Categoria: Apanhado político

União Democrática Nacional, partido do Carlos Lacerda, teve um gostinho do poder no Gabinete Parlamentarista de Tancredo Neves. Eu já falei que o Virgílio ocupou, o superministério da Aviação, e outro grande nome, Gabriel Passos, foi escolhido para o de Minas e Energia.

Quem assistiu ao comício de Sobral, em 1958, que marcou o encerramento da campanha de Virgílio Távora para governador, sentiu que a barra estava pesada. Pois nem o padre Palhano, reconhecidamente bom orador, foi feliz em seu discurso, não empolgando a massa.

Olavo Oliveira foi eleito senador na Redemocratização de 46 e durante oito anos, foi quase que o dono das decisões políticas. Entretanto, no pleito de 54, apoiando Armando Falcão, candidato a governador, Olavo perdeu o rumo da vitória e só acrescentou à carreira uma derrota, em 1958, para Pimentel.

Virgílio Távora teve de secretário particular, no I Veterado, o senhor Edilson Pessoa, que era genro de seu colega de Ministério Clóvis Travassos, da Aeronáutica. Ele tinha pretensões de ser deputado federal, mas não me parece haver concluído o Governo. Seu maior trunfo era o bom relacionamento.

Não corresponde à verdade histórica se proclamar que Virgílio Távora foi ministro do presidente deposto João Goulart. Em verdade, ele fez parte da equipe parlamentarista de Tancredo Neves, numa das pastas mais salientes, Viação e Obras Públicas, que os governos militares transforam em cinco, tal a sua fortaleza.

Quando se começou a falar em União Pelo Ceará, Vicente Augusto concedeu entrevista à Adísia Sá, apoiando a ideia, que resultou no Governo redentor de Virgílio Távora, que criou uma Secretaria exclusiva para ele, mas a recompensa durou pouco, pois a arma principal era a elaboração do Orçamento, que VT Logo transferiu para outro setor, esvaziando quase completamente o que Vicente tinha a fazer, e ele então pediu as contas.

No começo do governo Plácido Castelo, reuni para jantar em minha casa Virgílio Távora, Waldemar de Alcântara e Parsifal Barroso, além do jornalista Lustosa da Costa. Perguntei então ao dr. Waldemar se ele via condições do PSB apoiar a volta de VT ao governo, que prontamente respondeu: Nenhuma condição.

Quando Gonzaga Mota lançou Tasso para Governador, fui, provavelmente, o primeiro jornalista a manifestar explicitamente meu apoio, chegando, inclusive, a participar de dois ou três encontros dominicais em casa do Sérgio Machado, na Santos Dumont, onde, por sinal, tinham residido Maria Cláudia Oliveira e Bernardo Bichucher, porém minha ligação maior era com Beni Veras.

Dos empresários que passaram pela política, José Flávio Costa Lima teve dois mandatos federais, Audízio Pinheiro teve um, Raul Carneiro e Expedito Machado, ambos, em estadual e um federal, José Macêdo, três federais

Vicente Augusto chegou a integrar a primeira equipe formada pelo governador Virgílio Távora, porém, por poucas semanas, pois VT esvaziou a Secretaria para a qual o havia nomeado, retirando das atribuições a que seria principal, o Orçamento.

União pelo Ceará, que fez Virgílio Távora governador pela primeira vez, teve primitiva participação de Armando Falcão, que chamou VT para um encontro na casa de Edmilson Pinheiro e o convidou em nome do PSB.

Ainda tem quem assevere que Armando Falcão teria ganhado a eleição governamental de 1954 puxado pela votação, quase unânime, pelo município de Pedra Branca, que lhe teria dado maioria de cinco mil votos sobre Sarasate. O partido oficialmente derrotado, PSD, ainda entrou na Justiça, sem resultado prático, até mesmo porque Falcão, reeleito deputado federal, e naquele tempo podia, logo se mandou para o Rio e foi cuidar da vida.

O empresário Fausto Cabral, por ser genro do Antônio Gentil, foi cogitado para ser candidato a Governador pelo partido do sogro, o PSD, que, entretanto, optou por Raul Barbosa, que era deputado federal constituinte e derrotou nas urnas Edgard de Arruda, lançado pela UDN.

Stenio Gomes foi eleito deputado federal Constituinte e quatro anos depois foi vice-governador, tendo assumido quando Raul Barbosa saiu, querendo uma cadeira de Senador. Depois, nunca mais foi candidato.

Tendo realizado excelentíssimo Governo, Raul Barbosa saiu para se candidatar a Senador. O cearense não soube reconhecer e lhe atribuiu o último lugar. Raul jamais seria candidato, apenas um brilhante presidente do Banco do Nordeste.

O empresário José Macêdo sempre deu a ideia de não pretender ingressar na política. Foi ele quatro vezes deputado federal, sendo que na primeira ofereceu a cadeira a seu amigo Raul Barbosa e depois quis fazer ao irmão, Antônio, que faleceu dias antes da eleição.

Vicente Augusto, um dos mais hábeis articuladores do PSB e que, em declaração a Adísia de Sá, abriu as portas pela União pelo Ceará, que nos trouxe Virgílio Távora, não teve sempre sorte nas urnas, saindo suplente em dois pleitos para estadual e só uma vez foi ungido a uma cadeira na Câmara Federal.

O presidente José Sarney estava na roda, em Brasília, quando da recepção de posse de Fernando César como seu porta-voz, quando proclamei ter assistido à Casablanca mais de mil vezes, o colunista Ricardo Boechat, em não acreditando, reduziu pela metade e publicou em O Globo.

Cargos estaduais exercidos, secretário da Comissão Dinamizadora do Porto do Mucuripe, nomeado por Parsifal Barroso, secretário do Conselho dos Contribuintes, com Plácido Castelo, assessor de Imprensa do Banco do Estado, a partir do presidente Edgar Damasceno.

A Turma do Líbano, minha primeira após assumir a coluna, apresentava dois líderes, Adrísio Câmara e Régis Jucá, os dois que traçavam as diretrizes da programação.