pela Linha Dura, que pretendia apeá-lo do poder.

O homem é quem é apresentado à mulher.

A pessoa mais jovem é que é apresentada à mais idosa.

Quem me apresentou a Miguel Arraes, então Governador de Pernambuco e olhando pra Presidência, foi seu primo Clóvis Arraes, líder empresarial, que nos aproximou, no restô do Ideal.

Foi o deputado, que morreria como senador, Carlos Jereissati, quem me apresentou ao vice-presidente João Goulart, em casa do meu patrão, na época, Bonaparte Maia, que por sinal não estava presente.

Dona Luíza Távora me apresentou a Castello Branco em almoço do 410 da Barão de Studart. Sempre muito brincalhona, a primeira-dama brincou: Presidente, o Lúcio pôs a Olga na lista das Dez Mais Elegantes e nunca me colocou. O general, com muita presença de espírito, retrucou: É que ele é o PTB, Luíza.

Tabosa, maior executivo da Empresa Ribeiro no Ceará, deu-me a grande alegria de trazer Luiz Severiano Júnior até a Torre do Iracema, onde ele, que nada bebia, provou um casquinho de lagosta da banqueteira Rita. O que se dizia é que o Júnior, quando em Fortaleza, não ia à casa de ninguém, mesmo dos parentes cearenses.

Edson Queiroz foi quem me apresentou ao Walter Clark, em jantar em sua casa, que teve o ainda poderoso global como convidado de honra. Yolanda, na cabeceira leste, deu a sua direita ao visitante e me colocou vizinho ao Clark em questão, que logo a seguir entraria em órbita decrescente.

Ao Ademar de Barros, fui apresentado em casa do sobralense Ferreira Gomes, para a qual levei meu colega Dário Macêdo, que tendo abordado uma questão que foi considerada desaforada, e o político paulista, além de não responder, deu a entrevista por encerrada.

Eu mesmo me apresentei ao dr. Roberto Marinho, quando dono de O Globo recebeu na redação os cronistas sociais do Norte-Nordeste, para um almoço, encontro no qual fui o único a lhe formular pergunta.

Devo ao então deputado Parsifal Barroso minha apresentação ao general Adalberto Pereira dos Santos, vice-presidente da República, isso se deu na posse de Ernesto Geisel, última de casaca realizada em Brasília.

Na apresentação, o homem é que é apresentado à mulher, a não ser que se trate de um cavalheiro de projeção no mundo oficial, um príncipe da Igreja ou um senhor de mais idade.

Na apresentação, o apresentador é quem diz os nomes das pessoas apresentadas, acompanhados ou não do que fazem na vida.

O padre é quem é apresentado ao monsenhor, e o monsenhor, ao bispo.

No ato de apresentação, a Miss Ceará é apresentada à Miss Brasil, e a Miss Brasil é apresentada à Miss Universo.

O padre é quem é apresentado ao bispo; a freira, à madre; e o repórter setoriado, ao editor do jornal.

Numa apresentação, se você está conversando com um amigo, e chega outro, quem chega é quem é apresentado a quem já está.

O ato de apresentar um alguém para outro alguém, o menos importante é quem é apresentado ao mais importante. O Lúcio Brasileiro, por exemplo, mesmo com seus 65 anos de gabarito, é quem é apresentado ao Senhor Governador.