Categoria: Apanhado político

Vicente Augusto arrastou por toda vida a fama de muito sagaz, entretanto recebeu pouco pela propalada sagacidade, uma deputação estadual por Lavras, na Constituinte Estadual, uma deputação federal e a suplência do senador Wilson Gonçalves.

Deixando a Prefeitura de Sobral, padre Palhano foi eleito deputado federal, sendo dos mais votados. E foi também dos primeiros cassados, queda que seus amigos atribuem à manobra vingativa de seu sucessor Cesário Barreto.

Num AAAA do Cláudio Aguiar, Ciro Gomes, por sinal, homenageado do dia, estabeleceu que Virgílio Távora tem de ser redimensionado, pois grande demais do que dele até hoje se disse ou propagou.

Quando Adauto Bezerra deixou o Governo, entabulei, com Helena e Chicão Jereissati, que ele fosse logo após passar pra casa deles da Vila União, sem atender nem telefone, curtindo apenas a simpatia dos anfitriolos, banho de piscina e a excelente cozinha. E assim foi feito.

Quando da Redemocratização do País, em 1945, os deputados estavam tão de cima que os dois candidatos a Governador e um dos a vice formavam na bancada federal, Raul Barbosa, que foi eleito, Stênio Gomes, em sua garupa, e Edgar de Arruda, que perdeu.

Flávio Marcílio, Chico Monte, José Martins, Armando Falcão, Adahil Barreto tiveram quatro mandatos de deputado federal, Parsifal Barroso e Virgílio Távora, três, Carlos Jereissati, dois.

Uma das minhas maiores alegrias foi ter levado José Martins Rodrigues à televisão, atendendo a um feliz pedido de Francisco Dias Macêdo, irmão do meu amigo José, que era o patrocinador do programa. E fiquei agradavelmente surpreso quando um dos mais sérios políticos brasileiros aceitou o convite para ir jantar na Torre do Iracema. Zemartins é avô do dr. Cabeto e foi pai de outro grande médico, Paulo Marcelo, de quem também fui paciente.

Na deputação federal, a suplência mais generosa foi a da eleição de 1962, pois os três suplentes assumiram os mandatos e se tornaram efetivos. O primeiro, Álvaro Lins, logo entrou, com a morte de Jereissati, e assunção ao Senado de Antônio Jucá, a cassação de Moysés Pimentel abriu para o segundo suplente, Flávio Marcílio, e a de Adahil Barreto, para Crisanto Moreira da Rocha, que era o terceiro.

Nomeado pra superpasta da Viação pelo primeiro ministro Tancredo Neves, Virgílio Távora levou Moacir Aguiar para secretário particular, porém a chefia de gabinete não deu cearense, foi pra Bahia, tendo escolhido seu amigo da Boa Terra, Paulo Peltier.

“Legenda da Loteria”, Jonas Carlos, foi eleito duas vezes deputado e depois não conseguiu entrar, ficando suplente, porém assumiu, na vaga aberta por Humberto Bezerra, quando veio ajudar irmão a governar.

Acrísio Moreira da Rocha foi eleito duas vezes prefeito de Fortaleza, porém perdeu ao se propor para vice-governador, na garupa de Virgílio Távora. Seu irmão Crisanto saiu três vezes deputado federal, começando pela Constituinte de 1946. Enquanto Péricles (Pekim) conseguiu quatro mandatos estaduais e, quando não atingiu a Prefeitura, encerrou a carreira.

Ao tirar os direitos políticos de José Martins Rodrigues, os militares demonstraram memória curta, pois, às portas da Revolução, ele havia concedido ao Correio da Manhã uma entrevista que o maior jornal do Rio, na época, publicou em primeira página, sob o título de “Basta!”, proclamando os desmandos do Governo João Goulart.

Flávio Marcílio e Carlos Jereissati fizeram uma das amizades mais sólidas da política cearense. Dizem até que Marcílio teria batizado seu filho varão de Carlos Flávio em homenagem ao amigo, que o fez vice-governador na chapa de Paulo Sarasate, que passou Governo pra ele, nos últimos meses.

Carlos Jereissati fez dois governadores, Paulo Sarasate, recebendo a vice pra seu partido, o PTB, ocupada por Flávio Marcílio, e Parsifal Barroso, quando indicou o Secretário da Agricultura, porém logo rompeu com o professor, para muitos, um erro tático, de Parsifal.

Quando eleito deputado federal em 1962, Moysés Pimentel formou um grupo de quatro estaduais numa pequena agremiação, o PST (Partido Social Trabalhista), que o Movimento de 64 ceifou, só não tirando o mandato de Aécio de Borba, sendo os outros três Ximenes Neto, Fiúza Gomes e Blanchard Girão.

Políticos e jornalistas cobridores dessa área, nos anos 50s, sempre acharam que Parsifal Barroso não podia ter ficado sem mandato, quando deixou o Governo, e que se sogro Chico Monte fosse vivo, ele teria saído no mínimo deputado federal, caso em que a vaga destinada ao amigo Marcelo Sanford seria sacrificada.

Candidato a deputado federal, Lustosa da Costa procurou seu amigo Edson Queiroz, que, ao assinar generosamente o Livro de Ouro, explicou-lhe que não acreditava que vencesse, mas se ele, Lustosa, acreditasse, podia voltar que ele dobraria a doação. Não voltou e faltaram menos de dois mil votos.

O padre Arquimedes Bruno, que partiu com mais de 90, seria candidato ao Senado na chapa que teria Adahil Barreto para Governador e Pontes Neto Vice. Porém, o arcebispo dom Almeida Lustosa não permitiu.

Acrísio Moreira da Rocha foi eleito duas vezes prefeito de Fortaleza, porém perdeu ao se propor para vice-governador, na garupa de Virgílio Távora. Seu irmão Crisanto saiu três vezes deputado federal, começando pela Constituinte de 1946. Enquanto Péricles (Pekim) conseguiu quatro mandatos estaduais e, quando não atingiu a Prefeitura, encerrou a carreira.