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QUANDO CEARÁ CONQUISTOU O BRASIL.

Emília Corrêa Lima atingiu, ano passado, segundo Jubileu Diamantino, quer dizer, 65 de sua grandiosa vitória em Quitandinha, que a fez representante do Brasil no Miss Universo.
Quando dos Ouros, que, por sinal, eu também fazia, ensejei no palco do Centro de Convenções que o governador Virgílio Távora lhe entregasse uma placa, e hoje transcrevemos texto do colunista José Mauro Gonçalves, publicado no Diário da Noite, um dos três vespertinos mais lidos do Rio.
Emília, desde o primeiro momento, tornou-se favorita. Era a mais procurada pelos fãs. Quando saía pelos corredores do hotel, vinha atrás uma multidão de admiradores, pedindo autógrafos. Já era vencedora, mesmo antes de homologada pelo júri.
No Teatro Mecanizado, foi consagrada como a Mais Bela Mulher do Brasil. Sua vitória não desapontou ninguém, pelo contrário, foi recebida com geral agrado.
Antes de embarcar para os Estados Unidos, Emília foi homenageada em São Paulo com uma festa à qual compareceu Martha Rocha, que lhe passara o cetro. A esse tempo, já tinha perdido cinco quilos, face transitação nos salões de beleza, casas de moda e atendimento a muitos convites.
Depois, voltou ao Ceará e teve em Fortaleza a maior recepção já feita a um filho da terra. Passou apenas uma semana no torrão, partindo, então, para Long Beach, onde saiu semifinalista.
Logo determinou que só compareceria a festa de caridade, e, assim mesmo, sem cobrar nada, tomou parte de muitas em benefício da campanha do câncer.
Em véspera de largar a faixa, declarou à revista Manchete que, do famoso concurso, não saíra nem mais pobre, nem mais rica. Dos dólares recebidos para os gastos, não lhe sobrou um cent. Os presentes são sua única recordação, o mais comovente de todos, a rosa com que a brindou seu aluno primário Julinho.
Foi laureada no Paraguai e, regressando a Fortaleza, anunciou seu casamento com o estudante de Medicina Honorato Ferreira Lima. O casamento aconteceu, só que, com oficial do Exército, o major Wilson Santa Cruz Caldas, o que faz dela hoje uma viúva.
Martha Rocha me contou que, convocada pro encontro mensal de suas colegas vencedoras, jamais participou. Elas reconheceram uma questão de temperamento e nunca mais a chamaram.
Entretanto, quase sempre tem vindo ao colóquio que todo ano colônia fortalezense de Camocim promove na cidade que foi ocasionalmente seu berço de nascença.

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